"La Liga deveria aprender com a Premier League. Aqui [na Inglaterra] eles são muitos rígidos com isso, sabem o que precisa ser feito.
O racismo é um problema do mundo inteiro, não de um lugar específico. Esta pode ser uma grande oportunidade para a Espanha dar um passo à frente.
Mas, conhecendo como as coisas funcionam lá [na Espanha], não estou otimista. Vamos torcer para que a Justiça faça o que é certo [...] Mas, permita-me, isso não vai mudar nada na Espanha..." (Joseph Pep Guardiola, o melhor técnico do mundo neste século, tendo treinado o Barcelona entre 2007 e 2012, se transferido para o Bayern de Munique em 2013 e para o Manchester City em 2016)
"Eu discordo [de Pep Guardiola]. Acho que é uma questão educacional. Você tem que educar as pessoas. O insulto não é normal e você tem que mudar as coisas" (Xavi Hernández, que foi meio-campista titular do Barcelona entre 1998 e 2015, jogador e depois treinador do All-Sadd do Catar de 2015 e 2021, tendo então voltado para a Espanha como técnico do Barcelona)
Duas opiniões pra lá de respeitáveis no planeta bola:
— a do técnico que revolucionou o futebol mundial e
— a de um integrante daquele fantástico meio-de-campo com Messi e Iniesta, chamado para reconstruir o Barcelona depois de uma terrível crise financeira que arrastou consigo o time de futebol.
Nesta sua nova fase, agora no banco de técnico, Xavi acaba de conquistar o primeiro título realmente importante do Barça desde sua debacle, o campeonato espanhol de 2022/2023.
Minha opinião? É a de que cada um tem um tanto de razão.
O fator esquecido por quase todos os comentaristas esportivos é o de que não são necessariamente racistas os torcedores que vaiam Vinícius Jr. quando seus times recebem a visita do Real Madrid.
Uma parte deles decerto quer apenas desestabilizar emocionalmente o principal adversário, ao berrar ou gesticulando o insulto que mais possa servir para tirar o craque do sério. Com este tipo de torcedor, um incremento da educação pode, sim, funcionar.
Mas está certo o Guardiola quanto a existirem racistas/fascistas empedernidos na Espanha, que não vão mudar de jeito nenhum. Afinal, o sanguinário ditador Francisco Franco não permaneceu no poder de 1936 a 1975 apenas à custa do temor que suas forças repressivas inspiravam. Uma parte da população, reacionária e extremadamente católica, concordava com ele.
E são essas viúvas do Franco devem estar puxando as vaias e gritaria contra o Vini. (por Celso Lungaretti)
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