Adams: só por "períodos curtos". |
A defesa formal da presidenta Dilma Rousseff no caso das chamadas pedaladas fiscais (*), entregue ao Tribunal de Contas da União pelo titular da Advocacia Geral da União Luís Inácio Adams, bate na surrada tecla do nós fizemos, mas os outros também faziam.
Trata-se de uma saída pela tangente que, desde o mensalão, vem sendo amplamente utilizada como justificativa retórica de irregularidades e ilicitudes. Como é anêmica em termos legais, só recorre a ela quem não tem coisa melhor para alegar.
Os petistas não estão mentindo, o rigor do Judiciário e da imprensa com relação às administrações peemedebistas, tucanas, etc., era mesmo bem menor. Mas, há um porém: foi exatamente para acabar com tais práticas viciadas e viciosas que tantos idealistas ralaram tanto para levarem o PT ao poder. Constatarmos que continua tudo como dantes no quartel de Abrantes é, no mínimo, desalentador.
Adams admitiu que as pedaladas realmente ocorreram, mas "em períodos curtos". Fico imaginando qual sentença receberia um réu que, indagado se estuprou, respondesse ao juiz: "Estuprei sim, mas foi por períodos curtos".
Segundo Adams, esse tipo de contrato de prestação de serviços é adotado há vários anos e não foi objeto de questionamento por parte do TCU em gestões anteriores:
"Os números da Caixa [Econômica Federal] mostram que existe uma sistemática com relação ao repasse dos bancos públicos em que havia situações de pagamentos descobertos. Essa prática tinha momento de volumes maiores ou menores, mas o fato é que ela se incorporou como uma realidade do ponto de vista do sistema de pagamentos".
O que não quer dizer absolutamente nada; se todo delito não punido servir como pretexto para delitos posteriores também não serem punidos, a impunidade vai eternizar-se e acabaremos numa geleia geral. Em algum ponto do caminho alguém tem de dar um basta!.
Os petistas deveriam estar carecas de saber que corriam enorme risco de tal basta! ser dado quando chegasse a vez deles no Palácio do Planalto, daí o imperativo de não fornecerem, de mão beijada, motivos para acusações fundamentadas. Vacilaram e agora é tarde, Inês é morta.
Fizeram, sim, o que todos faziam, mas fica ridículo pretenderem que não devam ser punidos porque outros não o foram. O homem comum, cujos deslizes fazem invariavelmente desabar sobre si todo o rigor da lei, não engole que os poderosos sempre escapem ilesos. Estão aí as pesquisas de avaliação de Dilma.2, que não me deixam mentir; nunca dantes neste país um governo foi tão rejeitado logo no seu sétimo mês, e isto se deve, em boa parte, à percepção generalizada de que é conivente com a avacalhação.
Uma das coisas que mais me incomodam no PT de hoje, tão distante daquele de 1980, é ter descambado para uma constrangedora amoralidade. Jogou os princípios no lixo e se move ao sabor das conveniências.
Já fez alianças com vilões de carteirinha da política brasileira (José Sarney, Paulo Maluf, Fernando Collor, Renan Calheiros, ACM, Jader Barbalho, etc.). Já defendeu os piores segmentos do empresariado (é estarrecedor estar derramando lágrimas de crocodilo pelos grandes empreiteiros, apenas e tão somente para desacreditar a Operação Lava-Jato!!!). Já ajoelhou e rezou nos biliardários templos dos mais cínicos exploradores da fé. Já se omitiu vergonhosamente quando escabrosas ditaduras barbarizavam seus dissidentes.
Parece nunca lhe ocorrer que, agindo assim, está levando o povo a crer que esquerdistas descumprem as leis, pactuam até com o diabo para obterem vantagens políticas, alinham-se com inimigos figadais sempre que lhes convém, são coniventes com vis estelionatários e estão se lixando para os direitos humanos. Um prato cheio para a propaganda adversa da direita e da extrema-direita..
PT, quem te viu, quem te vê... Quem não o conhece, não pode mais ver pra crer. Quem jamais o esquece, não pode reconhecer!
* atraso proposital, por parte do Tesouro Nacional, do repasse de dinheiro para autarquias e bancos (públicos e privados), com o objetivo de maquilar --melhorar artificialmente-- as contas federais.
2 comentários:
O PROTESTO 1955 / 2O15. 60 ANOS do Poeta CARLOS DE ASSUMPÇÃO o mestre que completa 88 anos de muitos parabéns num sábado de muita luz 23 de maio glorioso que realça valoriza nossa luta a historia sempre viva do poeta guerreiro Cassump de Ébano como disse o herói poeta angolano Agostinho Neto.
CARLOS DE ASSUMPÇÃO seu nome esta realçado entre os maiores poetas do mundo e assim no Brasil nas principais obras da cultura afro brasileiro"A Mão Afro-Brasileira" Emanoel Araújo. “Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana” Nei Lopes. “Enciclopédia Quem é quem na negritude brasileira” Eduardo de Oliveira.Enciclopédia“África Mãe dos Gênios Negros Afros Brasileiros” Jorge J. Oliveira entre outras obras. Os Dizeres dos grandes mestres sobre Carlos Assumpção diz Abdias do Nascimento é o meu poeta, Solano Trindade Protesto é minha alma, Geraldo Filme me arrepia, Clovis Moura a lira de nossas revoltas, Barbosa sinto cada letra, Prof. Eduardo Oliveira minha inspiração, Luís Carlos da Vilaa alma da Kizomba,Tião Carreiro uma alegria triste, Milton Santos Diz tudo, Grande Otelo é o Poema Hino Nacional da luta da Consciência e Resistencia Negra Afro-brasileira.
CARLOS DE ASSUMPÇÃO – O maior poeta da militância negra da historia do Brasil autor do poema o PROTESTO Hino Nacional da luta da Consciência eResistencia Negra Afro-brasileira. O poetaAssumpção é o maior ícone das lideranças e dos movimentos negrose afros brasileiras e uma das maiores referencias do mundo dos ativistas e humanistasem celebração completa 88 anos de vida. CARLOS DE ASSUMPÇÃO nasceu 23 de maio de 1927 em Tiete - SP. Por graças e as benções de Olorum 88 anos de vida com sua família, amigos e nós da ORGANIZAÇÃO NEGRA NACIONAL QUILOMBO O. N. N. Q. FUNDADO 20/11/1970 (E diversas entidades e admiradores parabenizam o aniversario de 88 anos do mestre poeta negro Carlos Assumpção) temos a honra orgulho e satisfação de ligar para a histórica pessoa desejando felicidades, saúde e agradecer a Carlos de Assunpção pela sua obra gigante, em especial o poema escrito em 1955 o Protesto que para muitos é o maior e o mais significante poema dos afros brasileiros o Hino Nacional dos negros. “O Protesto” é o poema mais emblemático dos Afros Brasileiros e uns das América Negra, a escravidão em sua dor e as cicatrizes contemporâneas da inconsciência pragmática da alta sociedade permanente perversa no Poema “O Protesto” foi lançado 1958, na alegria do Brasil campeão de futebol, mas havia impropriedades e povo brasileiro era mal condicionado e hoje na Copa Mundial de Futebol no Brasil 2014 o poema “O Protesto” de Carlos de Assunpção está mais vivo com o povo na revolução para (Queda da Bas. Brasil.tilha) as manifestações reivindicatórias por justiça social econômica do povo brasileiro que desperta na reflexão do vivo protesto.
O mestre Milton Santos dizia os versos do Protesto e o discurso de Martin Luther King, Jr. em Washington, D.C., a capital dos Estados Unidos da América, em 28 de Agosto de 1963, após a Marcha para Washington. «I have a Dream» (Eu tenho um sonho) foram os dois maiores clamores pela liberdade, direitos, paz e justiça dos afros americanos. São centenas de jornalistas, críticos e intelectuais do Brasil e de todo mundo que elogia a (O Protesto) (Manifestação que é negra essência poderosa na transformação dos ideais do povo) obra enaltece com eloquência o divisor de águas inquestionável do racismo e cordialidade vigente do Brasil Mas a ditadura e o monopólio da mídia e manipulação das elites que dominam o Brasil censuram o poema Protesto de Carlos de Assunpção que é nosso protesto histórico e renasce e manifesta e congregam os negros e todos os oprimidos, injustiçados desta nação que faz a Copa do Mundo gastando bilhões para uma ilusão de um mês que poderá ser triste ou alegre para o povo brasileiro este mesmo que às vezes não tem ou economiza centavos para as necessidades básicas e até para sua sobrevivência e dos seus. No Brasil
.
Organização Negra Nacional Quilombo ONNQ 20/11/1970 –
quilombonnq@bol.com.br
O PROTESTO 1955 / 2O15. 60 ANOS do Poeta CARLOS DE ASSUMPÇÃO o mestre que completa 88
Poema. Protesto de Carlos de Assunpção
Mesmo que voltem as costas
Às minhas palavras de fogo
Não pararei de gritar
Não pararei
Não pararei de gritar
Senhores
Eu fui enviado ao mundo
Para protestar
Mentiras ouropéis nada
Nada me fará calar
Senhores
Atrás do muro da noite
Sem que ninguém o perceba
Muitos dos meus ancestrais
Já mortos há muito tempo
Reúnem-se em minha casa
E nos pomos a conversar
Sobre coisas amargas
Sobre grilhões e correntes
Que no passado eram visíveis
Sobre grilhões e correntes
Que no presente são invisíveis
Invisíveis mas existentes
Nos braços no pensamento
Nos passos nos sonhos na vida
De cada um dos que vivem
Juntos comigo enjeitados da Pátria
Senhores
O sangue dos meus avós
Que corre nas minhas veias
São gritos de rebeldia
Um dia talvez alguém perguntará
Comovido ante meu sofrimento
Quem é que esta gritando
Quem é que lamenta assim
Quem é
E eu responderei
Sou eu irmão
Irmão tu me desconheces
Sou eu aquele que se tornara
Vitima dos homens
Sou eu aquele que sendo homem
Foi vendido pelos homens
Em leilões em praça pública
Que foi vendido ou trocado
Como instrumento qualquer
Sou eu aquele que plantara
Os canaviais e cafezais
E os regou com suor e sangue
Aquele que sustentou
Sobre os ombros negros e fortes
O progresso do País
O que sofrera mil torturas
O que chorara inutilmente
O que dera tudo o que tinha
E hoje em dia não tem nada
Mas hoje grito não é
Pelo que já se passou
Que se passou é passado
Meu coração já perdoou
Hoje grito meu irmão
É porque depois de tudo
A justiça não chegou
Sou eu quem grita sou eu
O enganado no passado
Preterido no presente
Sou eu quem grita sou eu
Sou eu meu irmão aquele
Que viveu na prisão
Que trabalhou na prisão
Que sofreu na prisão
Para que fosse construído
O alicerce da nação
O alicerce da nação
Tem as pedras dos meus braços
Tem a cal das minhas lágrima
Por isso a nação é triste
É muito grande mas triste
É entre tanta gente triste
Irmão sou eu o mais triste
A minha história é contada
Com tintas de amargura
Um dia sob ovações e rosas de alegria
Jogaram-me de repente
Da prisão em que me achava
Para uma prisão mais ampla
Foi um cavalo de Tróia
A liberdade que me deram
Havia serpentes futuras
Sob o manto do entusiasmo
Um dia jogaram-me de repente
Como bagaços de cana
Como palhas de café
Como coisa imprestável
Que não servia mais pra nada
Um dia jogaram-me de repente
Nas sarjetas da rua do desamparo
Sob ovações e rosas de alegria
Sempre sonhara com a liberdade
Mas a liberdade que me deram
Foi mais ilusão que liberdade
Irmão sou eu quem grita
Eu tenho fortes razões
Irmão sou eu quem grita
Tenho mais necessidade
De gritar que de respirar
Mas irmão fica sabendo
Piedade não é o que eu quero
Piedade não me interessa
Os fracos pedem piedade
Eu quero coisa melhor
Eu não quero mais viver
No porão da sociedade
Não quero ser marginal
Quero entrar em toda parte
Quero ser bem recebido
Basta de humilhações
Minh'alma já está cansada
Eu quero o sol que é de todos
Ou alcanço tudo o que eu quero
Ou gritarei a noite inteira
Como gritam os vulcões
Como gritam os vendavais
Como grita o mar
E nem a morte terá força
Para me fazer calar.
Organização Negra Nacional Quilombo ONNQ 20/11/1970 –
quilombonnq@bol.com.br
Postar um comentário