quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

LULA, MORO, CIRO E AFINS SÃO DA CASA –1

Lula tornou explicito o que ele é: um socialdemocrata trabalhista. Os outros, cada um ao seu modo, convergem para a mesmice traduzida como administração governamental a serviço do capital (até rimou). 

Há alguns anos eu achava que Lula não tinha o direito de usar as insígnias do socialismo (bandeira vermelha e estrela). 

Mais tarde, quando me convenci de que o socialismo é uma forma política de capitalismo (tanto que que conserva em seus postulados todas as categorias capitalistas), passei a considerar que Lula podia, sim, pegar uma carona em tais simbologias (ainda que soe falso). 

O trabalhismo político partidário é como o sindicalismo; ambos precisam que exista a exploração dos trabalhadores para defendê-los nas suas relações com o capital, o que justifica as suas existências institucionais. 

Não desejam, portanto, a superação definitiva da razão de ser suas existências, que é a exploração que o capital exerce sobre aqueles que o trabalhismo político partidário e o sindicalismo julga defender. 

O conservadorismo pseudo-moralista do Moro mais não é do que um udenismo redivivo e confiável ao grande capital, que desencanou da contraditória hipótese de que seria bem servido por um destrambelhado assessorado por um economista liberal ortodoxo assumido.

Ciro é um projeto de poder pessoal que muda de cor ao sabor de tal interesse; um caudilho moderno. 

Quem quer superar o capitalismo, como é o nosso caso, está fora deste universo de relações e nega a existência daquilo que combate: o capital.

No atual estágio do desenvolvimento do capital vemos uma involução dos seus fundamentos e categorias, fruto de um processo de contradições que confirmam a incongruência de toda a sua lógica funcional.

[Ou seja, o capital está travado e já não é capaz de prover minimamente o sustento social.]

Agora, todos os partidos políticos de direita, centro, e esquerda, desejam desesperadamente a volta do desenvolvimento econômico, impossível de existir permanentemente, pois apavora-os a possibilidade de o rei ficar nu.

Desenvolvimento econômico é o mantra de todos os políticos, quaisquer que sejam os seus posicionamentos político-ideológicos, do mesmo modo que o é a defesa da educação como apanágio de cura de todos os males sociais.

Desenvolvimento econômico é mais capitalismo e exploração e predação, principalmente no estágio atual de fim de festa; e educação que positiva as categorias capitalistas (seja no ensino básico ou acadêmico e profissional) é deseducação. Quanto mais se investe em educação tradicional, menos se aprende sobre a essência da emancipação, ainda que o grau de escolaridade possa despertar outras capacidades cognitivas e críticas.   
As
viúvas da ditadura militar, que vez por outra ressurgem no cenário político (como aconteceu com as jornadas boçalnaristas dos embandeirados verde-amarelos há bem pouco tempo, a pedir intervenção militar, num oba-oba patrocinado pelo atual presidente e então pretendente a um autogolpe que flopou pateticamente), querem o absolutismo governamental de chicote na mão.

Os grupamentos políticos exaltam a eficácia da democracia burguesa.

Todos estes consideram que a democracia burguesa e seu processo eleitoral (falseado pelo domínio do poder econômico e pelo coronelismo no Brasil profundo) seja o único e eficaz instrumento de correção dos males que ela própria tem causado à sociedade. 

É por isto que André Mendonça, agora ministro do Supremo Tribunal da Fé, exaltou falsamente a democracia, seguindo um roteiro combinado com o chefe que o indicou e com os parlamentares que o chancelaram. 

Nesta praia Lula sabe andar e conta com a total confiança do sistema. (por Dalton Rosado – continua neste post)

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