quarta-feira, 26 de março de 2025

NA POLÍTICA COMO NO FUTEBOL, ONTEM FOI O DIA DO ÓBVIO ULULANTE

No primeiro dia do julgamento por meio do qual a primeira turma do STF tornará réus os principais golpistas do 11.01.23, uma montanha impressionante de provas de todo tipo soterrou a defesa dos que todos sabemos serem culpados no mais alto grau.

Percebeu-se que os cúmplices do vilão maior já o atiraram ao mar, repetindo o procedimento que ele próprio sempre adotou com aqueles que o serviam, quando se tratava de salvar a própria pele. 

Assim, os advogados deles mal contestavam as condutas da Polícia Federal, da Procuradoria Geral da República e do Supremo Tribunal Federal,  empenhados, isto sim, em tentarem tornar crível a lorota de que os figurões que defendem estavam no meio de toda a confusão, mas não moveram uma palha para derrubar e assassinar o presidente democraticamente eleito. 

Os patronos do Jair Bolsonaro poderiam alegar o mesmo sobre eles todos, mas nem crianças do jardim da infância acreditariam. 

Pelo cheiro da brilhantina, antecipo, sem o mais ínfimo receio de errar, que, além de sair desse julgamento como réu, o fará a caminho de inevitável condenação nos que virão em seguida, salvo se voltar a esconder-se em alguma embaixada da antiga cortina de ferro (as voltas que o mundo dá!) ou na Disneylândia (se o imprevisível Trump já não tiver desencanado dele como serviçal tropical).

Mas, a estapafúrdia ida do Eduardo Bolsonaro para espalhar fake news noutras freguesias tem todo jeitão de ser o plano Z para depois que os demais planos infalíveis floparem: apoiar o bananinha na eleição presidencial de 2026.
Parece ter esquecido que o Lula tentou a mesmíssima jogada quanto estava tão inelegível quanto Bolsonaro estará no próximo ano. A única diferença foi que Lula se fez substituir por um afilhado político sem nenhum carisma ao invés de por um filhote grosseirão metido a besta. 

E o desfecho promete ser também o de dar com os burros n'água, já que no Brasil, manda quem tem mandato podero$o e obedece quem tem juízo. Depois de muito jogo de cena e das escaramuças previsíveis, o candidato da extrema-direita só não será o governador Tarcísio de Freitas (SP) se ele não quiser. Quererá.

TÉCNICO QUE NÃO SERVE PARA JOGO GRANDE -- Quanto ao futebol, a goleada da Argentina já se desenhara quando, na semana passada, os campeões do mundo derrotaram o forte selecionado do Uruguai em Montevidéu e nosso escrete precisou de um gol lotérico para, jogando muito mal, vencer a Colômbia em Brasília.  

Não deu outra. Perdidinho da Silva, Dorival Jr. escalou seis jogadores diferentes para iniciarem a partida e, em apenas 12 minutos, já perdia por 2x0, fora o baile. 

Repetindo a tolice do Felipão nos 7x1 contra a Alemanha, enfraqueceu o setor que os adversário tinham de melhor, o meio de campo. Os hermanos até foram caridosos, pois poderiam ter facilmente marcado o dobro de gols, se quisessem.

Nas oito partidas que nossa seleção disputou com Dorival Jr. no banco, o aproveitamento até que não foi tão ruim (62,5%), levando em conta que o Equador, segundo colocado, está com 61%. 

Mas, ficou evidenciado que ele não é técnico para jogos grandes, de forma que precisaremos de alguém bem melhor na Copa propriamente dita. 

O vareio que levamos da Argentina vai causar sua demissão na próxima sexta-feira (28), embora talvez fosse preferível mantê-lo nos quatro jogos inúteis que restam das eliminatórias sul-americanas (a classificação do Brasil  são favas contadas) e fazer uma escolha mais criteriosa. 

Eu iria de Jorge Jesus, porque o Flamengo de 2019. por ele treinado, foi o clube brasileiro que mais honrou nossas tradições futebolísticas no presente século. (por Celso Lungaretti)     

segunda-feira, 24 de março de 2025

O MUNDO GIRA, A LUSITANA RODA. MAS O ANÚNCIO DE JORNAL BACANA CONTINUA SEMPRE O MESMO

E
s
tá no Estadão de hoje a informação de que até 2030, a consultoria Bain estima que haverá 1,5 milhão de brasileiros de alta renda acumulando US$ 1,1 trilhão, com capacidade de consumir artigos de grandes grifes.

A notícia celebra o fato de que, enquanto noutros países a desigualdade social diminui, no Brasil continua aumentando (o céu é o limite!): 
Apesar da desaceleração do setor em grandes mercados como Estados Unidos, Europa e China, o Brasil segue na contramão, com um aumento no interesse por bens exclusivos e de alto valor.
Nada mudou, portanto, desde que, em 1966, Ary Toledo interpretava no Fino da Bossa a composição de César Roldão Vieira cujos trechos reproduzo abaixo. Quase seis décadas depois, continuamos sendo o país do privilégio de poucos e do miserê de muitos.

O fictício anúncio de jornal citado na música é o seguinte:
Compra-se casa, mansão ou palacete no Jardim América, com um mínimo de 17 quartos para criadagem e sala de estar, de jogar, de dançar, de fumar, de brilhar, salões de chá, café e chocolate, piscina, jardim de inverno e de outono, quintal onde se possa praticar esportes caseiros como hipismo, golfe, tênis e bola-ao-cesto. 
Não podem faltar acomodações dignas para cães, gatos e onças de pequeno porte (de preferência com aquecimento interno), sendo também desejável a existência de um pequeno aeroporto de dimensões internacionais...
E a conclusão do cantador, ecoando a voz dos brasileiros explorados, humilhados e ofendidos, é a seguinte (mas os grandes empreendedores imobiliários estão se lixando para ela): 
Quando eu era menino, tinha um cachorro
e uma beleza de canarinho.
Tudo passou, daqui a pouco eu morro
e é só tristeza no meu caminho... 

Eu só queria um boi, uma vaca magra
e um casebre para morar,
batendo a foice, facão, enxada,
ganhar da terra o que a terra dá!

sábado, 22 de março de 2025

GEORGE FOREMAN ESTÁ MORTO. VALE A PENA RELEMBRARMOS A MAIOR LUTA DE BOXE DA HISTÓRIA.

A
morte aos 76 anos, por causas não reveladas, do boxeador George Edward Bill Foreman, nos remete diretamente à fase de ouro do pugilismo mundial e à maior luta de boxe de todos os tempos, categorias e países, travada em 1974 no então Zaire, contra o lendário Muhammad Ali. 

Foi um confronto entre um Golias no auge de sua força e um Davi envelhecido que conseguiu, usando tudo que aprendera em sua magnífica trajetória, sair vivo e vitorioso do ringue, apesar dos temores generalizados de que o amor próprio o impedisse de conformar-se com a derrota inevitável, fazendo com que lutasse até morrer.

Campeão olímpico em 1968, Foreman era tido como o pugilista com soco mais forte até então conhecido. Após uma sucessão impressionante de nocautes na sua fase profissional, conquistou o título mundial em  1973, numa luta de pesadelo na qual derrubou Joe Frazier seis vezes em dois rounds. Seu cartel até então era de 37 vitórias, nenhum empate, nenhuma derrota.

Mas Ali tinha muito mais trunfos do que Frazier. Começou minando a autoconfiança de Foreman ao tratá-lo de forma desrespeitosa em todas as entrevistas (chegava a imitar sua movimentação deselegante no ringue, comparando-a com o andar vacilante do monstro de Frankenstein nos filmes de terror). Nenhum adversário do gigante até então ousara irritá-lo dessa forma na véspera da batalha.
Depois, como a luta entre ambos precisou ser adiada, Foreman deve ter-se ressentido de, passando mais tempo no Zaire do que o planejado, ver a população daquele país da mãe África inteiramente devotada ao mulato Ali, a ponto de pedirem em coro: Ali, mata ele! 

Negro puro sangue, Foreman se viu rejeitado por sua gente. O aclamado era o adversário, menos negro mas imensamente mais carismático e que sempre confrontara o racismo estadunidense. 

Era um herói para os africanos, e merecia sê-lo, Quem mais preferiria passar anos preciosos proibido de lutar do que abdicar das próprias convicções (alegou que sua religião o impedia de participar da Guerra do Vietnã)?

Assustador, Lacônico, desajeitado com as palavras, Foreman não imaginava, contudo, que viria a ser unanimemente visto como vilão.

Tudo isto, mais a derrota que jamais esperara sofrer, impactou Foreman de tal forma que ele passou um bom tempo lambendo as feridas. Voltou totalmente mudado, como um simpático pastor evangélico. 

Ao raspar o cabelo a zero, sua imagem também se abrandara, a ponto de ele ganhar uma fortuna como garoto-propaganda de uma fábrica de torradeiras. O
Big George se metamorfoseou no velho e bom Tio George, personagem de aparições constantes na mídia eletrônica.

O que não o impediu de matar as saudades do ringue, já sem a ferocidade de outrora, mas ainda com murro devastador. Assim, se tornou o peso-pesado mais idoso a conquistar o título, nocauteando Michael Moorer em 1994, aos 45 anos. 

O campeão de 26 anos tinha a vitória por pontos assegurada, mas vacilou no décimo e último assalto, quando o portentoso cruzado de direita de Foreman finalmente entrou, mandando Moorer à lona.

A LUTA DO SÉCULO -- O épico confronto entre Foreman e Ali no Zaire foi imortalizada nos excelentes livro de Norman Mailer (A Luta,1975) e documentário de Leon Gast (Quando éramos reis, 1996).

Contra todos os prognósticos, Ali mais uma vez tirou coelho da cartola. Todos lembram de sua técnica refinadíssima, mas ele era muito mais do que isto. Tinha dons de grande estrategista, como se combinasse os papéis de pugilista e de técnico.

Foi assim que ele conquistou a maior de todas as suas vitórias. Boxeando francamente contra Foreman no primeiro assalto, percebeu que jamais conseguiria prevalecer lutando de igual para igual com um titã que tinha pouco mais da metade de sua idade.
Vídeo da transmissão da luta pela TV estadunidense...
Então, adotou a postura que qualquer boxeador comum consideraria suicida diante da enorme potência dos golpes de Foreman: deixou-se ficar encostado nas cordas, recebendo o bombardeio e aparando-o com sua guarda.

Alguns obuses atingiam o alvo de raspão, outros se chocavam com os braços de Ali. Nenhum o abalou suficientemente. E Foreman, acostumado a nocautes rápidos, foi se cansando.

No quinto assalto, o Ali aparentemente apático, que só se defendia, mostrou que era, isto sim, um tigre se preparando para dar o bote: com um contra-ataque fulminante, quase nocauteou Foreman.

Depois de dois rounds letárgicos, foi o que acabou acontecendo no oitavo assalto. Ali novamente surpreendeu Foreman e, com uma sequência de golpes cuja rapidez era inimaginável àquela altura de uma luta tão exaustiva, metralhou a cabeça do oponente até fazer aquele gigante desabar em câmara lenta.
...e o documentário de Gast, incluindo o show que abriu a noitada. 
A coragem que deu a vitória a Ali nessa luta foi a mesma que o manteve no ringue até o fim de uma luta na qual teve seu maxilar fraturado no 2º round, por Ken Norton.

O castigo que recebeu de Foreman foi tão terrível que, depois da vitória consumada, ele teve, durante as comemorações, um breve desmaio que passou despercebido porque seus segundos rapidamente se colocaram ao redor, encobrindo-o. Até então, entretanto, a adrenalina o mantivera em pé. (por Celso Lungaretti)    

ESTADOS UNIDOS, TERRA DOS LIVRES E LAR DOS VALENTES? ACREDITE QUEM QUISER...

rui martins
EUA: o perigo do totalitarismo.
Qual o verdadeiro objetivo dos cortes nas pesquisas e instituições científicas dos Estados Unidos, pelo presidente e seu auxiliar direto Elon Musk? O que se pretende com a suspensão das ajudas do governo às universidades e com os controles de professores e alunos, antes não existentes?

A imprensa europeia ainda parece atônita diante das notícias trazidas por professores desejosos de vir ensinar na Europa, contrários ao governo Trump ou prestes a serem demitidos pelas chamadas medidas econômicas.

Difícil de responder, mesmo porque o plano comercial de taxar pesadamente as importações equivale a provocar reações capazes de provocar um aumento da inflação nos EUA. 

A desativação ou diminuição das atividades de setores de ministérios, de ajudas mesmo se interessadas a países estrangeiros como as da Usaid, é feita dentro de um plano bem programado ou com o objetivo de desativar as principais atividades sociais do Estado?

Alguma coisa parecida com aquilo posto em execução na Argentina pelo presidente Milei, elogiado pelos grandes grupos econômicos e bem recebido por economistas e patrões no Fórum Econômico de Davos?

Ou já se trata de se colocar em prática ou estar testando as medidas destinadas a se criar um mundo totalmente diferente, controlado com a utilização de plataformas sociais e inteligência artificial (uma versão atual e mais sofisticada do 1984 de George Orwell: um totalitarismo utilizando câmeras). 

O sistema de controle e vigilância de toda população, imaginado pelo escritor, não é mais ficção e já pode ser instalado em todas as residências, ruas e locais coletivos para funcionar o dia inteiro.

Nos nossos dias, existem diversos países com vontade de controlar a formação de pensamento do seu povo. Reeditando um procedimento mais comum na Idade Média, algumas nações utilizam a censura, felizmente sem fogueiras. 

E, embora possa parecer surpreendente, os Estados Unidos, um dos países nos quais mais se fala atualmente em exercício da liberdade de expressão, é um dos maiores utilizadores da censura.

O jornal suíço Le Temps dedicou duas páginas da sua edição de fim-de-semana para destacar a existência de mais de 4 mil livros censurados nas bibliotecas e escolas estadunidenses, perguntando qual seria a sequência dessa vaga liberticida.
Entre os livros censurados estão O diário de Anne Frank, o próprio 1984 e Fahrenheit 451, de Ray Bradbury.

Essa realidade foi mostrada no documentário Os Bibliotecários, de Kim A. Snyder, exibido em janeiro no Festival do cinema independente de Sundance, em janeiro. Isso nunca se viu, nem na época do macartismo, se diz no documentário. Vale lembrar que a Constituição estadunidense garante a liberdade de expressão e a liberdade acadêmica.

Mas não é tudo e não vem só de Trump, mas também dos fundamentalistas que o apoiam desde o primeiro mandato. Nos dois últimos anos, houve mais 10 mil pedidos processuais de censura de livros, bem como de álbuns e manuais escolares tratando do período da escravidão e da luta pela liberdade e direitos cívicos dos afroamericanos.

Basta uma frase ou uma imagem para o livro ser catalogado como obsceno ou pornográfico pelas associações e grupos de pressão de fundo religioso nacionalista cristão.

O jornalista Jean-Jacques Roth afirma não serem só livros mas haver palavras e expressões proibidas pelo mundo trumpista numa ofensiva lançada contra a cultura, contra a ciência e contra a espinha dorsal do racionalismo moderno. 

Desde o primeiro mandato de Trump eram proscritos nos Centers for Disease Control os termos e expressões feto, diversidade, transgênero, baseados na ciência e apoiados por provas

Existe na era Trump uma enorme profusão de proibições, tais como as que incidem sobre designado homem ao nascer, identidade de gênero, LGBT, pessoas grávidas

Devem, ainda, ser evitados os termos ou expressões diversidade, justiça social, raça, etnia, discriminação, racismo

Trata-se de uma guerra de purificação léxica, destinada a desqualificar tudo quanto se relacione com valores progressistas e com os conceitos das ciências políticas e sociais. 

De acordo com Jean-Jacques Roth, o objetivo é o de se criar um mundo onde o real não se relacione com a razão mas sim com a vontade do poder dominante,
um mundo no qual não se procura a verdade mas no qual se decreta o que deve ser verdade. Isso tem um nome: totalitarismo
(por Rui Martins)

sexta-feira, 21 de março de 2025

APESAR DA VITÓRIA LOTÉRICA CONTRA A COLÔMBIA, SELEÇÃO BRASILEIRA PRECISA DE UM TÉCNICO MELHOR PARA O MUNDIAL

Aconteça o que acontecer com a Seleção canarinha na partida contra uma Argentina desfalcada de Messi e talvez desinteressada nas eliminatórias sul-americanas para o Mundial de 2026 (já que se classificou com um pé nas costas), o técnico Dorival Jr. merece ser mantido nos quatro jogos que ficarão faltando e receber, em seguida, o agradecimento final dos torcedores brasileiros. 

Afinal, ele herdou um escrete que fazia campanha horrorosa sob o comando de Fernando Diniz, com sete pontos conquistados em seis partidas (38,8% de aproveitamento e grande possibilidade de nem sequer garantir uma vaga para a Copa) e, nos sete jogos seguintes, a seleção obteve 15 pontos (71,4% de aproveitamento) e saltou para a vice-liderança, com o que a nossa torcida pôde voltar a dormir tranquila. 

O mérito dele só não foi maior porque esta comparação é feita com o desempenho de um dos piores treinadores que já estiveram à frente do nosso selecionado. Teimoso como uma mula, Diniz meteu na cabeça ter inventado a pólvora e não há quem consiga convencê-lo de que precisa preparar seus comandados para várias opções táticas (joga invariavelmente com o mesmo esquema, manjadíssimo).

A torcida do Flamengo sonha com o mister até hoje 
Mas, a vitória lotérica contra a Colômbia por 2x1 --graças a um gol no apagar das luzes e que só aconteceu porque a defensável finalização de Vinícius Jr. desviou num colombiano, rendendo o goleiro--, não deve iludir ninguém,

O Brasil de Dorival Jr. mais parece um bando de individualidades, cada uma delas tentando ganhar a partida à sua maneira, do que um conjunto de praticantes do football association

Que ele termine o serviço, seja demitido de forma respeitosa e se passe a buscar algum técnico capaz de fazer o escrete render contra os adversários muito mais qualificados que enfrentará no ano que vem.

O único treinador que obteve resultados incríveis e deslumbrou a torcida brasileira, de bom tempo para cá, foi o português Jorge Jesus no Flamengo de sonhos de 2019. 

Torço para que os cartolas da CBF, uma vez na vida, escolham um profissional que libere a criatividade dos jogadores, sem engessá-la com um excesso de imposições táticas brochantes.  

Quem realmente gosta de futebol hoje quer ver uma mágica sinergia de craques que atuam sem posições fixas e vão descobrindo as melhores formas de se complementarem em cada circunstância.

Abel Ferreira, o rei do piti
Não ao estrelismo de jogadores (que tentam resolver tudo sozinhos) ou de treinadores (que, prepotentes, tudo fazem para ser vistos como as principais vedetes dos seus times)!

Mais: foi estarrecedora para mim a informação de que Dorival Jr., aos 12 minutos do segundo tempo, escolheu, para substituir o inútil João Pedro, o Matheus Cunha... pelo critério de que tem 11 centímetros mais de altura do que Endrick, um jogador bem melhor!

Ou seja, em casa o Brasil mostrou ter mais receio do jogo aéreo da Colômbia do que de a partida terminar melancolicamente empatada, como era a tendência naquele momento. 

Já que o medo de perder tira de Dorival Jr. a vontade de vencer, ele não tem mesmo nada que fazer no banco brasileiro em plena Copa do Mundo. Não era assim que o Brasil atuava quando aqui era o país do futebol.
    
De resto, chega de esperar a ressurreição do Neymar, que já escolheu ser outra coisa na vida! 

E chega do deslumbramento com discípulos dos intragáveis José Mourinho e Diego Simeone, como o prima donna Abel Ferreira, valorizado no Brasil mas inexistente no resto do Planeta Bola! 

No futebol, pelo menos, Jesus é a solução... (por Celso Lungaretti)
Inspirada lembrança do que foi e nunca mais será...

segunda-feira, 17 de março de 2025

CABEÇAS PENSANTES DO GOLPE FLOPADO TÊM DE SER PUNIDOS COM MÁXIMO RIGOR!

F
aço questão de ser sempre coerente com meus ideais assumidos e com as convicções que tenha expressado anteriormente. 

Detesto quem desculpa e passa pano em tudo que envolve seus amigos, exigindo, contudo, o máximo rigor quando são seus inimigos que estão na berlinda.

Não sou religioso, mas me guio firmemente por Mateus 5:37: "Que suas palavras sejam sempre sim, sim e não, não, porque o que passa disto tem procedência maligna" (sem, contudo, imputar a falta de caráter à influência de um imaginário capeta, pois não passa de deficiência moral de nós mesmos, os humanos).   

Tudo isso posto, mantenho o que sempre escrevi e disse sobre o gado bolsonarista: a profunda ignorância desses cidadãos (?) os torna quase inimputáveis, como as crianças. 

Não sabem nada de nada dos valores do mundo civilizado. Detestam pensar e estão sempre em busca de quem pense por eles. Pagam dízimos ou cometem atos aberrantes obedecendo caninamente aos canalhas que os manipulam e exploram.

Esses seres vegetativos, desde que não tenham praticado atos violentos contra os humanos, não deveriam jamais ser encarcerados por sua participação na micareta golpista de 08.01.2023. Bastaria impor-lhes a prestação de serviços à comunidade durante um bom tempo.
Mas, ficou comprovada acima de qualquer dúvida a tentativa de anular-se pela força o resultado de uma eleição presidencial e impor nova ditadura ao Brasil, e isto não pode ficar impune nem ser tratado com benevolência. 

Foi porque Donald Trump não recebeu o merecido castigo pelo mesmíssmo crime que ele agora está vandalizando a civilização que a tanto custo construímos através dos séculos.

Então, as dezenas de mandantes da tentativa de virada de mesa no Brasil merecem cumprir até o último dia as penas a que fazem jus, inclusive como totais responsáveis pelas transgressões perpetradas por suas hostes zumbificadas.

O principal culpado por tudo que de pior aconteceu por aqui em passado recente, Jair Bolsonaro, está devendo ao povo brasileiro não apenas a punição pelo absurdo retrocesso civilizatório que encabeçou, como também pelas centenas de milhares de vidas que roubou dos coitadezas com sua sabotagem alucinada ao combate científico da pandemia de covid.

Deixando de lado a enorme profusão de delitos menores por ele cometidos, só os crimes maiores do golpismo e da sabotagem vacinal já são suficientes para mantê-lo encarcerado até o final de sua infame existência.    

Nós, herdeiros do repúdio dos melhores seres humanos aos regimes totalitários do século passado, temos o dever moral de nos mantermos fiéis ao basta! então dado aos grandes delinquentes políticos nos julgamentos de Nuremberg. 

Ou então, que voltemos todos às cavernas juntamente com os Trumps, Putins, Mileis e Bolsonaros, para nelas nos prostrarmos de novo à lei do mais forte! (por Celso Lungaretti)

sábado, 15 de março de 2025

SÓ FALTA O LULA NOMEAR UM XERIFE PARA EVITAR QUE GALINHAS SEJAM SACANEADAS

Muito barulho por nada em 1986. Teremos remake?
Já são 55% os brasileiros que desaprovam o governo errático do Lula, segundo pesquisa divulgada divulgada pelo instituto Ipsos-Ipec nesta quinta-feira, 13.

E o pior é que ele tenta reverter tal quadro mediante estridentes afirmações demagógicas, no pior estilo populista. Como esta, sobre o peso do ovo na disparada da inflação dos alimentos: 
"Não tem como explicar por que o ovo tá caro. Alguém está passando a mão, este é o dado concreto. Não sabemos quem é, e nós queremos saber. Estão sacaneando as galinhas".
Só falta o Lula mudar o ministro da Fazenda e nomear um xerife dos preços para ambos atuarem como fiscais dos galinheiros e dos supermercados. 

Que falta lhe fazem o Dilson Funaro e o delegado Romeu Tuma, aos quais coube o papel de palhaços do circense Plano Cruzado de fevereiro de 1986! Naquele tempo, até a extravagante proprietária de um restaurante paulistano batia boca com os responsáveis pela condução da política econômica do País e era por eles tratada como vilã do congelamento de preços...
Mal recebiam o pagamento, os brasileiros corriam a fazerem
compras, por saberem que o dinheiro logo se desvalorizaria

O que restou daquela shakespeareana tempestade de som e fúria significando nada

O presidente José Sarney foi escorraçado pelo eleitorado na eleição de 1989, abrindo caminho para a ascensão fulminante do embusteiro Fernando Collor. 

Este tinha fama de  caçador de marajás na distante Alagoas e conseguiu fazer o povo acreditar que ele seria eficiente na perseguição aos tubarões responsáveis pela disparada dos preços, depois de Sarney fracassar em tal empreitada. Deu no que deu.

Finalmente: antes que o Lula decida enveredar em definitivo pelo caminho da farsa irresponsável, quero lembrar-lhe que, depois da sucessão de pacotes econômicos policialescos e malogrados do Sarney, este deixou o governo como recordista da inflação brasileira em todos os tempos: 84,3% num único mês, março de 1990.

Será que o Lula não aprendeu nada com a história vivida? Ou já esqueceu tudo? (por Celso Lungaretti)

sexta-feira, 14 de março de 2025

O BRASIL APODRECE E AS FEMINISTAS CHIAM POR CAUSA DO VISUAL DA GLEISI

Feministas chiam porque Lula se referiu à Gliesi Hoffman como mulher bonita. Motivo: convertida para o identitarês, tal expressão equivale a mulher objeto.

Por que não chiavam antes, quando a talvez bela passava pano em todas as lambanças e asneiras do Lula, ajudando-o a domesticar o PT e a convertê-lo num sócio menor da burguesia na gestão da superexploração capitalista que se pratica nestes tristes trópicos?

Não são mulheres objeto as que lambem os pés dos seus amos e senhores, mesmo quando estes consentem em apenas simular o exercício do poder que as urnas lhes conferiram mas os parlamentares conservadores usurparam como quem tira doce de criança?

Enquanto desperdiçarmos tempo discutindo ninharias 
ao invés de irmos à raiz dos nossos problemas, a escória dominante não precisará que Lula lhe forneça mulheres belas. 

Comprará quantas desejar, neste país que foi apodrecendo cada vez mais sob a conciliação de classes estimulada pelo PT. 

Encerro com o questionamento do poeta Paulo Martins no filmaço Terra em Transe, mesmo porque de 1967 para cá nada verdadeiramente mudou: 
por Celso Lungaretti
"Não é possível acreditar que tudo isso seja verdade! Até quando suportaremos?
Até quando, além da fé e da esperança, suportaremos? 
Até quando, além da paciência, do amor, suportaremos?

Até quando além da inconsciência do medo, além da nossa infância e da nossa adolescência, suportaremos?"

DOIS DESAFIOS: O DO VELHO BLOGUEIRO E O DO PISTOLEIRO DESILUDIDO.

Depois de passar um constrangedor período de oito dias sem postagem nova, o blog Náufrago da Utopia levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. 

Não foi ainda desta vez que os ex-querdistas, ansiosos pelo esvaziamento do pensamento crítico e pelo abandono do combate intransigente ao capitalismo, livraram-se desta pedra no sapato deles. 

Mas, como não sou nem pretendo ser um homem de ferro, será aos poucos que atualizarei minhas análises sobre o estágio atual da agonia do capitalismo. 

O regime da exploração do homem pelo homem agora parece retornar aos contornos da distopia célebre de George Orwell, 1984, sobre três grandes blocos de poder disputando a hegemonia, mas priorizando, acima de tudo, usar os rivais como espantalhos para manter abúlicas as massas que exploram, intimidam e humilham.  

O retrocesso civilizatório se torna cada vez mais profundo e chocante, nos fazendo suspeitar de que chegaremos finalmente ao ponto de não-retorno. Mas disto trataremos em posts vindouros.

Por enquanto, vou me conceder a satisfação que sempre tenho em revelar aos leitores uma ou outra exceção no esgotamento do bang-bang como gênero cinematográfico. 

Isso me emociona desde que fui um dos poucos críticos a saudar no ato o surgimento do western italiano como um fenômeno importante na sétima arte. Isto eu fiz muito antes de Quentin Tarantino deslumbrar-se com a genialidade de Sergio Leone e Ennio Morricone, inclusive reverenciando em Kill Bill o clássico duelo na arena redonda...

O filme subestimado da vez é Desafio de um pistoleiro, que passou despercebido pelos cinemas mundiais em 1995 e só veio a ser notado a partir de sua inclusão nos pacotes das novas mídias.

Tal qual Keoma, de Enzo G. Castellari (1976), ora alçado a cultDesafio de um pistoleiro, de Larry Ferguson (1995) parece ser o desabafo de um diretor obrigado a entregar um montão de tralha cinematográfica até que, num afortunado momento, conseguiu  boas condições para realizar o filme com o qual sonhava. 

Algo tipo "vejam só o que eu poderia ter feito sempre se a indústria cinematográfica me bancasse".  

Também roteirista e ator, Ferguson não só soube criar uma história diferente do ramerrão dos westerns outonais que pululavam em fins do século passado, como descobriu seu intérprete ideal num eterno coadjuvante que aproveitou bem a chance de ombrear-se ao Clint Eastwood ou ao Franco Nero. 

Lance Henriksen tem um desempenho tão marcante que nos leva a indagar por que nenhum outro diretor pensara nele como anti-herói de faroeste.

Não se trata, evidentemente, de um novo Três homens em conflito, mas quem esperava muito pouco desse filme desconhecido teve uma grata surpresa. Foi o meu caso.

Duelista famoso do velho Oeste decepcionou-se com a vida que levava e procura manter-se incógnito num povoado mexicano para não ter de continuar matando os tolos que o provocavam, ansiosos por herdarem sua lenda.

Quando recebe um pedido de ajuda da única mulher que amara, faz longa viagem para ir atendê-la, com a esperança de reatar o antigo romance. Mas, como uma amarga ironia, ela não estava necessitada do homem cuja vida perigosa não quisera compartilhar, mas sim do atirador que pudesse salvar o marido marcado para morrer. 

E que, ao ficar conhecendo a filha que nem sequer vira nascer, é obrigado a escolher entre a retaliação (omitir-se) que até se justificaria num caso desses e o dever paterno de zelar pela segurança e felicidade da moça que outro homem estava criando no seu lugar. (por Celso Lungaretti)

 

quarta-feira, 5 de março de 2025

O PSOL NASCEU PARA SER ALTERNATIVA AO PT E A ELE VOLTOU COM O RABO ENTRE AS PERNAS. AGORA, QUER OBEDIÊNCIA CEGA

A
Folha de S. Paulo informa que o Psol está rachado quanto a se deve ou não apoiar de forma incondicional o governo Lula. 

Oito deputados defendem a submissão apriorística em toda e qualquer circunstância, enquanto cinco não esqueceram que seu partido nasceu em 2004 exatamente como uma alternativa à direitização e autoritarismo dentro do PT. 

Se era para balirem  sempre amém ao Lula --cuja taxa de erros e lambanças, vale dizer, tem aumentado assustadoramente desde então--, por que os primeiros psolistas se deram ao trabalho de criar uma nova identidade partidária? 

E o pior é que, além de não entregar o sol prometido, o Psol voltou incompreensivelmente ao ponto de partida.
Criança, não verás mais imagem nenhuma como esta: dirigentes 
do Psol alegremente papeando à frente de um pôster do Chê.

Até porque o PT é uma legenda que envelheceu muito mal e nada de novo e relevante tem sido capaz de apresentar desde o impeachment da Dilma Rousseff, que o deixou perdido no espaço. 
 

É óbvio que os cinco coerentes, dentre os quais se destaca a brava guerreira Luíza Erundina, mantêm-se fieis às melhores tradições da esquerda, que não existe para obedecer caninamente a ninguém. 

Sem pensamento crítico nem direito de colocar em discussão quaisquer posicionamentos dos quais se discorde, ainda que estando em minoria, o que restam? Apenas partidos castrados, domesticados, que da esquerda autêntica não têm mais nada.


Monolitismo é característica do inimigo. Para os que travamos o bom combate, não passa de veneno. Mortal. (por Celso Lungaretti)

segunda-feira, 3 de março de 2025

SEMPRE ESTIVE AQUI, PREZANDO A SÉTIMA ARTE TANTO QUANTO DESPREZO OS FALSOS BRILHANTES DO CINEMA COMO BUSINESS

Tido como o melhor filme de todos os tempos,
Cidadão Kane foi injustiçado pelo Oscar.
 
joão batista natali
O OSCAR NÃO É ARTE, É CINEMA COMO BUSINESS
O senso comum diz basicamente o seguinte: um filme indicado para o Oscar é melhor que um não indicado, enquanto um filme ganhador do Oscar tem qualidade superior ao de qualquer outro filme não ganhador.

Essa hierarquização da produção cinematográfica não passa de uma grande bobagem. E não em razão das imensas injustiças registradas pelo histórico da Academia (contra Charlie Chaplin ou Orson Welles).

A questão é outra. O Oscar é uma festa do cinema como business, e não como arte (...). A Academia deixou de ser um coletivo com votação democrática, em razão da mudança da estrutura do modelo de negócios de Hollywood.

Em nome de uma racionalização dos negócios, os estúdios emagreceram e se tornaram pequenos núcleos capacitados a terceirizar todas as tarefas, do contrato de um ator ao de uma empresa especializada em efeitos especiais, de um operador de câmera ao autor de trilhas sonoras.
Por ser esquerdista, Chaplin só receberia seu
Oscar em 1972, pelo conjunto da obra

...os núcleos operacionais em que se tornaram os estúdios estão sempre diante de um bom leque de opções para fechar pontualmente contratos que permitam fabricar determinado filme. 

Mas se o estúdio for ambicioso e quiser ganhar muito dinheiro por meio da premiação de um Oscar, ele vai terceirizar a produção com pequenos grupos e empresas que já têm um Oscar em seu portifólio.

Ou seja, antes mesmo que o filme comece a ser rodado, o produtor ou o estúdio já parte com um estoque de votos para o Oscar, dependendo de quem ele já contratou para a direção de fotografia ou iluminação, para a concepção das roupas, maquiagem ou escrita da música da trilha.

Vamos nos entender bem. O estúdio ou o produtor não compram o voto dos seus prestadores de serviços, no sentido corruptor que o verbo possa ter. Ele os integra a uma instituição coletiva que é a equipe para a produção de determinado filme. 

Os integrantes dessa equipe que têm o direito a voto na Academia irão, natural e obviamente, votar neles próprios. Com uma nova indicação ao Oscar ou com um novo Oscar, o prestador de serviços subirá de patamar na remuneração de seu trabalho.

A moral dessa história é simples. Não é verdade que os votos da Academia [9.905 no presente ano] nasceram por critérios individuais, de empatia emocional com os filmes. Eles votam também por critérios empresariais, para valorizar o produto cinematográfico no qual estiveram envolvidos.
Alfred Hitchcock também esperou uma eternidade
(até 1968) para ter seu enorme talento reconhecido
 
É claro que (...) não há nenhuma auditoria que indique a razão pela qual o votante "x" optou pelo filme "y" na categoria "z". Ele pode ser um admirador desinteressado e sincero, ou pode ser amigo, marido ou parceiro (terceirizado) da produção do filme pelo qual votou.

É por isso que o filme com o Oscar não é necessariamente melhor que o filme sem o Oscar. O filme com o Oscar é o filme com os votos daqueles que podem estar reagindo por uma motivação empresarial -- e não necessariamente artística.

Só quando o plano empresarial e o plano artístico se juntarem numa reação unificada, aí sim, teremos excelentes filmes merecidamente premiados com o Oscar. (até como uma homenagem ao grande jornalista que foi  João Batista Natali, falecido no finzinho do ano passado, preparei esta edição condensada de seu superlativo artigo sobre as ambiguidades que envolvem o Oscar. CL)
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