O Jards Macalé morreu na semana passada, aos 82 anos. Foi um dos talentos que despontaram no tropicalismo, mas não conseguiram, de início, brilhar tão intensamente como Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia.
MO Jards Macalé Macalé morreu na semana passada, aos 82 anos. Foi um dos talentos que despontaram no tropicalismo, mas não conseguiram, de início, brilhar tão intensamente como Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia.
Mas, quando o quarteto de elite do tropicalismo foi intimidado pela ditadura, inclusive com prisão e desterro do Caetano e do Gil, a linha experimental do movimento sobreviveu graças ao Macalé e ao Tomzé.
O Macalé começou sua carreira profissional em 1965, como violonista nos espetáculos do Grupo Opinião. Mas só se tornou um artista notado pelo público e pela imprensa a partir de sua participação no quarto FIC, quando cantou "Gotham City e recebeu uma das maiores vaias da época dos festivais. Com isto, ficou conhecido como artista maldito.
Também em 1970 lançou o compacto duplo Só Morto,
mbém em 1970 lançou o compacto duplo Só Morto (acima), que ouvimos até ficar riscado, na nossa comunidade alternativa no Jardim Bonfiglioli. Morremos de rir com a ingenuidade dos censores, que não perceberam as referências à maconha na canção "Soluços" (a garganta arranhando, os lenços de papel para preparar o baseado, os olhos vermelhos e os óculos escuros para disfarçá-los).
Já o xote "Sim ou não" não passou batido pela censura, causando até uma rápida prisão do artista. O "se você disser que pode, garota, eu me caso com você" não iludiu os guardiões dos bons costumes, que, pelo visto, preferiam casamentos assexuados...
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