Durante a pandemia de covid 19, quando Jair Bolsonaro tudo fazia para convencer os brasileiros a priorizarem a salvação dos seus empregos assumindo riscos maiores de morrerem sufocados, eu e toda a esquerda consequente nos posicionamos com firmeza a favor da manutenção rigorosa do distanciamento social.
Mesmo os mais extremados devotos do capitalismo tinham dificuldade para justificar que grana valesse mais do que vida.
Então, ciente de que algumas das mais respeitadas instituições científicas mundiais estimavam que a sabotagem vacinal do Bolsonaro, ao retardar a imunização e dispersar esforços e recursos com óbvios placebos, elevaram o número de mortes evitáveis mas não evitadas em uns 400 mil brasileiros, desde sempre sustentei que o maior dos crimes por ele cometidos foi o genocídio (não há outra palavra para tal aberração) de pobres, excluídos, idosos e outros vulneráveis.
Afinal, foi exatamente a opção adotada por Bolsonaro quando parecia prestes a ser preso e enfurnou-se por dois dias na embaixada da Hungria. E a fuga será muito mais tentadora para ele com a perspectiva de passar os próximos anos em Miami ao invés de Budapeste.
Mais: Josias acrescenta que, em tal hipótese, Lula não poderia negar salvo-conduto para Bolsonaro escafeder-se, pois, tendo enviado um jato da FAB para resgatar a ex-primeira-dama do Peru, "condenada em seu país a 15 anos de cadeia por corrupção", ficaria exposto a uma tempestade de críticas.
Faz sentido. Mas, se tal abominação consumar-se, será como se Hitler tivesse escapado de morrer nas ruínas de Berlim depois de todos os horrores que causou e ficasse dançando sobre os túmulos das estimadas 7,4 milhões de pessoas cujas mortes decorreram de suas decisões. (por Celso Lungaretti)
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