(continuação deste post)
Os partidos políticos não agem de acordo com suas respectivas doutrinas estatutárias (quando as têm), mas sim movidos pela obsessão de conservar o poder já conquistado e aumentá-lo cada vez mais, daí estarem sempre pensando nas próximas eleições.Se não, vejamos:
— o Partido Trabalhista Brasileiro, do Roberto Jefferson é de ultradireita, não passando de um usurpador da tradição trabalhista getulista (que, vale dizer, sempre foi populista e equivocada);
— o Partido dos Trabalhadores, trabalhista com bandeira e estrela do socialismo, é social-democrata;
— o Partido da Social Democracia Brasileira é liberal-progressista;
— o Partido Democrático Trabalhista agora é apenas cirista, e poderia muito bem ser chamado atualmente de Partido dos Ferreira Gomes (mas só por enquanto...);
— os partidos liberais são nacionalistas, e por aí vai...
O liberalismo, que jamais funcionou eficazmente (nem mesmo nos países de economia forte), não tem força para se manter como doutrina política nas repúblicas da periferia do capital, portanto nunca teremos um liberalismo ortodoxo no Brasil.
Nem no Chile de Pinochet, que adotou um regime de força e um programa liberal, o liberalismo deu certo, cavando, pelo contrário, um profundo abismo social de classes. Será por isto que o Paulo Guedes o admira tanto?!
Solta dentro do galinheiro, a raposa sempre come as galinhas e engorda!
A social-democracia, num país da periferia do capitalismo, padece das agruras próprias às nações socialmente segregados pelo grande capital. Caso do Brasil, com moeda fraca e que paga juros altos por sua dívida, sendo apenas exportador de commodities sem valor agregado .
Quando bafejado pelos breves ventos da economia internacional favoráveis às commodities, como ocorreu do primeiro governo Lula, o Brasil teve seu período de vacas gordas, com os pequenos empresários ampliando os seus negócios, os bancos faturando alto e sobrando algum dinheiro para o assistencialismo populista que faz a alegria eleitoral dos governantes.
Mas, como no capitalismo a equação econômica é irresolúvel de modo permanente e satisfatório, passado a breve e relativa bonança, logo em seguida veio a tormenta e aquilo que antes servia como exemplo de boa política pública social e econômica virou desastre.
Foi o que aconteceu com Dilma Rousseff. Em que pese todos os seus esforços de conciliação com as classes dominantes e alianças políticas espúrias, seu governo acabou estagnado, com inflação e desemprego crescentes, insatisfação popular nas ruas sob cassetetes socialdemocratas, etc.
O liberalismo progressista praticado no governo FHC criou, de início, um clima de esperança (que era falsa) porque, com uma política monetária minimamente racional, conseguiu domar uma inflação que vinha resistindo a todos os planos econômicos e já atingira patamar próximo a 100% num único mês!
Registre-se que tal inflação descontrolada vinha desde os governos militares, passando por Sarney (o antigo presidente do partido da ditadura, que herdou o poder após a queda da dita cuja) e desembocando no bravateiro caçador de marajás, Collor de Mello.
Este último afirmava ter aquilo roxo, mas deixou, isto sim, o povo roxo de fome e os empresários com o dinheiro confiscado, levando a economia ao caos. (por Dalton Rosado – continua neste post)
Composição do Dalton sobre o espírito do capitalismo (rs)
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