domingo, 26 de abril de 2020

LULA E MORO NO MESMO PALANQUE: SERÁ POSSÍVEL? SERÁ DESEJÁVEL?

No domingo passado, se eu escrevesse que Lula e Moro poderão em breve subir no mesmo palanque, a minha sanidade mental seria colocada em dúvida. Diriam que, como no Brasil até presidentes da República enlouquecem (e permanecem no cargo!), por que não eu?

Mas, o derretimento do Governo Bozo acelerou-se tanto que os cenários mudam radicalmente a cada instante.

Vai daí que, depois de muito relutar, o Lula curvou-se na última 3ª feira (21) à evidência dos fatos, colocando o PT no único rumo compatível com seus valores e tradições: o do Fora, Bolsonaro.

Três dias depois, o casamento de conveniência entre o antigo deputado do baixo clero e o antigo caçador de bruxas foi para os ares da forma mais tempestuosa possível. Só faltou trocarem murros.

Já como sinal dos novos tempos, enquanto despejava gravíssimas acusações no colo do Bozo, o Moro fez um surpreendente elogio aos governos petistas, por nunca terem tentado aparelhar a Polícia Federal. 

Agora, o Bozo dá mostras de que se debaterá furiosamente para salvar seu mandato enquanto estiver afundando, e com isto vai alongar inutilmente o caos político que neste momento é multiplicador de óbitos causados pela Covid-19. 

Presume-se, portanto, que vá ocorrer algo parecido com as diretas-já, assim que a pandemia o permitir.

Lula, evidentemente, estará no palanque, como esteve 36 anos atrás.

E ao Moro, depois do arranca-rabo com o Bozo, já tratado como traidor pelos bolsominions, convirá estar também, embora tenda a adiante herdar a liderança dessa ultradireita que, sem ele, ficará acéfala de vida inteligente, por mais ínfima que seja. 

Então, num primeiro momento, valerá a pena para o Moro dar mais um empurrão no Bozo, a fim de que o palhaço despenque logo no abismo e seja convocada a eleição para o mandato-tampão.

Ou seja, poderemos ver Lula e Moro suportando-se com sorrisos amarelos, assim como um dia foram vistos na mesma saia justa Getúlio Vargas e Luiz Carlos Prestes (respectivamente, o responsável último pela entrega de Olga Benário à Alemanha nazista e o homem que fora seu companheiro, pai de uma filha com ela).

Aguardemos os próximos e pouco edificantes capítulos. (por Celso Lungaretti)

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