quinta-feira, 8 de julho de 2021

COMO NOS LIVRARMOS DO PREVARICADOR GENOCIDA QUE ESTÁ DESTRUINDO O PAÍS?

paula bianchi
OS DOIS INGREDIENTES QUE PODEM DERRUBAR BOLSONARO
A comprovação de que foi mesmo ele o pai das
rachadinhas rachou ainda mais seu prestígio
Há muitos meses, grande parte dos brasileiros se pergunta: por que não cai o recordista absoluto de acusações de crimes e pedidos de impeachment na história da República, responsável pela pior gestão da pandemia no mundo? 

Quero puxar alguns fios dessa meada para dizer como podemos arregaçar as mangas e ajudar a escrever um final menos triste para essa história.

Para haver impeachment, alguns elementos são necessários: 
— crime de responsabilidade do presidente;
— altos índices de reprovação do governo;
— pressão popular massiva e constante;
— imprensa crítica e independente.

Mesmo antes da CPI, que vem desenterrando evidências do lamaçal bolsonarista, dezenas de possíveis crimes de responsabilidade de Jair Bolsonaro já eram amplamente conhecidos. 

Para citar alguns:
— atos de hostilidade contra nação estrangeira;
— ameaça de dissolver o Congresso Nacional;
— tentativa de atrapalhar investigações;
— violação do direito à vida dos cidadãos na pandemia;
— incitação de militares à desobediência à lei e muitos outros. 

A história do Brasil tem caso de impeachment sem crime de responsabilidade, então é sempre assustador que tantos prováveis ilícitos não tenham levado a algo cabal.
Calúnia! os Irmãos Metralha tentavam roubar a fortuna 
do Tio Patinhas, não eram meros ladrões de galinhas...
 

Sobre a avaliação do governo, é importante destacar que a pesquisa mais recente (a da CNT/MDA) revelou que a reprovação popular de Bolsonaro subiu de 51,4%, em fevereiro, para 62,5% em julho. O índice já se aproxima da desaprovação dos governos Collor (68%) e Dilma (71%) durante seus processos de impeachment. 

Portanto, possíveis crimes de responsabilidade e reprovação popular já temos. 

Desde maio, mesmo com a pandemia, grandes manifestações tomaram as ruas de todo o país – e do mundo. Maiores metrópoles do país, São Paulo e Rio de Janeiro tiveram suas artérias-avenidas Paulista e Presidente Vargas apinhadas de gente de diversas colorações políticas gritando
Fora, Bolsonaro! em uníssono. Pressão na rua é mais um fator que não falta para essa conta fechar.

Também não é novidade que a imprensa vem trabalhando pesado, investigando e publicando denúncias importantes. É claro que há diversos interesses em jogo, mas o que importa para nossa conversa aqui é o resultado disso. O jornalismo – sobretudo o independente – está de olho e não tem dado descanso para o governo. 

Então, por que o ex-capitão não cai?
Na verdade, ele já está, sim, 100% morto em termos
políticos, com prestígio destruído e governo agonizante

Bom, embora a reprovação seja algo a se comemorar, a aprovação de Bolsonaro ainda é alta. Segundo a pesquisa CNT/MDA: 33,8% de aprovação. 

Outro fator é a articulação no Congresso Nacional. No dia 30 de junho, a oposição (partidos e diversas entidades) entregou um calhamaço de 270 páginas, apelidado de superpedido de impeachment. Mas 76% da Câmara e o presidente da casa, Arthur Lira, estão firmes com o mandatário. 

Ou seja, por mais que a oposição esteja agindo, não terá força sozinha.

Por conta desses dois fatores é muito importante aumentar a pressão com o objetivo de criar o clima de agitação nacional necessário para derrubar Bolsonaro. 

E como fazemos isso? Ora, com gente na rua e a imprensa que não teme em ir pra cima. (por Paula Bianchi, editora do Intercept Brasil)

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