segunda-feira, 12 de agosto de 2019

ALGO MAIOR ESTÁ PARA ACONTECER E PODE MUITO BEM SER NAS JORNADAS DE AMANHÃ. TODOS ÀS RUAS!

Estudantes e trabalhadores voltarão às ruas amanhã para protestar contra os cortes no orçamento da Educação e o projeto "Future-se", tentativa do governo atual de terceirizar o financiamento do ensino público. [Será que "F...-se" não estaria mais de acordo com a essência dessa iniciativa?]

A data é agourenta (13 de agosto), até porque o desespero da horda bolsonarista que sente o chão fugir sob seus pés inspira inquietação:  os espasmos de agonizantes às vezes são violentos.

O guerreiro Ricardo Kotscho, que não perdeu a sensibilidade do grande repórter que era quando o regime dos generais começava a marchar para a lixeira da História, vê semelhanças com o "final de 1983, nos estertores da ditadura militar, quando líderes de diferentes partidos e de movimentos sociais começaram a discutir formas de mobilização pela redemocratização do país".

Então, confiarei no seu taco:
"Não são só os estudantes, professores e artistas.
A inédita União das Centrais Sindicais mobiliza trabalhadores de todas as áreas, assim como os movimentos sociais e populares, que andavam sumidos das ruas.
É a sociedade civil organizada que está voltando a se manifestar, num momento de sufoco extremo, em que ninguém aguenta mais os desmandos desse governo demente e entreguista, comandado por um capitão desvairado, que agora deu para desfilar de motocicleta e jet-sky por Brasília.  
Por onde andei neste final de semana — não sei como ficaram sabendo dos protestos — muita gente já se programava para ir à avenida Paulista, local da manifestação aqui em São Paulo, a partir das 16 horas".
Embora eu não tenha captado tal clima pela cidade, faz todo sentido que a irreversível desmoralização de Sergio Moro e da Lava-Jato, somada às consecutivas e gritantes evidências de descontrole governamental, assim como à constatação da impotência com que nossas bizarras otoridades assistem ao agravamento da crise econômica, tenham feito a paciência dos brasileiros chegar ao limite. 

Algo maior está para acontecer, só não se sabe quando. A gota d'água que entornará o copo da insatisfação do nosso povo sofrido pode muito bem fazer sua aparição amanhã!

E uma coisa é certa, a onda neofascista reflui em escala internacional: 
— o Brexit está em vias de ser implantado pra valer no Reino Unido, com tal potencial devastador que poderá fazer os britânicos sentirem saudades de quando tinham de suportar os bombardeios do Hitler; 
— as mágicas bestas de Trump na economia caíram no vazio e, sem conseguir entregar o boom econômico prometido na última campanha presidencial, sua reeleição deve virar pó de traque; e 
— até na Argentina se desenha uma macro-derrota do Macri, que equivalerá a uma hiper-derrota de Bolsonaro, aquele insensato que andou por lá buscando lã e tende a ter seu prestígio mais tosquiado ainda, se isto ainda for possível...

Neste momento em que as aberrações vindas à tona com a onda ultradireitista começam a afundar de novo nas profundezas de onde jamais deveriam ter saído, estarei na avenida Paulista e espero que todos os leitores deste blog participem das manifestações marcadas para pelo menos 80 cidades brasileiras, na esperança de que venhamos mesmo a contribuir para um momento decisivo nossa da História. 

Afinal, tanto quanto no caso do Jânio Quadros, não há período mais emblemático para a queda do Bolsonaro que o mês do cachorro louco. (por Celso Lungaretti)

3 comentários:

Anônimo disse...

Celso,
Governar um país imenso como o nosso pode ser bem difícil.
Só o fato de mantê-lo coeso já é uma grande vitória contra a entropia sistêmica.
Os personagens que arcam com essa imensa responsabilidade muitas vezes vergam sob o peso dela e ameaçam cair.
O ministro Guedes pediu paciência... ele que é impaciente.
Mas, quem tem paciência?
Parece que o Chaves tinha razão quando dizia "ninguém tem paciência comigo".
Os caras estão fazendo o possível dentro da lógica do capital que adotaram e são inteligentes o suficientes para saber que é inviável, a dívida é impagável e querem segurar as pontas para entregar o abacaxi para o próximo governo descascar, ou não.

Já o povo não governa nem a si mesmo, quanto mais uma estrutura gigantesca como é o Brasil?
Pura massa de manobra não é capaz de entender a quem serve a estratégia de "ir para a rua".
Se compreendessem em menos de um mês o mundo seria outro.
Antevejo o fracasso tanto deste governo quanto dos paladinos que o substituirão.
E vejo como inócuas as manifestações.
Decerto, factoides nascerão e os aproveitadores de sempre obterão vantagens em cima da ingenuidade da massa.
Acredito que vivemos o suficiente para perceber e prever esses desdobramentos.

Preocupadíssimo, fui comer uma tapioca e aproveitar essa relativa paz que estamos vivendo antes da catástrofe.
Sabe a imensa e falsa praia que aparece antes do tsunami?
É por aí.


Ricardo Pires disse...

O número de miseráveis que só têm o doente corpo como capital aumenta cada vez nas ruas da capital. Já estamos quase pulando por cima de pessoas deitadas nas calçadas até na av. Paulita.
A continuar assim estaremos pulando por cima de cadáveres como faziam os ingleses na Índia com a fome que campeava. Não há limite para a insensibilidade do ser humano.

A manifestação do dia 13.08 é válida. Irei até o local da concentração, passeata. No entanto acredito que o que colocará o povo realmente em marcha, não somente no Brasil mas em todo o mundo é a grande catástrofe financeira que vai se formando.

Concordo com um artigo do blog em que diz que EUA e China acabarão morrendo abraçados. Esses dois gigantes do capitalismo blefam, supostamente retaliando-se com taxas, para mais adiante retrocederem.
Um depende do outro. Os EUA desmantelaram suas fábricas. Não têm produção suficiente para substituir as importações chinesas. Mentem sobre estabilidade do emprego: basta trabalhar quatro horas num posto de gasolina e já está empregado. Manipulam o preço do ouro para manter o dólar como moeda de reserva e negociação.

A China tem que crescer, crescer, numa espiral infinita completamente irracional para dar sustentabilidade,segurar as centenas de milhões de chineses que deixaram o campo e foram para as cidades.

A irracionalidade financeira chegou no limite e quando explodir será o caos que fará com que a crise de 2008 tenha sido apenas um soluço.


celsolungaretti disse...

Ricardo,

no geral, concordo contigo. Mas, a situação do povo é tão terrível neste instante que temos de aceitar paliativos, capazes de pelo menos minorarem a penúria atual.

Então, qualquer composição que leve à retirada do bode da sala, fazendo diminuir o fedor, será bem-vinda.

Aí, sofreremos apenas com os males intrínsecos do capitalismo, mas não vamos ter de, ademais, suportar o ônus de decisões totalmente alucinadas e estapafúrdias, que conseguem piorar o que já é péssimo.

Abs.

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