Meu caro Kotscho, estou plenamente de acordo com as suas contundentes críticas (vide aqui) ao pior presidente do Brasil em todos os tempos, só tendo a ressalvar que houve algum comedimento de sua parte ao ater-se aos falseados dados oficiais referentes às mortes por covid-19, quando já está mais do que provado que, aos quase 600 mil óbitos oficializados, existe algo entre 200 mil e 300 mil que foram escamoteados de diversas maneiras.
E é um exagero pintar um cenário paradisíaco do Brasil pré-Bozo, pois já se tratava de um país com desigualdade econômica extrema e uma qualidade de vida imensamente inferior à que seria obrigatória para aquela "que já foi a sexta economia mundial".
Da mesma forma, a destruição do país começou muito antes do genocida, tendo desembestado quando Dilma Rousseff tentou fazer o desenvolvimento econômico pegar no tranco à custa de investimentos estatais, numa volta ao passado arcaico nacional-desenvolvimentista que foi um completo fiasco e incubou a recessão que acabaria levando de roldão o seu segundo mandato e pavimentando o terreno para a volta da extrema-direita ao poder.
Concordo com e, inclusive, acho pouco o que você aponta como desastroso nos mil dias do Capitão Pinel.
Mas, se não tivermos clareza quanto a tudo de errado que aconteceu antes, jamais conseguiremos compreender por que as grandes massas assistiram indiferentes à derrubada da Dilma e à prisão do Lula.
Isso quem explica sou eu: foi porque, mesmo tendo nascido com a promessa de contribuir para o fim da exploração do homem pelo homem, já na sua primeira década de existência o PT partiu para a desideologização e caça às bruxas (quer dizer, às tendências de esquerda...), arquivando a luta de classes e colocando todas as suas fichas nas ilusões democratico-burguesas, na conciliação de classe e numa impossível humanização do capitalismo.
Sua parceria com os grandes capitalistas foi totalmente desequilibrada, pois o PT exerceu um poder político subalterno, recebendo apenas algumas migalhas a mais da mesa dos ricaços para distribuir às massas e, em troca, levou a culpa pelos males infligidos aos explorados, que acentuam-se cada vez mais nesta etapa agônica do capitalismo.
Temos mesmo de cerrar fileiras pelos rápido afastamento do Bozo (independentemente de suas promessas de que desistirá de botar fogo no circo, as quais nada mais são do que a admissão de sua impotência, jamais significando uma implausível regeneração...) e instauração dos processos a que ele, seus filhos e seus cúmplices têm de responder, pelo morticínio, destruição e corrupção sem precedentes que causaram.
Mas, nada de voltarmos ao que já era muito insatisfatório antes e o seria mais ainda agora!
É, claro, verdadeiramente impossível outro governo vir a ser tão ruim a ponto igualar os mil dias do palhaço assassino.
Mas, não podemos esquecer: tudo que o Lula e a Dilma deixaram de fazer ao abandonarem nossas bandeiras combativas foi o que, levando o povo a descrer daquela esquerda domesticada que estava no poder, possibilitou ao serial killer fazer tudo que fez na tentativa de instalar uma miniatura de 4º Reich no Brasil. (por Celso Lungaretti)
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