Eis a obra do Geraldo Alckmin (agora vice do Lula) que o povo de São Paulo nunca esquecerá: o massacre do Pinheirinho, que fez o lar de 6 mil pobres coitados... |
Tal metamorfose é uma daquelas que costumam ocorrer em ano eleitoral, meras consequências do apego inescrupuloso ao poder político burguês em fase de decadência.
Aliás, alianças espúrias do PT, umas por outras, vale lembrar:
— a antiga parceria com José Alencar, que era do PL do Valdemar Costa Neto, condenado no processo do mensalão;
— o PL que hoje recebe, como candidato filiado, Boçalnaro, o ignaro, que antes era o paladino do combate à corrupção, de mãos dadas com Sérgio Moro;
— Moro que brigou com quem beneficiara e agora é outro dos presidenciáveis, etc. Ufa!
...virar escombros. Para quê? Para nada. 10 anos após a reintegração de posse, não passa de área abandonada! |
A aliança com o José Alencar era até menos perniciosa do que a atual, porque ele não passava de um idoso capitalista simpático e bonachão, que queria apenas acrescentar ao seu currículo empresarial a glória de ser presidente da República; serviu, contudo, para demonstrar quão incoerente é a busca de migalhas de poder por parte dos representantes políticos do capital e dos que dizem falsamente combatê-lo.
Mas, isto nem sequer é novidade.
O que dizer de Luiz Carlos Prestes, dirigente máximo do Partido Comunista Brasileiro, ter subido em 1950 no palanque do ditador Getúlio Vargas, que em 1936 consentira na deportação para a Alemanha Nazista de sua mulher, a comunista alemã Olga Benário, grávida dele e que acabaria sendo executada em 1942 na câmara de gás do campo de extermínio de Bernburg (Anita Leocádia Prestes, a filha, seria salva pelas pressões da opinião pública e de instituições internacionais)?
O que dizer de quem, curvando-se à lógica capitalista, retira do trabalhador direitos previdenciários em nome da governabilidade, alegando que é preciso salvar o Estado e a meta fiscal; ou pior, defende a redução direitos para reduzir custos de produção e, assim gerar riqueza supostamente para o bem do próprio trabalhador (tentando convencer a vítima de que ela é culpada por seu próprio infortúnio)?
Pragmatismo político costuma ser desculpa para atos e comportamentos espúrios, nos quais a injustiça é praticada em nome da busca de uma pretensa justiça maior e mais abrangente que nunca se realiza.
Na guerra se justifica a explosão de bombas atômicas como as de Hiroshima e Nagasaki, que mataram algo entre 150 mil e 250 mil pessoas só nos quatro primeiros meses, afora a morte lenta das vítimas da radioatividade cancerígena. Justificadas como necessárias para evitar mais mortes de estadunidenses diante da resistência nipônica (em frangalhos), as bombas foram, soube-se depois, principalmente demonstrações de força para intimidar o premiê soviético Joseph Stalin
É que, sob a lógica belicista do capital, quando se tem potencial político-militar de dominação, nunca se deixa de utilizá-lo.
Ao analisarmos o comportamento do Japão, ávido por uma expansão vital de suas fronteiras estreitas numa próspera ilha, verificamos quão mesquinho é o sentimento nacional-capitalista de relação entre os povos.
Militarmente desnecessários, os bombardeios atômicos do Truman foram apenas uma forma de intimidar Stalin |
Ao analisarmos comportamento nacional-capitalista dos EUA, verificamos que há uma mesma base comportamental negativa que tudo justifica e que comanda a ação dos homens: a lógica inumana do capital.
Isto é o pragmatismo político-sistêmico. que justifica a prática de injustiças em nome de uma pretensa busca da realização da justiça, e que termina por tudo deformar, tal qual o uso contínuo do cachimbo sempre acaba por entortar a boca.
Há que termos um pensar fora da caixa, de modo a que os pressupostos limitadores de questões colocadas por premissas equivocadas não nos brutalizem nem nos idiotizem, tornando-nos marionetes de uma lógica a que seguimos como zumbis.
Quando leio ou ouço o noticiário sobre as atuais pesquisas eleitorais, avidamente acompanhadas por muitos como se fossem um Fla-Flu, fico tão constrangido (e enfastiado) como alguém que é obrigado a cumprir uma ordem que sabe ser injusta sob pena de receber uma severa punição.
Felizmente, já que manda quem pode mas só obedece quem não tem juízo, eu não voto!
Como dizia Drummond, as coisas são muitos fortes, mas eu não sou as coisas e me revolto. (por Dalton Rosado)
O Dalton não deixa por menos: também em música ele
expressou sua indignação com a invasão da Ucrânia.
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