Quem comprará jornais e revistas obsoletos, acompanhará o mofino noticiário político pela internet, assistirá aos telejornais tediosos e escutará o mais do mesmo das rádios se lhe cair a ficha de que quase tudo que está em evidência não alterará em nada o rumo real dos acontecimentos?
Paulo Francis estava certo, a indústria cultural fez de nós patetas vivendo num inferno pamonha.
Assim, as análises que tenho lido sobre a Micareta da Paúra do Xilindró se limitam a discutir:
— quantas reses atenderam ao berrante do Bolsonaro (quando a olho nu deu para concluirmos que foi uma manifestação igual a tantas outras ocorridas na avenida Paulista desde o #ForaDilma, nem insignificante, nem retumbante);
— se a influência do genocida maluco aumentou ou diminuiu (isto sob os critérios viciados da política institucional, ou seja, considerando ganho a volta de alguns governadores patéticos ao palanque ultradireitista);
— a possibilidade de o chororô repulsivo do fanfarrão acovardado lhe assegurar a impunidade que não merece nem obterá, etc.
Resumindo: mera espuma, sem nada de verdadeiramente relevante. Muita galinha e pouco ovo. Conversa pra boi dormir.
Então, vamos ao que efetivamente importa.
A extrema-direita mostrou no último domingo (25) que já perdeu o discurso, as garras e o líder.
Depois do vexame que o Bolsonaro protagonizou ao pedir arrego publicamente, levantando a bandeira da paz porque já não tem como sustentar mais nenhuma guerra, nem mesmo como manter-se fora das grades, a tendência é que a direita civilizada recupere as rédeas.
Lula.3 está aí para comprovar que os donos do PIB podem manter sua dominação sem sobressaltos, por meio do avassalador poderio econômico de que dispõem e da lavagem cerebral efetuada dia e noite por sua indústria cultural. Por que eles haveriam de novamente bancar loucuras estridentes que só assustam o mercado e afugentam investidores?
Então, a tendência é de a direita quadrúpede doravante ir saindo de cena e a bípede preencher seus espaços, com o centrão continuando a governar e os presidentes da República sendo cada vez mais reduzidos a rainhas da Inglaterra.
É este o inimigo que devemos nos preparar para combater. Os fantasmas do século passado ainda arrastam correntes, mas já se tornaram inofensivos.
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