Nem senadores estão mais a salvo da baderna militar |
E não exagero ao dizer que se trata de uma exigência:
"Estas são tarefas inafastáveis dos srs. deputados e senadores, enquanto ainda podem andar com a coluna ereta....
...Os democratas têm de convocar a coragem contra os ladrões de institucionalidade, contra os milicianos que assombram a vida democrática, contra os pistoleiros que miram a sociedade de direitos.
É preciso cassar Eduardo e Flávio porque, reitero, incorreram sim em quebra do decoro parlamentar, mas também para evidenciar que a democracia não aceitará que licenças civilizatórias de convertam em inimigas da civilização".
Cassar o filho 01 e o 03 deteria a marcha para o caos... |
— ser um balão de ensaio de forças políticas dispostas a refrear os impulsos destrutivos e autodestrutivos de Jair Bolsonaro, que estão detonando a governança e semeando turbulências.
Se for mero vedetismo do RA, não tenho o que comentar.
Se algo assim estiver mesmo sendo cogitado por parlamentares (que só ousariam ir tão longe na hipótese de se saberem endossados por parcela significativa dos poderosos da economia e dos ministros do Supremo), aí vale a pena refletirmos um pouco.
São óbvios o descontrole e a vulnerabilidade de Jair Bolsonaro neste momento:
— conseguiu colocar três quartos dos governadores contra ele;
— incomoda o grande empresariado ao torpedear ainda mais a credibilidade de Paulo Guedes (dando-lhe ultimato no sentido de que, por um passe de mágica, faça a economia decolar até julho);
— prejudica os negócios com decisões desatinadas e com a péssima imagem que, graças a ele, o Brasil adquiriu no exterior;
— está se tornando tão caricato aos olhos do povo que até inspira marchinhas escrachantes de carnaval, e por aí vai.
Mas, se for para colocar-lhe uma focinheira, obrigando-o a governar segundo a liturgia do cargo e as práticas e valores civilizados, a cassação do filho 01 e do filho 03 seria um péssimo negócio.
Não é mais criança para ser colocado de castigo, no canto, de costas para a classe. A chance seria enorme de, à humilhação pública, responder com o golpismo, passando a liderar franjas totalitárias no assalto ao poder.
Se o presidente devasta a nação e a conduz ao caos, quem tem de sair é o presidente.
E, pelo andar da carruagem, não parece distante o dia em que isto acontecerá, tantas são as forças do espectro político, econômico e social que ele voltou contra si. No momento em que finalmente se unirem, o expelirão. É simples assim. (por Celso Lungaretti)
4 comentários:
Boa tarde Celso, tudo bem com você?!
Tenho algumas perguntas:
De acordo com os posicionamentos atuais, daquele que até ontem era chamado de "rottweiler de direita" ( por muitos ditos engajadinhos ), você diria que o Reinaldo mostra um senso de responsabilidade crítica ( e autocrítica ), que se esperava em personalidades assumidamente de esquerda, e com a mesma visibilidade?
Te surpreende vê-lo assumindo um protagonismo de um oposicionista mais tradicional?
Mudando de tema, não me recordo se já sitei, mas vendo pela enésima vez o documentário Ninguém sabe o duro que dei ( sobre Wilson Simonal ), gostaria de sugerir uma crônica a respeito do mesmo, ao menos uma opinião sua sobre o fato.
Um abraço do Hebert, e bom fim de semana!
Caro, CL
Convenhamos, os generais entreguista$ estão numa "zona de conforto" com o bozo servindo de pára-raios.
Como já constatamos, os milicos tomaram o poder sem colocar um tanque nas ruas. Implantaram a agenda neoliberal entreguista, e ainda querem aprofundá-la como no Chile de pinochet.
Nosso país está virando um misto de Chile com Colômbia, neoliberal e miliciano. Assim, estão expurgando a oposição, que sempre foi uma concessão da globo.
Com tudo isso, parece improvável defenestrarem o bozo e assumir o mourão.
Hebert, o Reinaldo Azevedo fechou os olhos a muitas ilegalidades enquanto acreditava estar sendo o líder intelectual dos manifestantes contra a Dilma. Quando percebeu que o astrólogo é que seria o beneficiário, aí se tornou 100% legalista.
Neste momento, aquilo que convém aos seus objetivos pessoais é também o que convém ao povo brasileiro: brecar o Bozo e, se possível, afastá-lo. Mas, não se espante se adiante houver nova reviravolta e ele reassumir o papel de vilão.
Quanto ao Simonal, o fato é que ele mantinha relações suspeitas com investigadores do Dops. Aí, quando ele achou que tinha sido roubado por seu empresário, serviu-se desses amigos para darem uma prensa nele.
Eu sempre considerei que a satanização dele pode ter sido um grave equívoco. Talvez a base da tal amizade fosse apenas a de os ratos lhe fazerem favores (na linha de guardas-costas ou de leões de chácara) e serem chamados a desfrutar das macacas de auditório que se ofereciam ao Simonal.
E nunca vi prova nenhuma de que o plano dos artistas, de denunciarem a ditadura quando o FIC estivesse sendo transmitido ao vivo também para outros países, tenha sido delatado pelo Simonal. Foi só uma suposição, por causa da repercussão do caso do empresário torturado. A esquerda festiva achou que uma coisa se relacionava à outra. Pode ser que não.
Nunca concordei com esse ostracismo decidido e praticado sem que o Simonal tivesse chance nenhuma de apresentar a sua versão. Ninguém merece.
Mas, quem menos lutou era quem mais paranoias adquiriu e quem mais impiedosamente discriminava seres humanos. Eu achei todo o episódio profundamente lamentável.
Anônimo das 15h32,
você está mecanicamente transpondo cenários dos anos 60 para os dias atuais. A guerra fria acabou, os altos comandantes militares brasileiros não são os mesmos que os colegas estadunidenses cooptaram durante a campanha da Força Expedicionária brasileira nem se mostram particularmente comprometidos com os planos malucos do Paulo Guedes.
Parece-me que eles estão mais empenhados em evitar que os extremismos toscos do Olavo de Carvalho e dos príncipes herdeiros coloque fogo no país.
Nossos inimigos comprovadamente funestos e irreconciliáveis são o Bozo e o Moro. Quanto aos generais, podem ser, podem não ser.
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