sábado, 1 de outubro de 2022

O BOZO DISSE QUE NÃO ERA COVEIRO; A PANDEMIA SEPULTOU SEU DESGOVERNO

hélio schwartsman
FOI A COVID QUE DERRUBOU BOLSONARO?
O
grande mistério sociológico por trás deste pleito é por que Jair Bolsonaro está em vias de ser derrotado, apesar de ser o governante de plantão e de ter recebido do Congresso autorização para gastar bilhões de reais na reeleição. 

O colega Marcus André Melo sugere que a Covid é parte importante da explicação, por inverter a lógica normal de eleições e criar um viés contra os candidatos à recondução.

A lista de líderes defenestrados após a pandemia, independentemente de como tenham se saído no manejo da crise, impressiona. Ela inclui ex-mandatários de EUA, Chile, Israel, Colômbia, Reino Unido, Suécia, Itália. As exceções que me vêm à mente são França e Portugal.

Não é difícil entender por que o eleitor puniria dirigentes que tiveram mau desempenho, como Bolsonaro e Trump, mas por que castigar aqueles que se destacaram positivamente? Israel e Chile despontaram como campeões da vacinação. 

Algo parecido vale para o Reino Unido, embora Boris Johnson tenha inicialmente jogado no campo do negacionismo. 

Até Jacinda Ardern, a premiê da Nova Zelândia, o país que melhor lidou com a Covid, corre, segundo as pesquisas, risco de perder a eleição do ano que vem.

A tese de Melo é que a pandemia produziu num primeiro momento um aumento de popularidade, ao menos entre os líderes que não pisaram na bola desde o início. 

Esse efeito, que também ocorre em guerras, é conhecido na literatura como rally' round the flag. A população cerra fileiras em torno do governante para enfrentar a ameaça. 

O prestígio, porém, tende a ser efêmero e logo dá lugar à fadiga institucional. No caso da pandemia, esse desgaste foi magnificado pelo surto inflacionário que ela desencadeou.

Bolsonaro carrega um duplo fardo. Foi desastroso no manejo do vírus e ineficaz ao lidar com os desgastes posteriores. Isso ajuda a entender por que o estelionato eleitoral deste 2022 não está funcionando. (por Hélio Schwartsman)

3 comentários:

Anônimo disse...

Do NY Times, publicado em dois idiomas
Lula versus Bolsonaro: lo que hay que saber sobre las elecciones de Brasil
https://www.nytimes.com/es/2022/09/30/espanol/america-latina/elecciones-brasil.html

Anônimo disse...

Do Washington Post

Sitiadas e ignoradas, las mujeres indígenas de Brasil se postulan para cargos públicos
https://www-washingtonpost-com.translate.goog/world/2022/09/30/brazil-election-indigenous-women/?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=es&_x_tr_hl=es

Bolsonaro vs. Lula: Un referéndum sobre la joven democracia de Brasil
https://www-washingtonpost-com.translate.goog/world/2022/09/28/brazil-election-bolsonaro-lula-democracy-authoritarianism/?itid=lk_interstitial_manual_20&_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=es&_x_tr_hl=es

Anônimo disse...

Lula y Bolsonaro protagonizarán la elección presidencial brasileña más polarizada de los últimos años
https://www.nytimes.com/es/2022/10/01/espanol/brasil-elecciones-lula-bolsonaro.html

Bolsonaro podría ser derrotado. Y parece demasiado bueno para ser verdad
https://www.nytimes.com/es/2022/10/01/espanol/opinion/brasil-elecciones-lula-bolsonaro.html

Patricio Guzmán, la conciencia cinematográfica de Chile
https://www.nytimes.com/es/2022/10/01/espanol/mi-pais-imaginario-documental.html

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