quinta-feira, 26 de maio de 2016

CRÔNICAS DO MEU E DO TEU TEMPO - 1

A NOVÍSSIMA POLÍTICA 
DE ALIANÇAS DO PT
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Rui Falcão informou que o partido dará preferência a PC do B e PDT ao fazer as coligações para as eleições municipais. Mas, ora diabo, o que é que vocês querem? Não vamos ser radicais, é preciso avaliar o assunto "caso a caso". 

Segundo o mesmo Falcão, um aliado em algum município pode muito bem ser do PMDB, bastando apenas provar que não é golpista e que defende as causas sociais —apresentando um atestado de bom sujeito, talvez. E assim continuará, mesmo com um acusando o outro de algo tão extremo quanto GOLPE DE ESTADO, o casamento entre os dois partidos.

Afinal não é sempre, é só "dependendo do caso". O que Deus uniu, o homem não separa..

TEMER, COMENDO PELAS 
BEIRADAS DESDE 1981.
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Estes aqui são uns recortes de páginas do Estadão e da Folha de 1985, quando houve a crise na Segurança Pública em São Paulo, e o secretário era ele mesmo, o nosso arabezinho do Interior. 

A SSP quase rachou àquela altura, com Temer acusado de manipular a corrupção na Polícia Civil em favor da sua carreira política. O governador era então Franco Montoro, um sujeito democrático e sério, mas em meio a uma situação extremamente grave deixada pela ditadura militar. Um setor da Polícia Civil queria se distanciar da PM tanto quanto possível, por causa da horrível reputação dos Esquadrões da Morte, que eram quase como uma divisão da Polícia Militar.

Mas o espertalhão se saiu por cima e pôde realizar os seus sonhos como parlamentar, indo finalmente se sentar no colo de um presidente da República, o Lula, no ano de 2010. E é isso aí a história de Michel Temer.
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BEM UNIDOS, FAÇAMOS!

Na atualidade temos essa nova, nova de verdade, mobilização de estudantes secundaristas, que começou em São Paulo e já se espalha pelo Brasil. A linha é a de ocupar e tomar o poder nas escolas, ainda que por um período apenas, contra o pensamento e a vivência da burocracia, do reacionarismo, da mesmice, da conivência, da subserviência e da inércia, em defesa daquilo que todos dizem defender, uma revolução educacional no Brasil.

É claro que as ocupações, por si sós, revelam-se insuficientes e não produzem mudanças radicais, mas são uma experiência de radicalidade, de luta autônoma, sem manipulação, sem pedir licença a ninguém. Coisa muito boa há de se criar a partir daí. 

Quanto à política, esse setor da juventude rechaça por igual o PMDB, o PSDB, o PT, a pelega Ubes e todo o velho formato da política, sem afrouxar e sem dar trela a qualquer conversinha. Esses meninos e meninas sabem das coisas. 

O JOGO DOS SETE ERROS
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Durante as manifestações de 2013, enquanto a Polícia Militar sequestrava e assassinava o Amarildo no Rio, matava a bomba uma trabalhadora da limpeza pública em Belém do Pará e descia o sarrafo em estudantes e trabalhadores em São Paulo, contra um aumento de tarifas e depois contra outras coisas, a assessoria de imprensa petista (Brasil 247, Blog da Cidadania e  Conversa Afiada, dentre outras melancolias) gritava, com boa parte da torcida organizada do PT: Vai, PM! Dá-lhe, PM! 

O sr. ministro da Justiça José Eduardo Cardozo ofereceu solenemente a Força Nacional de Segurança ao Alckmin, para manter a ordem em São Paulo, enquanto Lula, pai dos pobres e mãe dos banqueiros, lavava as mãos como sempre. Aliás, pouco antes de 2013, falando sobre violência policial, Lula chegou a dizer: "Ué, a polícia bate em quem tem de bater".

Ao longo de uma década e meia, o PT se associou a tudo que não presta (a Michel Temer e Eduardo Cunha, inclusive), em nome de uma tal governabilidade

E agora, onde está essa maravilha, a milagrosa governabilidade? E, principalmente, para que serviu? 

Mas, lembrem-se, a culpa de todo o nosso fracasso como república, de toda a decadência política do Brasil e de todo o atraso da sociedade é deles, deles, lá longe, os ricos que não gostam de ver pobre andando de avião. 

O lado de cá, não: o lado de cá é santo e, ademais, é vítima de um golpe

Fácil, né? (por Eduardo Rodrigues Vianna)

2 comentários:

Paulo César disse...

Sempre que vejo uma foto de Rui Falcão,presidente do PT lembro da figura de Andrei GROMIKO, que foi ministro das relações exteriores por mais de vinte anos da antiga União Soviética.

Gromiko era chamado "rosto de aluminio, dado a inexpressividade de sua fisionomia.

Rui Falcão tem um rosto inexpressivo, de um burocrata. É um político desprovido de carisma que colocou-se a frente de um partido que muita esperança trazia ao nosso sofrido, espoliado povo trabalhador.

Que presidente de partido é esse que se diz de esquerda, socialista, mas que suas palavras não motiva nem os petistas? Não levando-o a sério.

Nunca tomou posições contra os grandes corruptos escancarados do PT como Pallocci que comprou um apartamento de R$ 7 milhões com "serviços de consultoria", Delubio Soares, os aloprados, etc, propondo a expulsão dos mesmos do partido.

E pior, nenhuma crítica dirigida aos filiados, pela indicação de Dilma e depois dela eleita ficou calado sobre sua desastrosa administração já no primeiro governo como presidenta.

Confundiu o partido, fundado por autênticos movimentos sociais e intelectuais engajados na luta política, com a vontade, o pragmatismo, a "inteligência assombrosa" de Lula.

Falcão, pelo menos na omissão,juntamente com Lula e outros, é um dos responsáveis, pela descaracterização, pelo desvio do PT que remeteu-nos para uma crise política mais profunda da história dado o descrédito, pelo povo, para toda a esquerda.

celsolungaretti disse...

Prefiro não julgar o Rui Falcão como dirigente, porque eu não seria imparcial no caso dele. Mas, vou relatar episódio que ficou entalado na minha garganta para sempre.

Em 1986, quando aqueles quatro petistas foram presos assaltando um banco em Salvador, o partido só pensou no efeito que o episódio teria na eleição de alguns meses depois. Expulsou-os e renegou-os.

Entraram em greve de fome e eu acabei assumindo a tarefa de fazê-la repercutir na imprensa, a pedido do pai de um deles, Rubens Lemos, que era meu companheiro de antologias poéticas.

Foi dificílimo, pois a direita os satanizava e os petistas queriam ficar longe deles. Não sobravam muitos a quem eu recorrer.

Mesmo assim, com um golpe de sorte, consegui o que parecia impossível: o ministro da Justiça determinou ao governador da Bahia que desse uma solução humanitária ao caso, atendendo às suas principais reivindicações, para que encerrassem o jejum.

Em seguida, houve uma reunião do PT na zona Oeste paulistana e eu compareci. No primeiro intervalo para o café, vi o Rui Falcão dando instruções a uma meia-dúzia de paus mandados.

No recomeço, ele passou a me atacar, com o apoio daquelas vaquinhas de presépio. Ou seja, cumpri meu dever de prestar solidariedade revolucionária a quatro militantes que fizeram besteira para jamais deveriam ter sido mandados às urtigas, como fez o PT. Fiz sozinho o que era obrigação do partido ter feito.

E o Rui Falcão foi capaz de afirmar que eu e os quatro de Salvador éramos todos "cachorros loucos".

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