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sexta-feira, 15 de agosto de 2025

O CORDÃO DOS PUXA-SACO (DO DONALD TRUMP) CADA VEZ AUMENTA MAIS...

Pôster do símbolo da vergonha
francesa que foi o governo de Vichy
rui martins
SOBERANIA NACIONAL É
PARA SER RESPEITADA
Um grupo de nove governadores se reuniu na casa do governador do Distrito federal, Ibaneis Rocha, para discutir o tarifaço. Até aí, tudo bem.

Mas, o fizeram sem sequer mencionarem as ações desenvolvidas junto ao governo estadunidense pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro e às ameaças, chantagem e ingerências na soberania brasileira feitas pelo presidente Donald Trump com o objetivo de forçar o Supremo Tribunal Federal a anular o processo por golpismo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e lhe conceder uma ampla anistia para poder disputar as eleições presidenciais no próximo ano.

Ignorando o aspecto político do tarifaço aplicado ao Brasil, os governadores, representados junto à imprensa pelo governador Tarcísio de Freitas, se limitaram a criticar o presidente Lula por não ter ido a Washington negociar com Trump, como se não soubessem das tratativas feitas pelo vice-presidente Geraldo Alkmin. 

Essa abordagem, também utilizada numa entrevista pelo governador mineiro Romeu Zema, foi considerada como discurso de palanque com objetivo eleitoral pelo comentarista da Jovem Pan Cristiano Vilela, dado o resultado colhido por quem procedeu de tal maneira: a presidenta suíça Karin Keller-Sutter voou para Washington assim que seu país foi taxado em 39%, mas nem sequer foi recebida por Trump e voltou com as mãos abanando.

No caso do Brasil a situação se complica, pois as ameaças de Trump repercutidas pela própria embaixada dos EUA em Brasília e a ingerência ditando o que deve fazer o Judiciário brasileiro, consideradas pelo presidente Lula como atentatórias à soberania nacional, impedem uma negociação direta. Muitos comentários na imprensa são pela defesa da soberania brasileira e contra uma interferência estadunidense  no Judiciário brsileiro.

A posição assumida pelos governadores avestruzes, que devem estar com a cabeça enterrada na areia para não enxergarem a afronta na qual se constituem os ultimatos de Trump, nos fez lembrar de um episódio de 85 anos atrás. Mesmo depois da invasão da França pelas tropas nazistas havia políticos complacentes com Hitler, a ponto de constituírem um governo colaboracionista, comandado pelo marechal Philippe Pétain e Pierre Laval, o chamado regime de Vichy (1940-1944). 
Caiado, 1989, líder de jagunços na guerra do Pontal

Tal regime de sujeição voluntária aos invasores alemães transformou em leis francesas as exigências de Hitler. Foi o caso do envio dos judeus aos campos de concentração e extermínio nazistas, num plano antissemita de genocídio. 

O lema Deutsche Uber Alles (Alemanha Acima de Tudo) foi copiado no Brasil Acima de Tudo, da extrema direita evangélico-bolsonarista e não difere em muito do Make America Greater Again  (Faça a América Grande de Novo).

Trump não é Hitler, mas está evidentemente assumindo atitudes despóticas, inclusive dentro dos EUA. Interfere no funcionamento da Justiça e na rotina das universidades., Atropela os direitos humanos no tratamento e expulsão  dos imigrantes, convocando um reforço da Guarda Nacional em Washington como quem se prepara para aumentar seu poder discricionário e impedir resistências. 

Não se falava, na época, em Hitler ungido por Deus, mas uma grande parte da igreja luterana alemã apoiava Hitler e -- ao contrário da teologia do domínio criada nos EUA pelos pentecostais, baseada no Deus guerreiro do Velho Testamento -- a extrema-direita religiosa hitlerista queria se desfazer da herança judaica do cristianismo por um Jesus ariano. A igreja luterana anti-Hitler teve dois mártires, executados pelo governo nazista: Martin Niemoller e Dietrich Bonhoeffer

Por que essa equiparação ao regime colaboracionista de Vichy? Porque numa entrevista ao UOL, apesar da insistência de três entrevistadores, o governador Ronaldo Caiado  minimizou, ignorou, descartou hipocritamente a evidência de que o tarifaço de Trump contra o Brasil é político. 
Tarcísio e Zema: volta à aliança café com leite

Caiado, que presidia a União Democrática Ruralista quando esta trocava tiros com o MST no Pontal do Paranapanema (SP), mostra que três décadas e meia depois ele em nada mudou, complacente com Trump mas criticando a reação altaneira do presidente Lula, como se o Brasil fosse obrigado a se sujeitar aos desmandos arrogantes dos EUA. 

Lula deveria ter ido a Washington negociar com Trump sobre até onde vai a soberania brasileira e até onde podem legislar os ministros do Supremo Tribunal Federal?

Caiado, assim como Romeu Zema (MG) e Tarcísio de Freitas (SP), aceita que o Brasil seja submetido a um tratamento de colônia ou de país sujeito às leis e pressões autocráticas de um presidente estrangeiro, desvinculadas das normas internacionais de regulação do comércio exterior e taxas aduaneiras? 

Em caso afirmativo, esses três líderes presidenciáveis estariam abrindo mão da soberania e independência brasileiras, em favor de uma relação de sujeição e colaboração com os EUA, inspirada na França de Vichy.

Há também algo estranho nas últimas críticas do governo Trump ao Brasil, focadas no desrespeito aos direitos humanos e violências policiais. Não passaram despercebidas as denúncias às violências cometidas pela polícia de Guilherme Derrite, secretário de confiança do governador Tarcísio de Freitas.
O bananinha diz que aceita a missão de ser presidente.
Resta saber de qual país, Brasil ou Estados Unidos?

Detalhe: os articuladores e fornecedores de informações ao secretário de Estado dos EUA Marco Rubio e ao presidente Trump, contrárias ao governo e ao Judiciário brasileiros, são o neto do ditador João Figueiredo, Paulo Figueiredo, e o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, auto-candidato à sucessão de Lula e preferido pelo pai. 

Cabe, portanto, a suspeita de que tais denúncias sejam destinadas a inviabilizar junto a Trump uma candidatura, nas próximas eleições, do nome de Tarcísio de Freitas. Uma espécie de fogo amigo. (por Rui Martins)

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

POUPADO DO CUMPRIMENTO DE SUA PENA INTEGRAL, HITLER INCENDIOU O MUNDO. REPETIREMOS O ERRO COM O BOLSONARO?

Hitler no tempo do putsch da cervejaria

Jair Bolsonaro gosta de projetar uma imagem truculenta, pregando o fuzilamento de um ex-presidente, agredindo um senador franzino, falando em estuprar deputada, confraternizando com motoqueiros. distribuindo medalhas de imbrochável, imorrível e incomível, etc.

Se as coisas correm mal para ele, contudo, passa a funcionar no modo Tartaruga Touche (personagem dos desenhos de Hanna-Barbera que o tempo todo se lamuriava com a frase "Oh céus! Oh tempo! Oh azar!"), apelando para a mais repulsiva vitimização.

É o caso de agora, quando exibe sua tornozeleira aos jornalistas fazendo cara de coitadinho, enquanto o filho 01 engata um chororô patético porque o pobre papai está proibido de receber a visita de outros delinquentes.

O deprimente espetáculo tem o objetivo de abrir caminho para uma nova tentativa de virada de mesa institucional ou, ao menos, o de garantir ao Bolsonaro a continuação como chefão da extrema-direita (tal posição encontra-se fortemente ameaçada pelos concorrentes que não estão proibidos de disputar a eleição de 2026).

Difícil mesmo é encontrarmos justificativa para a pressão desvairada dos ratos de esgoto bolsonaristas, desde que passaram a apoiar-se nos músculos postiços que Donald Trump lhes forneceu, a favor de uma anistia ou indulto para o Hitler em miniatura que veneram.

Primeiramente porque Bolsonaro está soterrado sob uma montanha de provas e depoimentos que não deixam qualquer dúvida quanto ao fato de que ele comandou uma tentativa de autogolpe para manter-se na presidência da República após a derrota nas urnas em 2022. 
Bolsonaro na motociata, certo de estar agradando.
Parecia membro do conjunto Velhinhos Transviados
Depois porque nosso Poder Executivo, que Trump quer porque quer forçar a uma rendição ultrajante, não tem brecha legal nenhuma para libertar Bolsonaro enquanto ele continuar réu primário apesar do rosário de crimes que cometeu. Anistia ou indulto só poderão ser utilizados para interromper o cumprimento da sua pena quando ele já tiver sido condenado.

Então, o demencial tarifaço do Bolsonaro dos EUA, além de flagrantemente ilegal, é gratuito, porque o chantageado não tem como pagar o resgate cobrado pela bandidagem, qual seja a libertação do Trump do Brasil.

E, se houvesse como Lula atender aos chantagistas, seria justificável ceder a eles para evitar retaliações econômicas?

Muito politico sem noção e comentarista de internet sem caráter prega que se passe pano para Bolsonaro. Foi o que fez a Justiça de Munique com Hitler, preso como um dos líderes do putsch da cervejaria em novembro de 1923 e condenado a cinco anos de prisão. 

Libertou-o, contudo, em dezembro de 1924, aparentemente por considerar que cerca de 2 mil fanáticos, tentando controlar uma única cidade pela força, estavam muito longe de poderem conquistar o poder em toda a Alemanha. 

Da mesma forma, a defesa dos golpistas do 08.01 alega que a vandalização dos prédios dos Poderes num domingo não significaria o sucesso do autogolpe. 

Ora, em ambos os casos havia um plano meticulosamente elaborado e executado, incluindo forte pressão sobre autoridades, expostas até a humilhações, na tentativa de fazer com que traíssem seus deveres e passassem a apoiar a intentona.

Em Munique, inclusive, travaram-se tiroteios, com a morte de 16 nazistas e 4 policiais.
Quantos milhares de brasileiros terão morrido por
crerem que qualquer pajelança substituía vacina?
 

O xis da questão, contudo, é que a generosidade da corte de Munique concedeu a Hitler quase quatro anos para ele liderar a mudança de estratégia dos nazistas, que desistiram de tomar o poder por levantes armados e passaram a nele infiltrar-se mediante mandatos conquistados nas urnas, distorcendo-o por dentro até subjugá-lo totalmente.

Nos 13 meses em que permaneceu preso sem muito rigor, Hitler criou o livro que norteou a mudança de estratégia, Mein Kampf.

E pôde em seguida, nos quase quatro anos em que deveria ter permanecido preso, adequar o Partido Nazista para o novo papel que desempenharia na década de 1930, quando não só se tornaria o führer da Alemanha, como conquistaria total ou parcialmente várias pequenas nações mediante blefes, intimidações e demonstrações de força, para depois, com a segunda guerra mundial já declarada, estender seu domínio até à França.

Tivesse ele cumprido pena integral, haveria outro líder que concebesse e concluísse com tamanho êxito tal metamorfose do Partido Nazista? Jamais saberemos.

Como não sabemos que consequências trará uma eventual magnanimidade com relação a Jair Bolsonaro, cujos crimes são mais do que suficientes para garantir sua condenação ao máximo que a lei brasileira permite: 30 anos de prisão. 
A conquista da França teria sido tão fácil se Hitler
não fosse libertado após cumprir 1/5 de sua pena?

Mesmo levando-se em conta algumas reduções de pena possíveis, dará para termos certeza de que, mesmo que venha a ser longevo, voltará às ruas como um idoso inofensivo.

Já Hitler voltou às ruas como um personagem crucial para que a humanidade sofresse os horrores da segunda guerra, na qual morreram entre 70 e 85 milhões de pessoas. (por Celso Lungaretti)

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

37 MIL "PATRIOTAS" DESFILARAM PELA AVENIDA PAULISTA ERGUENDO BEM ALTO AS BANDEIRAS DA PÁTRIA DE SUA DEVOÇÃO

Quem são piores, os que carregam bandeiras alheias...
quarto ato público ultradireitista realizado em 2025 na avenida Paulista registrou uma pequena reversão na tendência de esvaziamento que vinha se configurando nos três anteriores:
* no dia 25 de fevereiro protestaram 285 mil fanáticos delirantes;
* em 6 de abril, 44,9 mil;
* em 29 de junho, 12,4 mil;
* neste domingo, 3 de agosto, 37,6 mil.

Os números não assustam. Percebe-se que os os novos totalitários bateram no fundo do poço em fins de junho e parte deles agora inicia uma tentativa de volta à superfície. 

Mas, não passam de 13,2% do contingente de fevereiro, pouco mais de um sétimo daqueles bovinizados que menos de seis meses atrás queriam ver o Brasil transformado numa Alemanha nazista.

Mesmo assim, nosso país não pode assistir indiferente a uma manifestação em favor de uma nação estrangeira que o trata como inimigo, quer causar-lhe grande prejuízo econômico e impor-lhe sua vontade na marra, forçando-o a não  punir indiscutíveis criminosos contra os quais acumulou uma verdadeira montanha de provas e depoimentos.
...ou os que batem continência para elas?
Se estivéssemos em guerra contra os EUA, esses traidores da pátria deveriam ser fuzilados como quinta-colunas.

Como é só o também golpista Donald Trump que está em guerra contra a ordem constitucional brasileira (pois canalhas dessa laia se atraem), caberia ao menos a imediata prisão dos líderes desses atos públicos que tentam convencer brasileiros à rendição face aos estrangeiros que os retaliam e enviam ultimatos insultuosos.

Quanto a Jair Bolsonaro, ficou evidenciada a sua intenção de desmoralizar a Justiça e a nação brasileiras, não restando a Alexandre de Moraes outra opção que não a de ordenar a sua imediata prisão.

Não numa solitária imunda como aquela em que a ditadura da qual Bolsonaro é tão nostálgico me manteve em 1970, só de cueca, com sangue e pus escorrendo do meu tímpano estourado, sem sequer uma torneira, muito menos qualquer coberta para as madrugadas geladas. 

Pode ser num confortável quarto como aquele destinado a Adolf Hitler após o fracasso do putsch da cervejaria, desde que Bolsonaro não insista em continuar insuflando golpes de estado mesmo no cativeiro. 
Fazem a saudação nazista? Que parece, parece...

Em troca dos privilégios que recebia, seu antecessor famoso se resignou  ao silêncio durante os nove meses de prisão que cumpriu.

Se o Jair  soubesse escrever, poderia até produzir sua versão do Mein Kampf. Mas isto seria pedir demais a tão medíocre personagem...
(por Celso Lungaretti)

sábado, 2 de agosto de 2025

46% DOS BRASILEIROS NÃO DIFERENCIAM TRAIDORES DA PÁTRIA DE PATRIOTAS

Excluídos os ditadores que usaram a faixa presidencial mas foram empossados pelas tropas e não pelos eleitores, o Brasil jamais teve presidente da República pior nem mais nocivo para os governados do que Jair Bolsonaro.

Insisto em considerá-lo uma miniatura do Adolf Hitler, só se diferenciando do führer nazista pela escala do morticínio que causou: algo entre 350 mil e 400 mil brasileiros foram vítimas fatais da pandemia de covid graças à sua sabotagem alucinada da vacinação, pois sob um presidente mentalmente equilibrado se salvariam, segundo concluíram instituições do mundo civilizado cuja credibilidade é incontestável.

O que equivale a dizer que Bolsonaro é o maior exterminador de brasileiros de todos os tempos.

Mesmo assim, o levantamento do DataFolha divulgado neste sábado (2) aponta que só 48% dos brasileiros são capazes de ter a única posição aceitável face a tal abominação, ou seja, querem vê-lo preso; e 46% não passam de gado tangido pelos berrantes da desumanidade e da barbárie, a ponto de preferirem vê-lo solto para continuar defendendo os privilegiados e desgraçando os coitadezas. 

E isto no momento em que ele e seu clã chegam ao fundo do poço em termos morais, mancomunados que estão com um governo estrangeiro que tenta passar como um trator sobre a soberania brasileira, recorrendo à mais vil chantagem para impor-nos seus caprichos.

Então, somos obrigados a constatar que 46% dos brasileiros não sabem sequer que traidores da pátria são o contrário de patriotas.

Trata-se de um
como queríamos demonstrar que chega seis dias depois do mais doloroso e importante artigo que escrevi na vida, Melancólica conclusão: a democracia não sobrevive à agonia do capitalismo.

Curvando-me à evidência dos fatos, admiti que o capitalismo, ora em estado terminal, levará de roldão a democracia burguesa: 
"...a minoria de privilegiados já não conta apenas com a força bruta para sufocar os anseios da maioria de explorados. Eventualmente ainda recorre a golpes de estado (...), mas consegue também conquistar maioria no Executivo e no Legislativo pelo voto popular, mesmo quando prega ostensivamente mentiras cabeludas e desumanidade extremada. 
Uma coisa é certa: a democracia já não nos serve mais como trincheira, pois é cada vez maior a facilidade com que o inimigo ocupa tal bastião".
E a pergunta que lancei em seguida continua em pé, sendo o que realmente resta discutirmos neste momento:
como revertermos a nova barbárie ultradireitista? 

Se não encontrarmos a resposta correta, estaremos nos condenando a mais mil anos de retrocesso civilizatório, como o ocorrido após a queda do Império Romano.

Isto, claro, se a nossa espécie não for extinta pelas alterações climáticas e caos econômico que nos golpearão com força total a partir da segunda metade deste século. (por Celso Lungaretti

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

COMO IDENTIFICAR UM ULTRADIREITISTA? EIS A PROVA DOS NOVE: POR IMBECILIDADE OU MÁ FÉ, ELE MENTE QUAL UM DEMENTE...


Quando Jair Bolsonaro se tornou presidente da República em 2018 mediante a campanha eleitoral mais mentirosa de todos os tempos, os brasileiros que conservam o espírito crítico e ainda utilizam talheres em vez de agarrar a comida com as patas acostumaram-se a identificar instantaneamente as mensagens ultradireitistas com fake news, acertando em 99,9% dos casos.

Mas há uma distinção importante que deixam de fazer ao simplesmente deletarem tais besteiróis tão logo constatam que são meras falácias, passando então a ocuparem-se de coisas sérias: a entre os absurdos nos quais os pascácios acreditam piamente e aqueles que os responsáveis pelas lavagens cerebrais sabem muito bem que não passam de papo furado e mesmo assim utilizam para engambelar os otários, apostando em que os ditos cujos jamais perceberão o logro.

Nos últimos tempos a segunda modalidade está de novo preponderando de forma avassaladora, fazendo lembrar a fase em que brasileiros morriam como moscas porque canalhas os levavam a crer que cloroquina servia como vacina contra a covid 19.
Bolsonaristas tinham motivos suspeitos para quererem
a volta daquela relíquia do Império, o Poder Moderador

E iam pastar em plena avenida Paulista, mugindo em uníssono que o artigo 142 da Constituição Federal autorizaria as Forças Armadas a atuarem como Poder Moderadoralgo que só existiu durante o Império, entre 1824 e 1889.

A credulidade dos bolsonaristas era tamanha que a Câmara Federal divulgou um parecer qualificando de fraude tal interpretação:
Não existe país democrático do mundo em que o Direito tenha deixado às Forças Armadas a função de mediar conflitos entre os Poderes constitucionais ou de dar a última palavra sobre o significado do texto constitucional".
Mas, como não ilustrou o parecer com figurinhas, os destinatários não entenderam bulhufas.

Pura má fé é a totalidade da chantagem tarifária de Trump, juntando às pressas situações diferentes que deveriam ser analisadas uma a uma... isto, obviamente, se não passavam de um tosco pretexto para impor arbitrariedades  e tentar reverter no grito a decadência estadunidense. 

Não houve sequer um esforço para camuflar que o garrote econômico era uma resposta a políticas que desagradavam à Casa Branca. Pelo contrário, na pressão alucinada contra o Judiciário brasileiro, o maluco que parece se ver como um soberano absolutista em pleno século 21 afirmou taxativamente que o seu objetivo era fazer cessar uma suposta caça às bruxas contra o golpista e genocida Jair Bolsonaro.
Trump só estava certo num ponto: os crimes de Bolsonaro, principalmente a sabotagem vacinal durante a pandemia, só teria um castigo à altura se houvesse uma caça às bruxas de verdade. 

Quem causou a morte de centenas de milhares de governados que, em países civilizados, decerto teriam sobrevivido à praga, merece muito mais do que prisão domiciliar ou tratamento nababesco em algum presídio preparado para receber notáveis. 

Jair Bolsonaro não é mesmo digno de ter Alexandre de Moraes como relator dos seus processos. Seria preciso um Torquemada redivivo para dar-lhe a justiça à qual fez jus. 

A má fé trumpiana, por sua vez, atingiu o ápice quando ele recorreu à Lei Magnitsky para uma finalidade que lhe é totalmente estranha.  A atuação dos ministros do STF em nenhum momento se caracterizou como extremista ou ditatorial. Tentar fazer Alexandre de Moraes ser visto como um juizeco qualquer que se haja prostrado a Adolf Hitler só serviu para meio mundo perceber o quanto Trump, ele sim, tem em comum com o execrado führer (vide aqui).

E a imbecilidade?  Para não alongar-me em demasia, apontarei apenas dois exemplos, começando pela ingenuidade inacreditável do bananinha ao relatar seus esforços para convencer um governo estrangeiro a tratar o Brasil e o povo brasileiro a pontapés. 

Deslumbrado com a influência que pensa ter exercido, em momento algum percebe que suas ações o levaram a ser unanimemente visto como um traidor da pátria, não só arruinando todas as suas pretensões políticas como desgraçando o próprio pai, que ficou sem chance nenhuma de evitar as condenações iminentes. 

Quanto à rainha do gatilho Carla Zambelli, além de haver conseguido a proeza de, em apenas três anos e meio, haver passado de segunda deputada mais votada do País a condenada a 10 anos de prisão cuja pena deverá ser aumentada em função de novos crimes, fala pelos cotovelos... bobagens e mais bobagens.

Supõe que de alguma forma ainda possa influenciar o curso dos acontecimentos, escolhendo a Itália como país onde mofará na prisão, quando a caçapa mais cantada deste momento é a que bem pouco demorará para ela voltar, extraditada, ao Brasil. 

E deita falação desinformada sobre dupla cidadania, ignorando que nesses casos a sentença é cumprida no país em que sua nacionalidade é prevalecente, ou seja, o Brasil.

Ou ela supõe que haja redução da pena para bobo da corte que use saia, ou deveria mudar imediatamente sua linha de defesa para portadora de transtornos mentais. Nem o próprio Bolsonaro tem tamanha tendência a dar tiros no pé cada vez que abre a boca.. (por Celso Lungaretti)  

domingo, 20 de julho de 2025

MELANCÓLICA CONCLUSÃO: A DEMOCRACIA NÃO SOBREVIVE À AGONIA DO CAPITALISMO

Atraiu 50 milhões de visitantes esta
exposição sobre progressos recentes
O
último momento em que houve grande confiança no progresso da civilização sob as salvaguardas democráticas foi o início do século 20, mas aí veio a 1ª guerra mundial e teve o efeito de um banho de água fria no otimismo que recentes avanços científicos e tecnológicos haviam  despertado.

Isto porque o conflito de 1914/1918 foi um pesadelo. Os dois lados escavaram trincheiras para bloquear o inimigo e conseguiram seu intento, imobilizando-se mutuamente. Então, dia após dia lançavam suas tropas em tentativas temerárias de quebrar o equilíbrio de forças, fracassavam e voltavam a suas posições, após sofrerem baixas tão elevadas quanto inúteis. Dava a impressão de que a carnificina se prolongaria indefinidamente. 

Foram, portanto, levadas de roldão aquelas fugazes esperanças e o sentimento dominante voltou a ser o de que a barbárie continuava à espreita e o homem, sempre propenso a reassumir o papel de lobo do homem. 

Certo quem estava era Edgar Allan Poe, ao constatar que o horror e a fatalidade marcavam a história da humanidade ao longo dos tempos. dispensando-o de datar a história trágica que iria contar, pois poderia ter acontecido em qualquer época.

Desde então o que se viu foi um festival de horrores: resiliências do colonialismo; fascismo; nazismo; o comunismo real (na verdade um capitalismo de estado intrinsecamente autoritário que horrorizaria Marx); um novo conflito mundial; o holocausto dos judeus e o posterior holocausto dos palestinos; a utilização de bombas atômicas contra um Japão na iminência de render-se; a guerra fria; as ditaduras bestiais brotando como cogumelos nas Américas Central e do Sul durante os anos de chumbo; a África quase toda abandonada à miséria, fome e disputas tribais, etc.

Mas, quando a crise dos misseis cubanos em 1962 colocou a humanidade a um passo da extinção durante três semanas, o susto foi tão grande que reavivou a vontade de viver de expressivos contingentes humanos, principalmente os jovens. 

A esquerda atravessou então seu grande momento, com os movimentos em prol dos direitos civis nos EUA, seguidos pela também vitoriosa resistência à Guerra do Vietnã; as Primaveras de Praga e de Paris; a contestação jovem nos EUA e em vários países europeus e americanos. 
Horrores da guerra de trincheiras foram banho de água fria
para quem acreditava em apogeu da civilização no século 20
 

Durante cerca de 10 anos muitos sonharam e muitos tentaram fazer com que os ganhos alcançados pelas gentes no processo produtivo  passassem a beneficiar a sociedade como um todo, libertando-a dos grilhões da necessidade, ao invés de serem usurpados por uma minoria de bilionários e outros parasitas.

Mas a maioria silenciosa (porque não tinha o que dizer) acabou prevalecendo sobre as minorias que tentavam escancarar as portas da percepção e desbloquearem os afetos para engendrar um futuro paradisíaco. 

Aquele foi o momento no qual o potencial produtivo da humanidade como um todo, por força dos avanços científicos e tecnológicos concretizados, finalmente possibilitava que se proporcionasse o suficiente, em termos materiais, para a realização plena de todos os seres humanos. Ou seja, depois de uma trajetória de milênios, finalmente podia ser transposta a barreira da necessidade.

Mas, para que o feito beneficiasse a todos e cada um dos habitantes de nosso planeta, a prioridade econômica suprema teria de ser o bem comum e não a perpetuação e continuo aumento da fortuna dos ricaços em detrimento da grande maioria dos seres humanos, condenada à miséria ou a estágios intermediários de insatisfação por nunca conseguir satisfazer totalmente  suas expectativas, insufladas até o paroxismo pela indústria cultural.
 
A desigualdade econômica, contudo, coloca à disposição dos privilegiados uma gama enorme de recursos para manterem subjugados os que estavam abaixo deles, contando para tanto com dois trunfos poderosíssimos: os fetiches do consumismo e a lavagem cerebral dos cada vez mais aprimorados meios de comunicação de massa (daí o empenho do Trump em garantir total liberdade de empulhação para as big techs). 
A indústria cultural é poderosa ferramenta de
dominação de classe, embora poucos percebam

Ao sair vitoriosa no embate contra as proposições da contracultura e as barricadas dos sonhadores do absoluto, a sociedade de consumo instaurou  uma nova ordem na qual o consumidor tem sempre razão mesmo quando não tem nenhuma razão. 

E a disseminação da internet por todas as classes de renda permitiu que aqueles que não tinham nenhuma razão fizessem ouvir estridentemente seu besteirol, superando, por serem bem mais numerosos, os que se preparavam para dizer coisa com coisa. 

A idiotia religiosa foi fortemente alavancada em detrimento do conhecimento científico e a lei do talião cada vez mais substituiu a empatia, a compaixão e a tolerância, pois é mais fácil exterminar os excluídos que cedem à tentação de tomar pela força o que já não conseguem obter com trabalho do que reeducá-los e dar-lhes acesso, ainda que limitado, aos oásis do consumo.  

O capitalismo agoniza porque só funciona a contento havendo continuo crescimento econômico, o que é impossível dadas as contradições que condenam contingentes cada vez mais amplos de seres humanos à miséria e à exclusão social.

A democracia agoniza porque a minoria de privilegiados já não conta apenas com a força bruta para sufocar os anseios da maioria de explorados. Eventualmente ainda recorre a golpes de estado como o que Jair Bolsonaro tentou (só fracassando por crassa incompetência dos conspiradores que reuniu e desmesurada covardia pessoal), mas consegue também conquistar maioria no Executivo e no Legislativo pelo voto popular, mesmo quando prega ostensivamente mentiras cabeludas e desumanidade extremada.

Como resistirmos à nova barbárie ultradireitista? É o que teremos de aprender em conjunto, à medida que formos conseguindo vitórias expressivas contra essa outra forma de infestação que, de tão nefasta, lembra até a pandemia de covid 19. 
Na democracia decadente, as escolhas estão
restritas ao que convém à classe dominante

Uma coisa é certa: a democracia já não nos serve mais como trincheira, pois é cada vez maior a facilidade com que o inimigo ocupa tal bastião.

Não podemos desconsiderar o fato de que, apesar de Donald Trump haver tentado um autogolpe com o ataque ao Capitólio em janeiro de 2021, conseguiu escapar da punição que se impunha simplesmente por haver, com suas vaquinhas de presépio, obtido uma maioria espúria na Suprema Corte. 

A decisão unânime de inocentar Trump pelo que ele era clamorosamente culpado faz crer que nem Hitler seria condenado por esses fiéis escudeiros fantasiados com togas. E o mandato que Trump não deveria estar exercendo é um rosário de ilegalidades gritantes mas toleradas, conforme os brasileiros estamos constatando.

Mais: não devemos nos tranquilizar com o fracasso do autogolpe bolsonarista pois, no frigir dos ovos, o que impediu o sucesso da conspiração foi ela não haver conseguido cooptar os generais. Se dependesse do restante da oficialidade, o mito não estaria reduzido ao mico surtado que a CNN expôs à execração pública.

A direita que usa os talheres deverá prevalecer nas eleições de 2026 e 2028, tendo, contudo, a direita que agarra a comida com as patas como coadjuvante. E é só. Conseguimos apenas adiar por alguns anos a tomada do poder pelos celerados, cuja faina para transformar o Brasil num hospício nem de longe cessou. O bananinha 03 está aí para comprovar.

E quanto mais a crise estrutural da economia capitalista agravar-se, provavelmente em sinergia com os estragos crescentes das alterações climáticas, mais o terreno ficará propício para a truculência obtusa dos ultradireitistas. 

Seguindo o exemplo do seu precursor Hitler na década de 1930, eles avançam como rolos compressores e, utilizando exigências falaciosas, blefes e demonstrações de força, vão submetendo implacavelmente os Poderes de várias democracias. 
Lavaram nossas almas: Gaviões da Fiel aderiram a manifestação de estudantes secundários
contra Bolsonaro na avenida Paulista e os ultradireitistas tiveram de esconder-se atrás dos PMs
A  opção que nos resta é voltarmos a travar as lutas sociais que nos permitam acumularmos força e mobilizarmos cada vez mais efetivos, percorrendo trajetória inversa à adotada pelo PT nas últimas décadas, quando o partido concentrou seus melhores esforços nas disputas eleitorais e chegou ao cúmulo de resignar-se à  tomada da avenida Paulista pela direita quando do
Fora Dilma! 

[O inimigo, no entanto, não passava de um tigre do papel e bastaram estudantes secundaristas e torcedores organizados do Corinthians para o escorraçarem na fase do Fora Bolsonaro!]

Só teremos alguma chance de êxito nas atuais circunstâncias se conseguirmos convencer os cidadãos comuns de que já somos e cada vez mais seremos a alternativa à barbárie. 

Daí ser fundamental termos sempre em mente que a violência deve partir apenas do inimigo, mas precisamos estar preparados para resistir a ela. Cabe-nos dar exemplo de civilidade, mas não de pusilanimidade... (por Celso Lungaretti)
"Vocês vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que
morreu ontem" (Caetano Veloso, reagindo a conservadores
de esquerda que o vaiavam em 1968 no Tuca)

sábado, 12 de julho de 2025

TRUMP, UMA CARICATURA DO HITLER, SUPÔS QUE DANDO TIROS NO CHÃO, O BRASIL DANÇARIA. É PERDEDOR NATO!

Tenho pena dos brasileiros que ainda comem na mão da grande imprensa. Ficam acreditando em novelas chinfrins como a da chantagem tentada por Donald Trump, que neste exato momento já é um completo e definitivo fracasso. 

Mas, vender jornais, revistas e espaços publicitários nas várias mídias é preciso. Explicarem a seus públicos o que realmente se passa não é preciso, pelo menos do ponto de vista da indústria cultural. Do boi só se perde o berro...

Trump, um mentecapto empoderado, acreditou que, como Hitler na década de 1930, submeteria os países a seus desígnios por meio de blefes e demonstrações de força. 

O detalhe é que ele realmente dispunha de força para demonstrar, como ficou comprovado quando a Inglaterra e a França cansaram de  se submeterem covardemente às chantagens e pagaram pra ver.

Trump, com os Estados Unidos em processo de flagrante decadência, já perdendo de goleada a corrida dos avanços científicos e tecnológicos para a China, não tinha condições políticas de usar contra nós uma ameaça militar (como as famosas blitzkriegs, às quais os alemães poderiam recorrer quando se fizesse necessário)  e, com isto,   forçar o Brasil a abdicar de sua dignidade de nação soberana. 

Que as pequenas nações europeias, diante da omissão da Inglaterra e da França, negociassem  o inegociável com um ferrabrás realmente poderoso chega a ser até desculpável. Mas os prejuízos com que Trump tenta agora ganhar de nós no grito estão longe, muito longe, de equivalerem àqueles que Hitler podia causar. 

E, quando a Inglaterra se livrou do premiê poltrão Neville Chamberlain, substituindo-o por um que não tinha medo de cara feia (Winston Churchill), constatou-se que o ogro ariano não era tão terrível quanto aparentava ser.

É exatamente esta a opção para o Brasil neste instante: ou se avacalha de vez com uma rendição não só vergonhosa como desnecessária, ou se une contra o  vilão pândego que, diria o Jards Macalé,  range, ruge, morde, mas não passa de um tigre de papel. Sabe de antemão que, caso mantenha a firmeza, inevitavelmente será o vencedor da pendenga.

Como nada prenuncia uma capitulação do Supremo, do Lula e do PT, só nos resta esperarmos o próximo dia 1º, quando Trump será obrigado a optar entre duas roubadas (honrar o blefe desastroso ou desistir dele com o rabo entre as pernas) para, em seguida, reagirmos à altura. Estamos com a faca e o queijo nas mãos.

O melhor, portanto, é deixarmos o golpista e genocida Jair Bolsonaro, o traidor da pátria Eduardo Bolsonaro, o errático Tarcísio de Freitas e outros personagens tão medíocres quanto estes fazendo o papel de palhaços na farsa trumpiana. É para isto, e só para isto, que todos eles servem.

De resto, a agonia de Roma entrou em sua fase derradeira a partir do ano de 376, quando começou a perda territorial expressiva e irreversível. 

Os historiadores consideram como principal marco de sua queda o ano de 395, quando as invasões bárbaras deram fim ao chamado Império Romano do Ocidente.

A minha impressão é de que os EUA estão vivendo agora o correspondente a esse período 376-395, não devendo transcorrer nem 19 anos até serem rebaixados para a segunda prateleira das nações poderosas. 

"Viver é perigoso", disse João Guimarães Rosa. Mas também pode ser maravilhoso se soubermos aproveitar as oportunidades históricas que às vezes nos caem do céu. (por Celso Lungaretti)  
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