david emanuel de souza coelho
AS ETAPAS DA DECADÊNCIA PETISTA
AS ETAPAS DA DECADÊNCIA PETISTA
"Tudo começou quando rejeitaram a luta anticapitalista" |
Depois, decidiram criar um partido político, pois a luta só pode acontecer dentro dos marcos da democracia burguesa.
Mais pra frente, concordaram em aceitar dinheiro do capital, pois não fazê-lo seria sectarismo e coisa de gente ultrapassada.
Em algum momento concluíram que era preciso fazer alianças com os partidos da ordem burguesa, pois só assim seria possível chegar ao tão almejado poder.
Em seguida, resolveram que fazer reformas no capitalismo era papo de doido, coisa de gente romântica. O lance era fazer o país crescer e não deixar o povo morrer de fome.
Mais um tempo se passou e avaliaram que era suficiente o trabalhador poder comprar uma geladeira e um carro. Pois, afinal, o carro é o símbolo máximo de emancipação do ser humano moderno.
Em certo momento, no meio disso tudo, decidiram mandar a ética às favas, pois "o mundo é assim mesmo, o que podemos fazer?".
"Agora não são mais nada" |
Por fim, abandonaram o projeto, era muita metafísica para eles. Muito romantismo.
Hoje, grande parte deles está na prisão e os que estão fora apenas contam os dias para também chegarem lá.
Mas, é bom lembrar, tudo começou lá atrás, quando rejeitaram a luta anticapitalista e acreditaram piamente que conseguiriam domar o indomável. Foram tragados, digeridos e cuspidos. Agora não são mais nada.
Observação do editor: esta contundente análise do David Emanuel de Souza Coelho é de alguns meses atrás, mas continua resumindo admiravelmente a trajetória negativa do PT até chegar à situação atual, quando precisa apostar todas as fichas na sobrevivência da candidatura presidencial do Lula, ameaçada pela confirmação, no próximo dia 24, da condenação sofrida em primeira instância.
Se Lula continuar na disputa, dará sobrevida a um partido que há muito deixou de trazer esperanças aos explorados, limitando-se agora a assustá-los com quadros horrorizantes daquilo que os adversários estariam fazendo ou pretendendo fazer.
É anti isto e anti aquilo, mas não ousa mais definir claramente o que colocará no lugar, pois:
- não poderia prometer, nem mesmo para fins meramente propagandísticos, a criação de uma alternativa popular de poder, sob pena de contrariar os banqueiros, usineiros e outros donos do PIB que vem bajulando repulsivamente desde 2003;
- também não pode admitir sinceramente (pegaria mal!) que vai apenas repetir as políticas que fracassaram miseravelmente ao longo da atual década, culminando na derrubada de Dilma Rousseff por um piparote parlamentar, sem que as grandes massas vissem motivos para reagir.
Para aquela esquerda (à qual pertenço) que já se compenetrou da inutilidade de combater-se o capital participando do jogo de cartas marcadas dos podres Poderes, a decisão a ser tomada é outra: a de colocarmos imediatamente de lado as tempestades de som e fúria significando nada da democracia burguesa e redirecionarmos a nossa atuação, passando a conferir prioridade máxima para as lutas sociais que se travam ou podem ser travadas no País inteiro e, assim, irmos acumulando forças para a superação do capitalismo, única solução real para as aflições dos brasileiros.
2 comentários:
Celso, quanto ao dia 24, qual seu palpite?? Acredita numa eventual prisão do barbudo?
A minha impressão é que a sentença será confirmada por unanimidade, tornando-o mesmo inelegível; e que terá a prisão confirmada. É o que depreendo de várias declarações que pipocaram na mídia recentemente, não o desfecho que eu gostaria de ver.
A inelegibilidade comprovará que até a direita comete erros crassos no Brasil. Há vários motivos para eu duvidar de que, mesmo disputando a eleição sem empecilhos, ele a vencerá.
E continuo sendo totalmente contrário à prisão de idosos que não tenham cometido crimes hediondos nem representem um perigo para a sociedade.
De resto, o TRF-4 já informou que, ainda que o Lula seja sentenciado à prisão, ela só se dará após serem apreciados os recursos ou embargos da defesa.
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