segunda-feira, 23 de outubro de 2023

PERCEBEMOS QUE A SELEÇÃO BRASILEIRA E O SANTOS CHEGARAM AO FUNDO DO POÇO QUANDO TOMAM CHOCOLATES DE 7x1

O hino do Corinthians mente: ele não é "do Brasil, o clube mais brasileiro", até porque nasceu em 1910 de uma iniciativa de membros das colônias espanhola e italiana em São Paulo. Os segundos racharam em 1914 e saíram para fundar o Palestra Itália.

Quem mais merece tal qualificação é o Santos, pois sua trajetória de altos e baixos tem muitos pontos em comum com a da Seleção Brasileira.

Assim, a grande fase do Santos começa exatamente em 1958. O ano da primeira Copa do Mundo conquistada pelo Brasil foi, também, o ano em que Pelé obteve seu primeiro título oficial pelo Santos, o de campeão paulista.

O Santos já vinha num crescendo: depois de vencer o certame estadual em 1935 e só voltar a fazê-lo em 1955, repetiu a dose em 1956.

Mas, foi a partir de 1958, durante a era Pelé, que deslanchou de fez, a ponto de tornar-se o segundo melhor time de futebol do planeta durante as décadas de 1950 e 1960, atrás apenas do Real Madrid. 

E, no cenário brasileiro, sua hegemonia foi avassaladora, ainda que o grande Botafogo de Nilton Santos, Didi e Garrincha às vezes o surpreendesse.

Seus mais memoráveis momentos foram quando venceu a Libertadores de América em 1962 e 1963, sagrando-se, em seguida, campeão mundial, ao destruir o Benfica e ao arrancar um triunfo na raça contra o Milan, embora inferiorizado por uma contusão do Pelé.  
Um ridículo revisionismo da Fifa, mais de 60 anos depois, rebaixou tais decisões entre o campeão europeu e o campeão sul-americano a meras copas intercontinentais, como se houvesse naquela época, no restante do mundo, times capazes de não serem massacrados pelos melhores da América do Sul e da Europa.

Também venceu a Libertadores da América em 2011, já na geração de Neymar. Contudo, o brilho dessa conquista foi empanado pelo baile que levou do Barcelona, ao tentar emplacar o Mundial de Clubes. Além dos 4x0 no lombo, ficou nítido o desinteresse do clube catalão em ampliar a goleada, inclusive concluindo com displicência um rosário de outras chances de gols que criou. 

Resumindo, o Santos e a Seleção Brasileira atingiram seus ápices em 1958/1970 e vêm decaindo desde então. 

O escrete ainda vitoriou-se em 1994 na loteria dos pênaltis, após a decisão mais tediosa de um Mundial da Fifa em todos os tempos (120 minutos 0x0!!!); e em 2002, quando os principais adversários atravessavam períodos de entressafra. 

Ou seja, nada de que pudéssemos nos orgulhar como nos orgulhamos das conquistas mágicas de 1958 e 1970, e até mesmo da Copa que tínhamos tudo para ganhar e deixamos escapar por míseros detalhes (1982).
O Santos, nem isto.  Neste século, só campeonatos paulistas que os outros grandes já não disputam a sério, o Brasileirão de 2002 e de 2004, a Copa do Brasil de 2010 e a Libertadores de 2011. Já nos últimos anos, aparece apenas no noticiário lutando para não ser rebaixado ou por conta dos sucessivos episódios de pancadaria na Vila Belmiro (mais dia, menos dia, alguém morrerá).

Mas, há outras semelhanças com a decadência da Seleção: os piores vexames do Santos neste século foram os 7x1 que tomou do Corinthians em 2005 e a surra, pelo mesmo placar, que o Internacional lhe aplicou neste domingo (22). Ou seja, o mesmíssimo 7x1 que o Brasil sofreu da Alemanha em 2014, a pior derrota do nosso escrete em todos os tempos!

Finalmente, foram igualmente péssimos os dirigentes que ora conduzem o Santos diretamente para a série B e os que conduziram o Brasil a cinco Mundiais pífios consecutivos, igualando as duas maiores secas do escrete canarinho (de 1930 a 1954 e de 1974 a 1990), com a agravante de que nada, por enquanto, indica que possa dar a volta por cima em 2026.    

Afora o fato de que as gestões do período de fim de feira foram marcadas por escândalos escabrosos de corrupção, a ponto de um dirigente do futebol brasileiro (João Havelange) ter de renunciar à presidência da Fifa para não ir em cana e outro (José Maria Marin), sem a mesma indulgência, ter visto o sol nascer quadrado nos EUA. 
Quanto ao clube praieiro (como o Milton Neves faz questão de sempre lembrar), a coisa chegou ao ridículo, pois, "nos anos 60, alguns dirigentes santistas explicaram da seguinte forma o desaparecimento de parte da grana da excursão feita pelo time: a porta do avião se abriu em pleno voo e uma das malas caiu".

Um negócio da China no qual o Santos torrou rios de dinheiro, o Parque Balneário, também teve muitos desdobramentos na Justiça, mala de dinheiro com uma verdadeira fortuna esquecida em cima de um balcão, etc. 

Pobre Pelé, que tantas vezes jogou baleado para garantir o queijo desses cartolas roedores! (por Celso Lungaretti

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