Como qualquer cidadão minimamente civilizado, expresso meu mais veemente repúdio à censura que se tenta de forma velada restaurar no país, seja contra o humor, seja contra a opinião, sejam todas as formas de intimidação de que Estados totalitários servem-se para calar os descontentes.
Mas, se um entulho autoritário tão repulsivo e sanguinolento quanto a Lei de Segurança Nacional da ditadura militar ainda pode ser invocado para a retaliação contra o Ricardo Noblat e o Renato Aroeira, isto se deve à chocante omissão de governantes e parlamentares que nada fizeram para revogá-la durante esse tempo todo.
Encaminhar sua remoção para a lixeira (juntamente com a anistia que em 1979 nos igualou a nossos torturadores) deveria ter sido a primeira providência dos justos após a instalação da Nova República em março de 1985.
Mas, 35 anos depois, nem uma nem outra aberração foi corrigida. Foi deixada intacta a corda que se destinava a nos enforcar e o resultado está aí.
Mas, 35 anos depois, nem uma nem outra aberração foi corrigida. Foi deixada intacta a corda que se destinava a nos enforcar e o resultado está aí.
Suponho que os avessos às autocríticas fingirão que não é com eles, então dou nome aos bois: mais do que todos, o FHC, o Lula e a Dilma tinham a obrigação moral de haver priorizado a eliminação de tal entulho autoritário.
Gostem ou não os três, eles nos devem explicações. E eu não deixaria de cobrá-las, em toda oportunidade que doravante tiver. (Celso Lungaretti)
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