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"Tornei-me morte, o destruidor de mundos" (Baghavad Gita) |
Na verdade, ele está mais para um agente da destruição generalizada, um novo Jim Jones que a todos sacrificará, mas detonando principalmente os próprios Estados Unidos.
Tem tudo a ver a afirmação de Thomas Friedman, num sentido até mais amplo do que ele pretendeu (referiu-se às inovações tecnológicas chinesas estarem ganhando das estadunidenses de goleada); "Acabo de enxergar o futuro, e adivinhem? Ele não envolve os Estados Unidos").
E está certíssimo o FMI, insuspeito de contaminação esquerdista, ao advertir que o tarifaço dos EUA coloca em grande risco a economia mundial. Só faltou acrescentar que quem cria monstros, acaba sendo sua primeira vítima...
Prestes a ser atingido por um vulcão, o país até agora mais poderoso do mundo está vivendo seus últimos dias de esplendor. Ao unir praticamente o mundo inteiro contra si, Trump comprou uma briga maior do que será capaz de sustentar.
A guerra comercial decorrente o devastará mais ainda do que a quebra da bolsa de Nova York em 1929. Daquela vez, a consequência foi uma década inteira de penúria. Desta, há grande chance de os EUA nunca mais voltarem a ser uma nação de primeira grandeza.
E, ao contrário do que aconteceu, p. ex., no Brasil, a produção escravagista ainda não chegara a seu fim natural (tornar-se contraproducente). Mantinha-se pujante e os brancos sulistas majoritariamente queriam que tudo continuasse como estava.
Mas, derrotados na Guerra da Secessão e tendo se registrado, em seguida, ganho econômico com o novo modelo, não tiveram como contestar o que lhes foi imposto. E, péssimos seres humanos que eram, se vingaram na parte mais fraca, os negros, exacerbando o racismo. Fazer com que os direitos civis dos afrodescendentes fossem respeitados quase exigiu uma nova guerra, em plena década de 1950!
Com o capitalismo ora entrando na sua fase agônica, no entanto, a grande vantagem obtida com a vitória do Norte avançado sobre o Sul retrógrado deixou de existir. E isto impulsionou a afirmação da extrema-direita, herdeira óbvia da Ku Klux Klan e outras hordas reacionárias sulistas de outrora.
Pôde ganhar duas eleições porque os EUA já eram um país que estava decaindo sob a modernidade econômica e só conseguia evitar uma imediata debacle mediante a imposição de artificialidades que faziam outras nações arcarem com os ônus de sua perda de competitividade. O que Trump faz é simplesmente derrubar tal castelo de cartas, agilizando um acerto de contas que será pra lá de nefasto para os EUA.
8 comentários:
Aqui onde moro é só mato e o que vejo?
Inversores, placas solares, carros e motocicletas elétricas chinesas.
Enquanto isso a concessionária GM não tem um elétrico.
Os caras pararam no tempo.
Isso sem contar os inúmeros BYDs elétricos como táxi e uber
Iìndice do Dólar
https://i.guim.co.uk/img/media/a79b234331eff302749abd21e8657ffc8e5a193d/0_0_2200_1240/master/2200.jpg?width=700&dpr=2&s=none&crop=none
Alguns preços de varejo
https://i.guim.co.uk/img/media/a79b234331eff302749abd21e8657ffc8e5a193d/0_0_2200_1240/master/2200.jpg?width=700&dpr=2&s=none&crop=none
https://www.theguardian.com/business/2025/apr/02/liberation-day-what-is-a-tariff-and-why-they-matter-donald-trump
https://www.theguardian.com/us-news/2025/apr/02/trump-tariffs-analysis
https://www.theguardian.com/us-news/2025/apr/03/trumps-idiotic-and-flawed-tariff-calculations-stun-economists
https://www.theguardian.com/environment/2025/apr/03/climate-crisis-on-track-to-destroy-capitalism-warns-allianz-insurer
Excelente análise!
https://www.ihu.unisinos.br/650358-trump-e-musk-inauguram-a-era-do-capitalismo-cataclismico-artigo-de-julia-steinberger
https://www.ihu.unisinos.br/650378-casa-branca-comemora-apos-tarifas-estamos-mais-fortes-agora-mas-eua-esta-se-dividindo
https://www.ihu.unisinos.br/650379-as-tarifas-de-trump-elas-sao-uma-escolha-louca-entraremos-em-recessao-e-correremos-o-risco-de-outra-guerra-afirma-francis-fukuyama
https://www.religiondigital.org/america/deportaciones-Trump-millones-cristianos-catolicos_0_2766923283.html
Bolsas de valores
https://img.semafor.com/dc866f7f045f9db397ea4bfae2647238762783d1-2260x1956.png?w=1152&h=997&q=95&auto=format
A opinião do The Guardian sobre o ultimato tarifário de Donald Trump: tributo pelo acesso ao império americano
https://www.theguardian.com/commentisfree/2025/apr/04/the-guardian-view-on-donald-trumps-tariff-ultimatum-tribute-for-access-to-americas-empire
Complementando essa boa análise de seu texto, acrescento essa outra interpretação com enfoque na luta de classes.
A classe trabalhadora de lá vem amargando derrotas desde o mandato de R. Reagan e a concentração de renda está abrasileirando, tornando-se cada vez maior.
https://www.estadao.com.br/economia/a-ilusao-do-protecionismo-tarifas-nao-resolverao-a-crise-americana/
"Mas por que Trump insiste nessa agenda?
A resposta está na construção de uma
narrativa política populista. Culpar
imigrantes e práticas comerciais
estrangeiras por dificuldades econômicas é um discurso que se conecta com a frustração de grande parte da sociedade americana."
"Desde a década de 1980, a concentração de renda cresceu progressivamente. O início do declínio dos planos de capitalismo com benefícios compartilhados coincide exatamente com a “Era Reagan” (1981-1989), que influenciou a atuação do Estado e retirou os direitos trabalhistas. A fórmula proposta. A maior economia do mundo é igualmente a mais desigual dentre as poderosas nações do G-7."
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