"A queda nas vendas levou a General Motors a adequar seu quadro de empregados. Por isso, comunicamos que a empresa decidiu pela rescisão do seu contrato de trabalho".
Segundo o Sindicato de Metalúrgicos de São José dos Campos, foi com essa mensagem, enviada por telegrama, que milhares de trabalhadores das três fábricas da Chevrolet no país souberam de sua demissão.
É mentira cabeluda! Em 3º lugar no ranking de participação de mercado com 15,4% dos automóveis e comerciais leves, a GM vendeu mais carros entre janeiro e setembro deste ano (236.309 emplacamentos) do que no mesmo período de 2022 (203.671).
Os direitistas adoram atribuir a desindustrialização em curso no Brasil à volta do PT ao poder.
No entanto, como se vê, há mais patifarias entre o céu e a terra do que supõe sua vã demagogia.
Quanto ao Lula, ele é o primeiro a sonhar com uma indústria automobilística florescente como a de seus tempos de dirigente sindical.
E ainda não lhe caiu a ficha de que seria colocar o carro na frente dos bois, pois, enquanto não mudarmos a matriz energética substituindo o petróleo por energia limpa, isto faria avançar o ponteiro do relógio do fim da humanidade.
Existe outro porém, mais relevante ainda: o transporte individual se tornará cada dia mais inviável doravante. Para qualquer governo de esquerda digno deste nome, a prioridade máxima tem de ser, desde já, a melhora e humanização do transporte coletivo.
Quanto às montadoras, não existe justificativa nenhuma para que elas recebam estímulos e incentivos governamentais. Aliás, a chantagem que fazem utilizando seus trabalhadores como se fossem reféns, é costumeira e... repulsiva!
De resto, há zilhões de maneiras de, com os recursos que lhes seriam entregues de mão beijada, gerarmos não só uma quantidade bem maior de vagas, como também de empregos adequados à economia do futuro não à do século passado.
Se ninguém avisar o nostálgico Lula que o mundo mudou um bocado, é bem capaz de ele seguir os passos do Itamar Franco, que tentou ressuscitar o fusca e substituir o asfalto pelos paralelepípedos nas cidades históricas, entre outras bizarrices.
O certo é que, ao invés do carro individual (que, mesmo se deixar de ser poluente, continuará atravancando nossas ruas e avenidas), vamos precisar é de mais e melhores metrôs, trens, barcos, ônibus sustentáveis, motos movidas a hidrogênio e bicicletas, pois estes sim são compatíveis com a sociedade para a qual nos encaminhamos. (por Celso Lungaretti)
2 comentários:
Pedalar é muito bom.
Quando começarem a fazer ciclovias e passeios públicos aí eu acreditarei em governos.
Um amigo deixou de fazer uma cirurgia no joelho só pedalando. Fortaleceu a musculatura.
Infelizmente nem todos tem saúde para pedalar, ainda.
Aqui na capital paulista as ciclovias existem, mas implantadas com muito desleixo, sem planejamento.
Então os motoristas de carros se irritam porque, na hora do rush nos dias úteis, uma pista é desperdiçada para passar bicicleta a cada 5 minutos, enquanto os engarrafamentos são enormes.
A maioria das ciclovias só é realmente utilizada aos sábados, domingos e feriados. Mas, como não se fez uma boa pesquisa prévia, elas ficam sub-aproveitadas nos outros dias.
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