segunda-feira, 17 de março de 2025

CABEÇAS PENSANTES DO GOLPE FLOPADO TÊM DE SER PUNIDOS COM MÁXIMO RIGOR!

F
aço questão de ser sempre coerente com meus ideais assumidos e com as convicções que tenha expressado anteriormente. 

Detesto quem desculpa e passa pano em tudo que envolve seus amigos, exigindo, contudo, o máximo rigor quando são seus inimigos que estão na berlinda.

Não sou religioso, mas me guio firmemente por Mateus 5:37: "Que suas palavras sejam sempre sim, sim e não, não, porque o que passa disto tem procedência maligna" (sem, contudo, imputar a falta de caráter à influência de um imaginário capeta, pois não passa de deficiência moral de nós mesmos, os humanos).   

Tudo isso posto, mantenho o que sempre escrevi e disse sobre o gado bolsonarista: a profunda ignorância desses cidadãos (?) os torna quase inimputáveis, como as crianças. 

Não sabem nada de nada dos valores do mundo civilizado. Detestam pensar e estão sempre em busca de quem pense por eles. Pagam dízimos ou cometem atos aberrantes obedecendo caninamente aos canalhas que os manipulam e exploram.

Esses seres vegetativos, desde que não tenham praticado atos violentos contra os humanos, não deveriam jamais ser encarcerados por sua participação na micareta golpista de 08.01.2023. Bastaria impor-lhes a prestação de serviços à comunidade durante um bom tempo.
Mas, ficou comprovada acima de qualquer dúvida a tentativa de anular-se pela força o resultado de uma eleição presidencial e impor nova ditadura ao Brasil, e isto não pode ficar impune nem ser tratado com benevolência. 

Foi porque Donald Trump não recebeu o merecido castigo pelo mesmíssmo crime que ele agora está vandalizando a civilização que a tanto custo construímos através dos séculos.

Então, as dezenas de mandantes da tentativa de virada de mesa no Brasil merecem cumprir até o último dia as penas a que fazem jus, inclusive como totais responsáveis pelas transgressões perpetradas por suas hostes zumbificadas.

O principal culpado por tudo que de pior aconteceu por aqui em passado recente, Jair Bolsonaro, está devendo ao povo brasileiro não apenas a punição pelo absurdo retrocesso civilizatório que encabeçou, como também pelas centenas de milhares de vidas que roubou dos coitadezas com sua sabotagem alucinada ao combate científico da pandemia de covid.

Deixando de lado a enorme profusão de delitos menores por ele cometidos, só os crimes maiores do golpismo e da sabotagem vacinal já são suficientes para mantê-lo encarcerado até o final de sua infame existência.    

Nós, herdeiros do repúdio dos melhores seres humanos aos regimes totalitários do século passado, temos o dever moral de nos mantermos fiéis ao basta! então dado aos grandes delinquentes políticos nos julgamentos de Nuremberg. 

Ou então, que voltemos todos às cavernas juntamente com os Trumps, Putins, Mileis e Bolsonaros, para nelas nos prostrarmos de novo à lei do mais forte! (por Celso Lungaretti)

sábado, 15 de março de 2025

SÓ FALTA O LULA NOMEAR UM XERIFE PARA EVITAR QUE GALINHAS SEJAM SACANEADAS

Muito barulho por nada em 1986. Teremos remake?
Já são 55% os brasileiros que desaprovam o governo errático do Lula, segundo pesquisa divulgada divulgada pelo instituto Ipsos-Ipec nesta quinta-feira, 13.

E o pior é que ele tenta reverter tal quadro mediante estridentes afirmações demagógicas, no pior estilo populista. Como esta, sobre o peso do ovo na disparada da inflação dos alimentos: 
"Não tem como explicar por que o ovo tá caro. Alguém está passando a mão, este é o dado concreto. Não sabemos quem é, e nós queremos saber. Estão sacaneando as galinhas".
Só falta o Lula mudar o ministro da Fazenda e nomear um xerife dos preços para ambos atuarem como fiscais dos galinheiros e dos supermercados. 

Que falta lhe fazem o Dilson Funaro e o delegado Romeu Tuma, aos quais coube o papel de palhaços do circense Plano Cruzado de fevereiro de 1986! Naquele tempo, até a extravagante proprietária de um restaurante paulistano batia boca com os responsáveis pela condução da política econômica do País e era por eles tratada como vilã do congelamento de preços...
Mal recebiam o pagamento, os brasileiros corriam a fazerem
compras, por saberem que o dinheiro logo se desvalorizaria

O que restou daquela shakespeareana tempestade de som e fúria significando nada

O presidente José Sarney foi escorraçado pelo eleitorado na eleição de 1989, abrindo caminho para a ascensão fulminante do embusteiro Fernando Collor. 

Este tinha fama de  caçador de marajás na distante Alagoas e conseguiu fazer o povo acreditar que ele seria eficiente na perseguição aos tubarões responsáveis pela disparada dos preços, depois de Sarney fracassar em tal empreitada. Deu no que deu.

Finalmente: antes que o Lula decida enveredar em definitivo pelo caminho da farsa irresponsável, quero lembrar-lhe que, depois da sucessão de pacotes econômicos policialescos e malogrados do Sarney, este deixou o governo como recordista da inflação brasileira em todos os tempos: 84,3% num único mês, março de 1990.

Será que o Lula não aprendeu nada com a história vivida? Ou já esqueceu tudo? (por Celso Lungaretti)

sexta-feira, 14 de março de 2025

O BRASIL APODRECE E AS FEMINISTAS CHIAM POR CAUSA DO VISUAL DA GLEISI

Feministas chiam porque Lula se referiu à Gliesi Hoffman como mulher bonita. Motivo: convertida para o identitarês, tal expressão equivale a mulher objeto.

Por que não chiavam antes, quando a talvez bela passava pano em todas as lambanças e asneiras do Lula, ajudando-o a domesticar o PT e a convertê-lo num sócio menor da burguesia na gestão da superexploração capitalista que se pratica nestes tristes trópicos?

Não são mulheres objeto as que lambem os pés dos seus amos e senhores, mesmo quando estes consentem em apenas simular o exercício do poder que as urnas lhes conferiram mas os parlamentares conservadores usurparam como quem tira doce de criança?

Enquanto desperdiçarmos tempo discutindo ninharias 
ao invés de irmos à raiz dos nossos problemas, a escória dominante não precisará que Lula lhe forneça mulheres belas. 

Comprará quantas desejar, neste país que foi apodrecendo cada vez mais sob a conciliação de classes estimulada pelo PT. 

Encerro com o questionamento do poeta Paulo Martins no filmaço Terra em Transe, mesmo porque de 1967 para cá nada verdadeiramente mudou: 
por Celso Lungaretti
"Não é possível acreditar que tudo isso seja verdade! Até quando suportaremos?
Até quando, além da fé e da esperança, suportaremos? 
Até quando, além da paciência, do amor, suportaremos?

Até quando além da inconsciência do medo, além da nossa infância e da nossa adolescência, suportaremos?"

DOIS DESAFIOS: O DO VELHO BLOGUEIRO E O DO PISTOLEIRO DESILUDIDO.

Depois de passar um constrangedor período de oito dias sem postagem nova, o blog Náufrago da Utopia levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. 

Não foi ainda desta vez que os ex-querdistas, ansiosos pelo esvaziamento do pensamento crítico e pelo abandono do combate intransigente ao capitalismo, livraram-se desta pedra no sapato deles. 

Mas, como não sou nem pretendo ser um homem de ferro, será aos poucos que atualizarei minhas análises sobre o estágio atual da agonia do capitalismo. 

O regime da exploração do homem pelo homem agora parece retornar aos contornos da distopia célebre de George Orwell, 1984, sobre três grandes blocos de poder disputando a hegemonia, mas priorizando, acima de tudo, usar os rivais como espantalhos para manter abúlicas as massas que exploram, intimidam e humilham.  

O retrocesso civilizatório se torna cada vez mais profundo e chocante, nos fazendo suspeitar de que chegaremos finalmente ao ponto de não-retorno. Mas disto trataremos em posts vindouros.

Por enquanto, vou me conceder a satisfação que sempre tenho em revelar aos leitores uma ou outra exceção no esgotamento do bang-bang como gênero cinematográfico. 

Isso me emociona desde que fui um dos poucos críticos a saudar no ato o surgimento do western italiano como um fenômeno importante na sétima arte. Isto eu fiz muito antes de Quentin Tarantino deslumbrar-se com a genialidade de Sergio Leone e Ennio Morricone, inclusive reverenciando em Kill Bill o clássico duelo na arena redonda...

O filme subestimado da vez é Desafio de um pistoleiro, que passou despercebido pelos cinemas mundiais em 1995 e só veio a ser notado a partir de sua inclusão nos pacotes das novas mídias.

Tal qual Keoma, de Enzo G. Castellari (1976), ora alçado a cultDesafio de um pistoleiro, de Larry Ferguson (1995) parece ser o desabafo de um diretor obrigado a entregar um montão de tralha cinematográfica até que, num afortunado momento, conseguiu  boas condições para realizar o filme com o qual sonhava. 

Algo tipo "vejam só o que eu poderia ter feito sempre se a indústria cinematográfica me bancasse".  

Também roteirista e ator, Ferguson não só soube criar uma história diferente do ramerrão dos westerns outonais que pululavam em fins do século passado, como descobriu seu intérprete ideal num eterno coadjuvante que aproveitou bem a chance de ombrear-se ao Clint Eastwood ou ao Franco Nero. 

Lance Henriksen tem um desempenho tão marcante que nos leva a indagar por que nenhum outro diretor pensara nele como anti-herói de faroeste.

Não se trata, evidentemente, de um novo Três homens em conflito, mas quem esperava muito pouco desse filme desconhecido teve uma grata surpresa. Foi o meu caso.

Duelista famoso do velho Oeste decepcionou-se com a vida que levava e procura manter-se incógnito num povoado mexicano para não ter de continuar matando os tolos que o provocavam, ansiosos por herdarem sua lenda.

Quando recebe um pedido de ajuda da única mulher que amara, faz longa viagem para ir atendê-la, com a esperança de reatar o antigo romance. Mas, como uma amarga ironia, ela não estava necessitada do homem cuja vida perigosa não quisera compartilhar, mas sim do atirador que pudesse salvar o marido marcado para morrer. 

E que, ao ficar conhecendo a filha que nem sequer vira nascer, é obrigado a escolher entre a retaliação (omitir-se) que até se justificaria num caso desses e o dever paterno de zelar pela segurança e felicidade da moça que outro homem estava criando no seu lugar. (por Celso Lungaretti)

 

quarta-feira, 5 de março de 2025

O PSOL NASCEU PARA SER ALTERNATIVA AO PT E A ELE VOLTOU COM O RABO ENTRE AS PERNAS. AGORA, QUER OBEDIÊNCIA CEGA

A
Folha de S. Paulo informa que o Psol está rachado quanto a se deve ou não apoiar de forma incondicional o governo Lula. 

Oito deputados defendem a submissão apriorística em toda e qualquer circunstância, enquanto cinco não esqueceram que seu partido nasceu em 2004 exatamente como uma alternativa à direitização e autoritarismo dentro do PT. 

Se era para balirem  sempre amém ao Lula --cuja taxa de erros e lambanças, vale dizer, tem aumentado assustadoramente desde então--, por que os primeiros psolistas se deram ao trabalho de criar uma nova identidade partidária? 

E o pior é que, além de não entregar o sol prometido, o Psol voltou incompreensivelmente ao ponto de partida.
Criança, não verás mais imagem nenhuma como esta: dirigentes 
do Psol alegremente papeando à frente de um pôster do Chê.

Até porque o PT é uma legenda que envelheceu muito mal e nada de novo e relevante tem sido capaz de apresentar desde o impeachment da Dilma Rousseff, que o deixou perdido no espaço. 
 

É óbvio que os cinco coerentes, dentre os quais se destaca a brava guerreira Luíza Erundina, mantêm-se fieis às melhores tradições da esquerda, que não existe para obedecer caninamente a ninguém. 

Sem pensamento crítico nem direito de colocar em discussão quaisquer posicionamentos dos quais se discorde, ainda que estando em minoria, o que restam? Apenas partidos castrados, domesticados, que da esquerda autêntica não têm mais nada.


Monolitismo é característica do inimigo. Para os que travamos o bom combate, não passa de veneno. Mortal. (por Celso Lungaretti)

segunda-feira, 3 de março de 2025

SEMPRE ESTIVE AQUI, PREZANDO A SÉTIMA ARTE TANTO QUANTO DESPREZO OS FALSOS BRILHANTES DO CINEMA COMO BUSINESS

Tido como o melhor filme de todos os tempos,
Cidadão Kane foi injustiçado pelo Oscar.
 
joão batista natali
O OSCAR NÃO É ARTE, É CINEMA COMO BUSINESS
O senso comum diz basicamente o seguinte: um filme indicado para o Oscar é melhor que um não indicado, enquanto um filme ganhador do Oscar tem qualidade superior ao de qualquer outro filme não ganhador.

Essa hierarquização da produção cinematográfica não passa de uma grande bobagem. E não em razão das imensas injustiças registradas pelo histórico da Academia (contra Charlie Chaplin ou Orson Welles).

A questão é outra. O Oscar é uma festa do cinema como business, e não como arte (...). A Academia deixou de ser um coletivo com votação democrática, em razão da mudança da estrutura do modelo de negócios de Hollywood.

Em nome de uma racionalização dos negócios, os estúdios emagreceram e se tornaram pequenos núcleos capacitados a terceirizar todas as tarefas, do contrato de um ator ao de uma empresa especializada em efeitos especiais, de um operador de câmera ao autor de trilhas sonoras.
Por ser esquerdista, Chaplin só receberia seu
Oscar em 1972, pelo conjunto da obra

...os núcleos operacionais em que se tornaram os estúdios estão sempre diante de um bom leque de opções para fechar pontualmente contratos que permitam fabricar determinado filme. 

Mas se o estúdio for ambicioso e quiser ganhar muito dinheiro por meio da premiação de um Oscar, ele vai terceirizar a produção com pequenos grupos e empresas que já têm um Oscar em seu portifólio.

Ou seja, antes mesmo que o filme comece a ser rodado, o produtor ou o estúdio já parte com um estoque de votos para o Oscar, dependendo de quem ele já contratou para a direção de fotografia ou iluminação, para a concepção das roupas, maquiagem ou escrita da música da trilha.

Vamos nos entender bem. O estúdio ou o produtor não compram o voto dos seus prestadores de serviços, no sentido corruptor que o verbo possa ter. Ele os integra a uma instituição coletiva que é a equipe para a produção de determinado filme. 

Os integrantes dessa equipe que têm o direito a voto na Academia irão, natural e obviamente, votar neles próprios. Com uma nova indicação ao Oscar ou com um novo Oscar, o prestador de serviços subirá de patamar na remuneração de seu trabalho.

A moral dessa história é simples. Não é verdade que os votos da Academia [9.905 no presente ano] nasceram por critérios individuais, de empatia emocional com os filmes. Eles votam também por critérios empresariais, para valorizar o produto cinematográfico no qual estiveram envolvidos.
Alfred Hitchcock também esperou uma eternidade
(até 1968) para ter seu enorme talento reconhecido
 
É claro que (...) não há nenhuma auditoria que indique a razão pela qual o votante "x" optou pelo filme "y" na categoria "z". Ele pode ser um admirador desinteressado e sincero, ou pode ser amigo, marido ou parceiro (terceirizado) da produção do filme pelo qual votou.

É por isso que o filme com o Oscar não é necessariamente melhor que o filme sem o Oscar. O filme com o Oscar é o filme com os votos daqueles que podem estar reagindo por uma motivação empresarial -- e não necessariamente artística.

Só quando o plano empresarial e o plano artístico se juntarem numa reação unificada, aí sim, teremos excelentes filmes merecidamente premiados com o Oscar. (até como uma homenagem ao grande jornalista que foi  João Batista Natali, falecido no finzinho do ano passado, preparei esta edição condensada de seu superlativo artigo sobre as ambiguidades que envolvem o Oscar. CL)

domingo, 2 de março de 2025

A DEVASTAÇÃO CAUSADA POR TRUMP É TÃO IRRACIONAL QUE REFORÇA A SUSPEITA DE ELE SER UM AGENTE APRENDIZ DO KGB

"Donald Trump é um agente russo?"
lourival sant'anna
TRUMP AGE SOB INFLUÊNCIA DE PUTIN E TEM CONTATO COM RUSSOS HÁ 40 ANOS
Se Donald Trump dá a impressão de agir sob influência russa, é porque de fato age.

Há quatro décadas, ele tem sido doutrinado pelo serviço secreto e feito negócios com oligarcas da Rússia. A premeditada humilhação de Volodmir Zelenski na Casa Branca seguiu a cartilha da KGB e de seu ex-agente Vladimir Putin.

Enquanto concentrava 100 mil soldados na fronteira, Putin menosprezou a Ucrânia e conversou com Joe Biden e governantes europeus sobre uma solução política. Três dias antes de ordenar a invasão, encenou na TV com o chanceler Serguei Lavrov otimismo em relação a um acordo para evitar a guerra. É um método para disfarçar as reais intenções e culpar os outros.

Trump recebeu Emmanuel Macron e Keir Starmer e submeteu Zelenski a uma série de humilhações antes do desfecho de sexta-feira. Conversou primeiro com Putin sobre o destino da Ucrânia e aceitou as condições do invasor.
O fanfarrão Trump escuta humildemente o blablablá de
Putin, que foi outrora um dos chefões da Inteligência russa
 

Impôs contrato que entregava aos EUA as riquezas do país e cobrava quatro vezes mais do que a ajuda estadunidense. 

Chamou-o de ditador e disse que ele precisava se mover depressa ou não teria mais país.

O objetivo era provocar Zelenski a reagir de forma agressiva. Na véspera do encontro, Trump simulou esquecimento dos insultos contra ele e boa vontade, com um acordo menos extorsivo. No dia seguinte, culpou-o pela perda do apoio estadunidense, numa postura passivo-agressiva.

Todos sabiam que Zelenski ia a Washington pedir proteção, para evitar que a Rússia tome o restante de seu país. Quando ele lembrou que Putin violou o cessar-fogo de 2015, foi a senha para Trump e seu vice J.D. Vance o atacarem diante das câmeras e provocarem o que pareceu bate-boca. Era apenas Zelenski tentando manter o mínimo de dignidade e verdade factual.

Em 1979, Trump comprou 200 televisores para seu hotel Hyatt na Trans Commodities, loja de fachada da KGB em Nova York. Parece ter sido o início dos contatos.  
Freud veria Putin como um baixinho autoritário,
obcecado em projetar imagem de macho alfa


Ele visitou Moscou em 1987, com tudo pago pela estatal Intourist, usada pela KGB para cultivar estrangeiros. Na volta, Trump pagou US$ 100 mil por páginas no The New York TimesThe Washington Post e Boston Globe atacando os aliados dos EUA e defendendo aproximação com a URSS.

Trump faliu em 1991 por investimentos desastrosos em cassinos, deixando dívida de US$ 4 bilhões. Clientes russos passaram a investir em seus imóveis, muitas vezes pagando em dinheiro.

Na eleição de 2016, Hillary Clinton foi alvo de hackers e de posts difamatórios nas redes custeados pelo Kremlin. Seis assessores de Trump foram processados por contatos ilegais com russos.

É uma relação antiga e proveitosa para os dois lados. (por Lourival Sant'Anna, colunista do Estadão e analista de assuntos internacionais) 

sábado, 1 de março de 2025

UMA CONSTATAÇÃO DO RUI MARTINS: OS GRUPOS EVANGÉLICOS REPETEM A FORMA COMO O 'PARTIDÃO' MOBILIZAVA O POVO.

Nostalgia 1: exposição sobre o legado
comunista realizada há 3,5 anos em Berlim.
rui martins
AS CÉLULAS COMUNISTAS
E AS IGREJAS EVANGÉLICAS
Seria possível fazer observações paralelas entre realidades distantes, como o comportamento dos eleitores da antiga República Democrática Alemã (a Alemanha Oriental, comunista), atraídos pela extrema-direita, com o crescente alinhamento das camadas populares de antigas áreas urbanas e industriais brasileiras às propostas da extrema-direita, calcadas numa linguagem fundamentalista de fundo religioso?

O que nos atrai nessa ´possível comparação são certas semelhanças entre a população da então Alemanha Oriental com o imaginário político do proletariado das regiões urbanas brasileiras.

De acordo com uma sondagem feita na antiga RDA e publicada em 2009, um quinto da população era nostálgico dos tempos do Muro de Berlim com seu regime stalinista. Para eles, a região tinha sido uma espécie de paraíso social, onde havia emprego e moradia para todos.

Vivendo em crise econômica, os alemães do Leste esqueciam as privações de liberdade, os pequenos salários, as dificuldades de viajar para fora do país, a censura, a polícia Stasi e outras tantas.
Nostalgia 2: o pesadelo nazista ressurgindo na Alemaha. 

N
outra pesquisa desse mesmo ano, publicada pelo jornal Der Spiegel, 57% dos alemães do Leste não hesitavam em defender o antigo regime de partido único.

Mas, 16 anos depois, conforme o resultado das recentes eleições legislativas demonstrou, as boas lembranças se esvaíram  os alemães orientais não aceitam as desvantagens ainda existentes numa comparação com a Alemanha Ocidental.

E já reencontraram, como no passado, os responsáveis: são os imigrantes. E o partido ultradireitista Alternativa Para a Alemanha, que dobrou o número de votos e ultrapassou os 30% na antiga RDA, tem a solução: a remigração, ou a expulsão de todos os imigrantes.

Alice Weibel, a dirigente do AfD, partido também qualificado como neonazista, rejeita qualquer sanção contra a Rússia, nega a mudança climática, quer a saída da zona do euro e da União Europeia, defende a família tradicional e os sexos masculino e feminino como modelos. 

Seu slogan, populista e nacionalista, Tudo pela Alemanha, vai na linha dos adotados pela pelos neonazistas nos EUA e no Brasil. Elon Musk, próximo do presidente Donald Trump, fez campanha eleitoral para Alice Weibel e utilizou também a plataforma X para isso.
A ditadura militar impôs a perda da autonomia da
rebelde cidade de Santos, só restituída em 1984
.

Qual a semelhança com a evolução da política nacional?

Talvez a nova geração não saiba e os mais idosos tenham esquecido, mas as ideias marxistas fizeram seu caminho no fim dos anos 1930 e, nas primeiras eleições depois da ditadura de Vargas. Em 1945, o velho partidão teve candidato próprio para presidente, Iedo Fiúza, que recebeu 10% dos votos. 

O candidato mais votado para o Senado foi Luiz Carlos Prestes e o PCB elegeu 14 deputados federais. Com o partido na legalidade, concorreram nas eleições intelectuais e artistas de prestígio como Jorge Amado, Graciliano Ramos, Caio Prado Júnior, Candido Portinari, Mario Schemberg e Di Cavalcanti. Em 1947, o PCB foi declarado ilegal e os eleitos tiveram seus mandatos cassados.

O mais grave foi a repressão policial, fechando as células do partido em todo país. O PCB era forte na portuária Santos (chamada de Cidade Vermelha), com maioria eleita na Câmara; e nos municípios do ABC e na capital paulista, em fase de industrialização e com expressiva população operária.

Embora mantendo influência nos meios universitários, entre intelectuais e artistas, a proibição e perseguição do partido impediu uma popularização e influência política, embora despontassem alguns líderes carismáticos de esquerda.
Lula com o ex-presidente português Mário Soares: o PT
nasceu sob forte influência da Social-Democracia europeia

Até o surgimento do Partido dos Trabalhadores com Lula como figura de proa, criando um populismo ou militantismo reformista, na linha da Social-Democracia europeia, pugnando pelas conquistas sociais atingíveis dentro do capitalismo, na sequência das criadas por Vargas.

Em 1947, o movimento social e político comunista era extremamente ativo e crescia nas camadas populares com as células que promoviam cursos e reuniões políticas, e também festejos em espaços abertos com participação de jovens e crianças, numa espécie de grandes reuniões populares de famílias. 

Eu me lembro dessas festas no Morro de São Bento, na cidade de Santos, para onde me levava meu pai. Esses tipos de encontros populares desapareceram. Nem o PT conseguiu refazê-los com a mesma constância, criando vínculos entre as pessoas e as famílias.

Até chegarem os evangélicos com suas congregações e igrejas, seus cultos, reuniões de jovens, mulheres, escolas dominicais, uniões de mocidade e festas preparadas por seus pastores e fiéis. Na verdade, revivem as células do partido comunista, que permitiam sociabilidade, fortaleciam as amizades e se multiplicavam.
Heresia: evangélicos sorridentes, condescendendo com
a exaltação das armas na Marcha para Jesus de 2019.
 
O formato se assemelha bastante, com ligeiras variações, mas o conteúdo é muito diferente, com a religião como fator agregador e a política como objetivo, servindo como propagador do credo fundamentalista, próximo da extrema-direita.

Nem as redes sociais conseguem o mesmo resultado porque essas células garantem o contato humano direto e se tornam imbatíveis.

Qualquer semelhança entre essas duas realidades, alemã e brasileira, pode  ser mera coincidência. (por Rui Martins)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

ALMIR RIBEIRO, O CANTOR QUE TERIA SIDO PUNIDO POR REVELAR MISTÉRIOS DO ALÉM

Um relato que me impressionou na meninice foi a respeito do intérprete de uma composição sobre o pós-morte que realmente faleceu pouco adiante, afogando-se em praia de Punta del Este durante uma excursão.

O povo dizia que o coitado teria sido punido por revelar os mistérios do além, recebendo o castigo de conhecer prematuramente a situação descrita na música.

Garimpando no Google, localizei o episódio. O cantor se chamava Almir Ribeiro e morreu aos 22 anos, quando fazia considerável sucesso. 

A música é o samba-canção Onde estou?, de Hervê Cordovil e Vicente Leporace. Visivelmente inspirado no kardecismo, mostra um espírito desorientado, ainda ignorando o que lhe aconteceu mas já suspeitando da verdade (o verso final é será que a morte abreviou os dias meus?). 

O compacto simples que a incluía havia sido lançado cerca de dois anos antes de ele morrer. E, pelo sim, pelo não, dali em diante nenhum outro artista gravou em disco ou cantou ao vivo tal música. Tornou-se tabu.

No filme Absolutamente Certo, dirigido por Anselmo Duarte em 1957. Almir Ribeiro aparece interpretando Onde estou? a vagar por um cenário nevoento e fantasmagórico em que estão belas mulheres, talvez incluídas para atenuarem um pouco a morbidez da sequência.  Vê-lo nessa encenação  sabendo o que depois lhe sucederia, dá arrepios.
   
Resolvi lembrar aqui este episódio, digamos, premonitório,  porque em nenhum dos recortes que encontrei sobre a morte do cantor consta o mal estar causado por um sucesso dele parecer ter sido de mau agouro . Qualquer dia isto inspirará um filme... (por Celso Lungaretti

domingo, 23 de fevereiro de 2025

O PRIMEIRO PANFLETO SOBRE OS ACORDOS MEC-USAID A GENTE NUNCA ESQUECE

O
presidente maluquinho Donald Trump acaba de encerrar as atividades da Agência de Desenvolvimento Internacional dos EUA, vulgo Usaid, que era o principal órgão público de ajuda humanitária estadunidense.

Mas, não morreremos de fome por causa desse factoide: dela recebemos, no mandato anterior do abilolado que endoidou, cerca de R$ 414 milhões; e no quadriênio do Joe Biden, cerca de R$ 559 milhões. 

Estes, para um país com as dimensões e carências do Brasil, nem de longe são donativos aceitáveis. Estão mais para esmolas que ofendem o mendigo. 

E pensar que a Usaid foi uma grande vilã do movimento estudantil brasileiro em 1968! É que fechara acordos secretos com o Ministério da Educação e Cultura, os quais, dizia-se, num passe de mágica tecnicizariam e dariam fim à gratuidade da nossa educação pública. 
 
Foto que viralizou: o estilingue mais rápido
da USP resistindo aos acordos MEC-Usaid

Para atingirem-se objetivos tão ambiciosos, contudo, seria necessário o direcionamento exclusivo para o Brasil de todos os recursos que a Usaid disponibilizaria para a totalidade dos países por ela beneficiados. E ainda ficaria faltando muita grana.

O mais provável é que ainda fosse fase dos estudos iniciais; o momento de combater os acordos seria quando ao menos conhecêssemos melhor as propostas. 

A bandeira teria sido lançada prematuramente, porque faltava algo com tal poder mobilizador.  Se não tem tu, vai tu mesmo...

Mas, isto não impediu que nosso ME de 1968 pegasse no tranco, acabando por tornar-se o mais influente de todos os tempos, até hoje. (por Celso Lungaretti)

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

"HOMEM AO MAR!" (participar de conspiração encabeçada pelo Bolsonaro é a maior roubada!)

Quem nasceu para Jair Bolsonaro, nunca chega a Adolf Hitler.

Não que lhe desagradasse ser um dos maiores vilãos da História mundial. Longe disto.

Mas é que ao Bozo sempre faltaram características essenciais de um grande líder da extrema-direita, como a coragem pessoal. 

Os profetas europeus da seita, Hitler e Mussolini, sempre fizeram o máximo para se passarem por machos alfa, enquanto o palhaço tropical brochou logo na primeira situação em que seu valor foi colocado à prova. 

Percebendo que a maneira alucinada como reivindicava reajuste no soldo chocara a mentalidade caxias do Exército, correu a pedir baixa antes que o encarcerassem por período bem maior do que os 15 dias em que ficou preso quando ainda era tenente (vide aqui). 

Já Hitler, longe de logo desistir de seus planos mirabolantes, fez dos nove meses de prisão por haver encabeçado o Putsch da Cervejaria um trunfo para sua ascensão meteórica. Foi quando escreveu Mein Kampf, a bíblia de todos os Bolsonaros.

E o que dizer de quando o melindroso entregou docilmente a bandidos insignificantes a moto e a pistola (mais não deu porque mais não lhe exigiram...)? Dá para imaginar um Hitler, quando ainda subia os degraus para o poder, se comportando de forma tão pusilânime? 

Então, as sucessivas convocações do Bolsonaro presidente ao gado ultradireitista, já no sentido de partir para o golpe, seguidas de ataques de paúra humilhantes na hora do
vamos ver!, eram mais do que previsíveis. 

Bem diferentes da postura mais discreta do antecessor nazista após o fracasso do Putsch da CervejariaQuanto a Mussolini, atingiu seu objetivo logo na primeira tentativa, com a Marcha sobre Roma.

Finalmente, outra enorme diferença é a falta de lealdade do Bozo para com seus comparsas: sempre os atira ao mar para salvar-se sozinho. Após cada refugada, vinha sempre uma escolha traíra de quem arcaria com o ônus político e/ou judicial de suas estripulias.

O padrão se repete com a atual denúncia do golpismo bolsonarista. Esta frase do Celso Vilardi, advogado do valente treme-treme, já deixa bem clara qual será a linha de defesa do réu maior: 
"Não há dúvidas de que existiram  fatos graves que foram narrados na denúncia. Não estou minimizando os fatos que foram postos na peça, estou apenas afirmando, estou convicto disso, que o presidente não participou efetivamente de uma questão relativa a um golpe de estado. Não participou, não assinou".
De quem estará rindo o advogado Vilardi?
De quem acreditar na inocência do Bozo?
Ou seja, a tentativa de derrubar Lula aconteceu mesmo e o único erro da denúncia é quanto à identidade do denunciado como líder da tramoia. 

O resto está perfeito. Palavra do defensor do Bozo...

Não é só para golpista que o histrião-mor do circo de horrores brasileiro não presta. Nem para mafioso serviria. 

Desrespeitando de forma tão descarada a omertá (código de honra e silêncio das organizações  mafiosas), há muito estaria dormindo com os peixes, preso pelos pés num bloco de cimento, para seus restos mortais nunca virem à tona. (por Celso Lungaretti)
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