O blogue Náufrago da Utopia está priorizando a discussão de questões inerentes à refundação da esquerda e à fase de defensiva estratégica na qual acabamos de ingressar.
Um agudo processo de crítica e autocrítica hoje é simplesmente imperativo, pois a derrota que acabamos de sofrer foi, em muitos aspectos, pior ainda do que a capitulação sem luta de 1964.
A reaglutinação de forças deve marchar paralelamente com a depuração moral, pois não conseguiremos reconquistar o respeito do cidadão comum se nossa imagem continuar associada à daqueles que, comprovadamente, tenham utilizado a atuação política para, de forma ilícita, perseguir objetivos pessoais como o enriquecimento e a conquista de status.
E, claro, como não adianta repetirmos o que deu errado na esperança de que na vez seguinte dê certo, temos de discutir quais as novas estratégias e táticas a serem adotadas, para substituírem as que chegaram ao esgotamento na atual década.
O espaço está aberto para todos que tenham contribuições pertinentes a oferecer, com este foco: o que vínhamos fazendo de errado e como deveremos agir daqui para a frente?
O mais do mesmo, evidentemente, não será bem-vindo, pois foi ele que nos reconduziu ao ponto de partida, obrigando-nos a começar de novo a lenta e longa trajetória para empurramos a pedra até o topo da montanha.
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Entretanto, as soluções por ele propostas, tais como “taxação de grandes fortunas e propriedades globais”, que vêm encantando a esquerda, situam-se dentro do espectro antigo no qual se tenta humanizar o capitalismo, como se nós pudéssemos administrar o diabo e seu tridente como um mal necessário.
A questão fundamental que se coloca na atualidade foi pouco percebida pelos inimigos do capitalismo de todos os tempos, inclusive pelos marxistas-leninistas... (continua aqui)
Lula tentou sem sucesso provar que era possível conciliar trabalho e capital. Não existe capitalismo humano: ele sempre será predador e monopolista.
Na ideologia pseudo-distributiva do PT, os beneficiários do Bolsa Família receberam a sua pequena quota do orçamento, e foi feito um grande alarde propagandista desta boa ação. Mas o que não se propagou foram os beneficiários dos juros altos, os empréstimos do BNDES, as isenções fiscais... (continua aqui)
Mas, a prefeita Maria Luíza tinha de cumprir as nossas promessas de campanha, tais como piso salarial para os professores e demais categorias profissionais cujos salários defasados vinham sendo corroídos ainda mais pela inflação da era Sarney, do PDS/PMDB; precisávamos repassar o duodécimo da Câmara de Vereadores mensalmente, sob pena de cassação do mandato; e, ainda sofríamos a perseguição por sermos a primeira prefeitura importante do PT, ainda por cima gerida por uma mulher (a primeira Prefeita de uma capital da história do Brasil).
Eu me perguntei: qual a utilidade que existia em assumirmos uma prefeitura como a de Fortaleza... (continua aqui)
Um agudo processo de crítica e autocrítica hoje é simplesmente imperativo, pois a derrota que acabamos de sofrer foi, em muitos aspectos, pior ainda do que a capitulação sem luta de 1964.
A reaglutinação de forças deve marchar paralelamente com a depuração moral, pois não conseguiremos reconquistar o respeito do cidadão comum se nossa imagem continuar associada à daqueles que, comprovadamente, tenham utilizado a atuação política para, de forma ilícita, perseguir objetivos pessoais como o enriquecimento e a conquista de status.
E, claro, como não adianta repetirmos o que deu errado na esperança de que na vez seguinte dê certo, temos de discutir quais as novas estratégias e táticas a serem adotadas, para substituírem as que chegaram ao esgotamento na atual década.
O espaço está aberto para todos que tenham contribuições pertinentes a oferecer, com este foco: o que vínhamos fazendo de errado e como deveremos agir daqui para a frente?
O mais do mesmo, evidentemente, não será bem-vindo, pois foi ele que nos reconduziu ao ponto de partida, obrigando-nos a começar de novo a lenta e longa trajetória para empurramos a pedra até o topo da montanha.
CELSO LUNGARETTI
OS IDEAIS REVOLUCIONÁRIOS SÃO A BÚSSOLA PARA UMA SOCIEDADE IGUALITÁRIA E LIVRE. JÁ OS GOVERNOS
VÊM, VÃO E NADA MUDA...OS IDEAIS REVOLUCIONÁRIOS SÃO A BÚSSOLA PARA UMA SOCIEDADE IGUALITÁRIA E LIVRE. JÁ OS GOVERNOS
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Em 1967, aos 16 anos, fiz minha opção definitiva pelos ideais de esquerda, que eu inicialmente identificava apenas com o marxismo.
A única mudança importante nas minhas convicções ideológicas, desde então, foi ter saído dos cárceres da ditadura convencido de que nada, absolutamente nada, justificava o esmagamento do indivíduo pelo Estado, que eu e meus companheiros sofrêramos na pele... (continua aqui)
A única mudança importante nas minhas convicções ideológicas, desde então, foi ter saído dos cárceres da ditadura convencido de que nada, absolutamente nada, justificava o esmagamento do indivíduo pelo Estado, que eu e meus companheiros sofrêramos na pele... (continua aqui)
MÁRIO SÉRGIO CONTI
REINA A PAZ EM BRASÍLIA
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A direção do PT começou uma discussão que deverá ser encarniçada. O objetivo imediato é decidir o que fazer diante da situação aberta pela queda da presidente. Isso implica, porém, fazer um balanço da experiência do partido em 13 anos de poder, sobretudo dos últimos tempos.
Dada a natureza do governo interino, e da sem-cerimônia com que ele viola a vontade popular expressa nas urnas, é fácil denunciar a nova ordem. Difícil será dizer o que fazer se Dilma for reconduzida ao Planalto. A sua presidência tenderá a ruir de novo –caso volte a governar como fazia desde que foi eleita. Não basta dizer Fora, Temer.
Dada a natureza do governo interino, e da sem-cerimônia com que ele viola a vontade popular expressa nas urnas, é fácil denunciar a nova ordem. Difícil será dizer o que fazer se Dilma for reconduzida ao Planalto. A sua presidência tenderá a ruir de novo –caso volte a governar como fazia desde que foi eleita. Não basta dizer Fora, Temer.
CELSO LUNGARETTI
AS LIÇÕES DA DERROTA E O
AS LIÇÕES DA DERROTA E O
QUE FAZERMOS DORAVANTE
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O jornalista Bernardo Mello Franco é um dos muitos críticos do último governo do PT que veem consequências sinistras na queda de Dilma Rousseff: "A posse de Michel Temer deve marcar a mais brusca guinada ideológica na Presidência da República desde que o general Castello Branco vestiu a faixa, em abril de 1964. Após 13 anos de governos reformistas do PT, o país passa ao comando de uma aliança com discurso liberal na economia e conservador em todo o resto".
Por um dever de coerência, todos que pretendemos contribuir para a emergência de uma sociedade que concretize os melhores anseios da humanidade através dos tempos –a justiça social e a liberdade– tivemos de repudiar o que o Governo Dilma se tornou... (continua aqui)
DALTON ROSADO
HUMANIZAR O CAPITALISMO SERIA COMO
ADMINISTRAR O DIABO E SEU TRIDENTE
HUMANIZAR O CAPITALISMO SERIA COMO
ADMINISTRAR O DIABO E SEU TRIDENTE
O escritor francês Thomas Piketty, autor do livro O capital no século XXI, um best seller mundial, faz uma análise estatística da concentração mundial da riqueza sob o capitalismo; sobre a falência dos serviços públicos; sobre a insolvência do sistema financeiro; da dívida pública; e por aí vai, para concluir que “o capitalismo é um beco sem saída”.
Entretanto, as soluções por ele propostas, tais como “taxação de grandes fortunas e propriedades globais”, que vêm encantando a esquerda, situam-se dentro do espectro antigo no qual se tenta humanizar o capitalismo, como se nós pudéssemos administrar o diabo e seu tridente como um mal necessário.
A questão fundamental que se coloca na atualidade foi pouco percebida pelos inimigos do capitalismo de todos os tempos, inclusive pelos marxistas-leninistas... (continua aqui)
CELSO LUNGARETTI
O COMPROMISSO DOS REVOLUCIONÁRIOS
O COMPROMISSO DOS REVOLUCIONÁRIOS
COM A CIVILIZAÇÃO
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Ao surgirem, tanto o marxismo quanto o anarquismo prometiam conduzir a humanidade a um estágio superior de civilização.
A proposta de ambos era a de um melhor aproveitamento do potencial produtivo existente, direcionando-o para a promoção da felicidade coletiva, ao invés de desperdiçá-lo em privilégios para uns poucos e parasitismo generalizado.
A hipótese anarquista nunca foi testada: não houve país em que cidadãos livres organizassem a economia e a sociedade sem a tutela do Estado.
A hipótese marxista não foi testada da forma como seus enunciadores previam: em países cujas forças produtivas estivessem plenamente desenvolvidas (continua aqui)
A proposta de ambos era a de um melhor aproveitamento do potencial produtivo existente, direcionando-o para a promoção da felicidade coletiva, ao invés de desperdiçá-lo em privilégios para uns poucos e parasitismo generalizado.
A hipótese anarquista nunca foi testada: não houve país em que cidadãos livres organizassem a economia e a sociedade sem a tutela do Estado.
A hipótese marxista não foi testada da forma como seus enunciadores previam: em países cujas forças produtivas estivessem plenamente desenvolvidas (continua aqui)
MARCOS NUNES FILHO
"O PT SÓ BENEFICIOU A POPULAÇÃO POBRE E TRABALHADORA QUANDO NÃO PRECISOU CONTRARIAR NENHUM
GRANDE INTERESSE"
GRANDE INTERESSE"
Na ideologia pseudo-distributiva do PT, os beneficiários do Bolsa Família receberam a sua pequena quota do orçamento, e foi feito um grande alarde propagandista desta boa ação. Mas o que não se propagou foram os beneficiários dos juros altos, os empréstimos do BNDES, as isenções fiscais... (continua aqui)
CELSO LUNGARETTI
O LEGADO DA SOCIEDADE ALTERNATIVA
O LEGADO DA SOCIEDADE ALTERNATIVA
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No início dos anos 80, quando trabalhava em revistas de música, tive uma breve amizade com o Raul Seixas.
O que nos aproximou foi termos ambos 1968 como referencial maior de nossas existências.
Canções tipo "Metamorfose Ambulante", “Tente Outra Vez”, "Cachorro Urubu" e "Sociedade Alternativa" lavavam minha alma, num momento em que a velha esquerda rabugenta se reconstruía, passando como um rolo compressor sobre os sonhos da geração das flores.
De papos sóbrios e etílicos que tive então com o Raulzito, posso dizer que o lance da sociedade alternativa era... (continua aqui)
DALTON ROSADO
É NISSO QUE DÁ...
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Quando me sentei da cadeira de secretário de Finanças da Prefeitura de Fortaleza, ainda na metade dos anos 1980 (antes da Constituição de 1988, portanto), as despesas correntes da Prefeitura somavam 120% das receitas.
Mas, a prefeita Maria Luíza tinha de cumprir as nossas promessas de campanha, tais como piso salarial para os professores e demais categorias profissionais cujos salários defasados vinham sendo corroídos ainda mais pela inflação da era Sarney, do PDS/PMDB; precisávamos repassar o duodécimo da Câmara de Vereadores mensalmente, sob pena de cassação do mandato; e, ainda sofríamos a perseguição por sermos a primeira prefeitura importante do PT, ainda por cima gerida por uma mulher (a primeira Prefeita de uma capital da história do Brasil).
Eu me perguntei: qual a utilidade que existia em assumirmos uma prefeitura como a de Fortaleza... (continua aqui)
3 comentários:
Eu gostaria de participar disto, Celso, mas como se faz? Mandando o(s) texto(s) por email?
Sim, mande o artigo, uma pequena biografia e arquivo de foto(s) p/ lungaretti@gmail.com
Certo.
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