quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

RUI MARTINS INDAGA: ONDE ESTÁ O FOCO DO NAZIFASCISMO BRASILEIRO?

Se fosse uma enquete, decerto a maioria cravaria um xis na opção acima...
A pergunta agora é: como o Brasil, cujos pracinhas chegaram mesmo a lutar na Itália contra o Eixo nazifascista, tem atualmente um governo simpático a Hitler e Mussolini, embora, ao mesmo tempo, num esforço de equilibrismo, queira manter amizade e colaboração com Israel?

Retornar ao Plínio Salgado e aos integralistas galinhas verdes não explica a situação. A coisa é recente. Tem, porém, um traço marcante: não se trata de uma opção intelectual individual. O foco dessa vertente – e isto é importante – não está nas reuniões secretas de partidos. A trama é feita em nome de Deus, de uma maneira muito sutil, germina e se desenvolve nas áreas de influência das igrejas ditas evangélicas. 

Como nesse tipo de doutrinação é sempre necessário haver um inimigo e um perigo maior, utiliza-se a existência de uma ameaça, a do comunismo, como se o Brasil estivesse infestado de comunistas.

Existem, então, dois inimigos à espreita do pobre cidadão, reduzido à condição de inculto ingênuo por falta de maior cultura e, vamos ser sinceros, porque o petismo, nos seus anos de governo, favoreceu mais seu lado populista de esquerda do que a libertação política pelo conhecimento. 
Mas existem outros vilões, que escondem melhor o rabo pontiagudo, os chifres e o fedor de enxofre
A lógica da dialética evangélica levada ao povo é simples, básica, elementar, quase infantil: de um lado, o pecado; do outro, o diabo. O diabo torna os homens pecadores, sujeitos ao inferno. Para escapar da condenação eterna, só há um remédio: entrar numa igreja evangélica e seguir as sagradas escrituras.

Os argumentos pouco mudaram desde a Idade Média. Mudou a igreja – antes, eram os católicos que assustavam o povo, obrigado a comprar indulgências se não quisesse ir para o inferno. Surgiu, então, Lutero, desmascarando Tetzel, o enviado papal para a colheita do dinheiro gerado pelas indulgências, destinado ao Vaticano. 

Quinhentos anos se passaram e, hoje, os que se pretendem descendentes de Lutero tomaram o posto de Tetzel. Em lugar das indulgências, os dízimos dos miseráveis. Em lugar da construção de basílicas, a obtenção do poder.

A história é extremamente tola, mas se repete com pequenas variantes. Em síntese: o foco do nazifascismo brasileiro, não é preciso procurar muito, está nas pregações dos pastores evangélicos. Ou são pessoas que pensam politicamente como nazifascistas que se apoderaram da ingenuidade e do pensar popular utilizando os púlpitos das igrejas evangélicas? 
 Gladiadores podem ter alguma afinidade com Cristo?

Seja como for, esse pessoal inspirado por Deus, mas formado segundo a exegese bíblica dos estadunidenses, vai destruir – se eles continuarem se multiplicando – toda nossa cultura índia, negra e portuguesa e substituir pela dos puritanos do Mayflower. 

O que houve com o Brasil? Endoideceu ou emburreceu? Provavelmente as duas coisas, com a agravante de ter ingerido e digerido uma perigosa dose de nazifascismo. 

A transição de Hitler para a violência e para o massacre dos opositores não foi imediata, foi gradativa. Grupos de populares, gente boa como os atuais evangélicos, saiam à caça de judeus. 

Se nada for feito, se continuarmos nessa letargia de uma esquerda impotente, haverá uma caça aos petistas, aos comunistas e aos esquerdistas... em nome de Deus!

E, ao que parece, a Igreja Universal se prepara para isso. Ela criou um estranho Exército de Gladiadores do Altar, com uniforme militar, praticando ordem unida, por enquanto armados só com a palavra de Deus. Porém, vista a intolerância dos evangélicos contra os cultos afro, qualificados de pagãos, bastará um clima político tenso no Brasil para esses jovens soldados de Deus se tornarem cópias cristãs dos fanáticos talibãs. 

A Igreja Universal não explica direito porque criou um exército uniformizado, com soldados; fica a suspeita de que poderão ser utilizados na hipótese de um clima de agitação social. Os evangélicos terão, portanto, se inspirado nos extremistas muçulmanos para enfrentar qualquer mudança de governo capaz de acabar com seus privilégios. (por Rui Martins)

Um comentário:

Anônimo disse...

Respeite a IURD,seu herege, pois ela é a maior multinacional brasileira, presente em mais de 60 países.

Isso tudo é preconceito de classe, só porque ela foi fundada numa funerária por um ex funcionário de lotérica. Isso não tem nada a ver.

Nossa gloriosa nação está trilhando o nobre caminho das superpotências terraplanistas.

Tenha paciência, pois primeiro é preciso esperar o bolo crescer para depois dividir.

Afinal, o dono deste blog está a esperar há 70 anos e,como bom brasileiro, não desiste nunca. É isso aí, pô.

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