sábado, 18 de março de 2023

PODEROSOS TENTARÃO IMPINGIR AO BRASIL UMA "SOLUÇÃO AL CAPONE" PARA OS CRIMES DO GENOCIDA FUJÃO

H
á pelo menos um mês (vide, p. ex.,
 este post meu e este do David) estamos alertando que se trama nos podres Poderes uma solução repulsiva e covarde para a imensidão de crimes cometidos por Jair Bolsonaro no exercício da presidência da República. 

Se depender desses pizzaiolos contumazes, ao invés das grades que ninguém como o Bozo jamais fez tanto por merecer no Brasil, sua punição será, tão somente, a inelegibilidade. 

Como este blog não segue a reboque nem da grande imprensa nem das redes sociais, mas está sempre à frente de ambas, continua sendo ignorado por aquele tipo de leitores para quem só importa o que todo mundo está dizendo.

E o pior é que pouco podemos fazer contra isso. Muito pouco. 

Por questão de princípios, continuaremos não aceitando inserções publicitárias nem o apadrinhamento por parte de quaisquer forças políticas. Nascemos independentes e assim seguiremos até o fim (do blog ou do Brasil...). 

Quem quiser esperar um mês ou mais para ver destacado na grande imprensa aquilo que antecipamos lá atrás, fique à vontade, embora preferíssemos mesmo é que os leitores nos ajudassem a espalhar pela web os artigos que, pelo menos em três casos (o do Dalton, o do Rui e o meu), são o resultado de meio século de lutas e do acúmulo de todo tipo de experiências. 

E não hesito em apontar o caçula da turma, o David, com um dos mais promissores talentos das novas gerações, uma das poucas esperanças de reconstrução da esquerda brasileira, que foi levada ao fundo do poço por reformistas e populistas. 

O resgate da combatividade da esquerda, que existe para dar um fim à exploração do homem pelo homem e não para coonestá-la no mendicante papel de força auxiliar da burguesia, vai ser a tarefa fundamental para os companheiros que virão daqui para a frente (daí frequentemente ilustrarmos nossos posts com a imagem da fênix).

Feita esta introdução, passo a reproduzir trechos da coluna semanal do Demétrio Magnoli na Folha de S. Paulo deste sábado (18). 

Não escondo meu motivo: será um acinte tal desfecho para o crapuloso mandato do pior presidente que este país já teve e maior assassino de brasileiros de todos os tempos. Se tal pizza for servida e consumida, o Brasil como o conhecemos terá acabado. 

Então, precisamos desde já iniciar a luta contra a proposta indecente. Antes que a pizza saia do forno. (por Celso Lungaretti)
.
AL CAPONE, BOLSONARO E NÓS (trechos)
Al Capone acabou em Alcatraz pelo menor de seus crimes: evasão fiscal. 

Os crimes comuns que pesam sobre Jair Bolsonaro no caso das joias pouco significam perto dos crimes constitucionais praticados sistematicamente ao longo de seu mandato. Mas delineia-se um cenário no qual o ex-presidente terá o destino do mafioso. Seria uma forma de misturar, no liquidificador da demagogia, impunidade com inelegibilidade.

Durante a pandemia, Bolsonaro:
— sabotou as restrições sanitárias e a campanha de vacinação, operando contra o direito coletivo a saúde pública; 
— seu governo estimulou a invasão de terras indígenas por garimpeiros e madeireiros, desafiando o compromisso estatal de proteção desses povos;
— durante quatro anos, o presidente mobilizou seus apoiadores em persistente agitação golpista, que culminou no 8 de janeiro de Brasília, traindo o dever de respeito às instituições democráticas. 

Contudo, ao que parece, responderá apenas por peculato, descaminho e abuso de poder.

A solução Al Capone tornaria Bolsonaro inelegível, por decisão do TSE, com base na Lei da Ficha Limpa. Seria um típico jeitinho brasileiro –isto é, um artifício para ignorar os princípios que sustentam a ordem democrática...

... enterrar na cova do esquecimento os crimes constitucionais de Bolsonaro equivale a assinar um cheque em branco para a delinquência antidemocrática dos detentores de poder, no presente e no futuro. E é isso que vai se desenhando, a julgar pela postergação infinita dos procedimentos judiciais necessários.

"Não vamos atirar pedras", respondeu o ministro do STF Luís Roberto Barroso quando indagado, no 9 de janeiro, sobre a responsabilização do ex-presidente pela tentativa de acender a faísca do golpe de Estado. 
A senha indica um desejo de grande parte da elite política. Bolsonaro leve e solto, impune, mas transferido ao gueto diáfano dos que não podem disputar eleições –eis a forma ensaiada de uma reconciliação nacional.

Al Capone era um criminoso comum. Colocá-lo atrás das grades, sob uma sentença qualquer, servia ao interesse público. 

Bolsonaro pertence a categoria diferente. A impunidade de seus crimes constitucionais só serve, no fim das contas, aos interesses de longo prazo do bolsonarismo. (por Demétrio Magnoli)

2 comentários:

Anônimo disse...

A quem interessar possa:
https://gilvanmelo.blogspot.com/2023/03/demetrio-magnoli-al-capone-bolsonaro-e.html

Anônimo disse...

Zero surpresa... surpreenda-me, pindorama, com honestidade!

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