quarta-feira, 18 de abril de 2018

SEMANA TIRADENTES/5 = CANCIONEIRO DA LIBERDADE

Previsivelmente, algumas de nossas melhores criações musicais libertárias giram em torno da figura exemplar de Tiradentes. Vale a pena lembrar aqui seis delas,
mesmo porque a indústria cultural, também de forma previsível, as
relega ao mais injusto esquecimento. Quatro são para
ser ouvidas e duas apenas lidas, pois
jamais foram gravadas.

1. Tema de Os inconfidentes (Cecília Meirelles/Chico Buarque)
"Toda vez que um justo grita/ um carrasco o vem calar/
quem não presta, fica vivo/ quem é bom, mandam matar"

2. Tiradentes (Chico de Assis/Ary Toledo)
"Esse feio traidor foi correndo falar com o governador/ contou tudo, fez uma tal
cena que o visconde de Barbacena/ soltou os milico na rua, mandou
sentar pua, pegar e bater e matar e prender!"

3. Dedicatória de Arena Conta Tiradentes (Augusto Boal/Gianfrancesco Guarnieri)
Dez vidas eu tivesse,
dez vidas eu daria.
Dez vidas prisioneiras,
ansioso eu trocaria
pelo bem da liberdade,
nem que fosse por um dia.
Se assim fizessem todos,
aqui não existiria
tão negra sujeição,
que dá feição de vida
ao que é mais feia morte:
morrer de quem aceita
viver em escravidão.
Mais vale erguer a espada,
desafiando a morte,
do que sofrer a sorte
de sua terra alugada.
Mais vale erguer a espada,
desafiando a morte.
Dez vidas eu tivesse,
dez vidas eu daria...

4. Espanto (Theo de Barros/Augusto Boal/Gianfrancesco Guarnieri)
"Não só contra os de fora foi o povo justiceiro/ contra a fome e a miséria levantou-se
o garimpeiro/ Contra os fortes desta terra levantou-se o Conselheiro/ De pé,
contra toda tirania!/ Sempre de pé está o povo brasileiro!"

5. Exaltação a Tiradentes (Penteado/Mano Décio da Viola)
"Joaquim José da Silva Xavier/ morreu a 21 de abril/ pela Independência do
Brasil/ Foi traído e não traiu jamais/ a Inconfidência de Minas Gerais"

6. Tema para coro de Arena conta Tiradentes (Augusto Boal/Gianfrancesco Guarnieri)
Eu sou brasileiro mas não tenho meu lugar,
pois lá sou estrangeiro, estrangeiro no meu lar.
A quem nasceu lá fora tudo seu a terra dá:
essa pátria não é minha, é de quem não vive lá.

O pássaro na gaiola, já nascido em cativeiro,
Aprende a cantar e canta se permanece prisioneiro.
Mas, se lhe abrem a portinhola, bem capaz é de morrer:
com seu medo à liberdade, já não sabe nem viver.

Quem aceita a tirania
Bem merece a condição
Não basta viver somente,
é preciso dizer não!
Não basta viver somente,
é preciso dizer não!

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