pablo ortellado
SEM AUTOCRÍTICA
Em seu primeiro discurso à militância do partido em Salvador, Lula disse que o PT vai polarizar e que o partido não vai fazer autocrítica —que se alguém quiser criticar, que o faça da oposição a ele. O discurso é péssima notícia para a esquerda e para o país.
A dupla mensagem tem algo de redundante. Ao dizer que o PT vai polarizar, Lula sugere que o partido vai jogar todo o seu peso contra qualquer contestação substantiva da sua hegemonia sobre a esquerda. Quem vai estabelecer a linha de antagonismo com o bolsonarismo é ele e o partido que controla.
A segunda parte apenas esclarece que, na sua dimensão propositiva, esse antagonismo não vai admitir uma revisão de trajetória —vai defender o legado do projeto implementado entre 2002 e 2015 e vai empurrar quem criticá-lo para o outro campo.
Essa postura dogmática é ruim, mas fica pior se lembrarmos que não existe mais a conjuntura internacional que permitiu o sucesso daquelas políticas, o que significa que, caso a esquerda lulista triunfe, corremos o risco de reviver os erros, sem garantia de resgatar os acertos. E os erros não foram poucos.
Em primeiro lugar, temos o próprio messianismo de Lula, que não apenas matou de vez a democracia no partido como esmagou a pluralidade da esquerda e fomentou o mais primitivo culto à personalidade.
Essa postura dogmática é ruim, mas fica pior se lembrarmos que não existe mais a conjuntura internacional que permitiu o sucesso daquelas políticas, o que significa que, caso a esquerda lulista triunfe, corremos o risco de reviver os erros, sem garantia de resgatar os acertos. E os erros não foram poucos.
Em primeiro lugar, temos o próprio messianismo de Lula, que não apenas matou de vez a democracia no partido como esmagou a pluralidade da esquerda e fomentou o mais primitivo culto à personalidade.
Seu personalismo, aliás, é diretamente responsável pela indicação de Dilma Roussef como candidata, uma administradora sem qualquer vocação política e responsável por graves erros na condução da política econômica.
A adoção por parte de Dilma, no auge da crise, de uma política baseada no tripé preços administrados, empréstimos subsidiados e desonerações não apenas gastou a única bala do cartucho com uma política inócua como gerou efeitos distributivos bastante regressivos.
A atitude corporativa do PT frente às denúncias de corrupção explorou os efetivos abusos da Lava Jato para jogar fumaça sobre os fatos.
Agiu como se a crítica da mudança do conceito de prova e do abuso das prisões preventivas apagasse os fatos apurados, como se não tivesse havido desvios bilionários sob a administração petista ou como se isso não importasse.
Todos esses equívocos, mais os graves erros da política indigenista, os perdulários gastos com os grandes eventos e a completa falta de prioridade em rever a política tributária, raiz da nossa desigualdade, Lula diz que não serão objeto de autocrítica.
Se depender dele, teremos mais uma vez que recorrer ao messias de Garanhuns para tentar escapar do Messias do Vale do Ribeira. (por Pablo Ortellado)
— BRASIL POSSUI 206 BILIONÁRIOS E 13,5 MILHÕES DE DESGRAÇADOS EM MISÉRIA EXTREMA. LULA PREGA A CONCILIAÇÃO (Dalton Rosado)
— A LULA ESTÁ RESERVADO O PAPEL DE FIGURA MAIOR DE UMA OPOSIÇÃO DE FACHADA (David Emanuel de Souza Coelho)
Sobre o mesmo assunto, leia também (clique p/ abrir):
— NÃO ADIANTA SAIR PELA TANGENTE, LULA: VOCÊ E O PT CONTINUAM NOS DEVENDO UMA PROFUNDA AUTOCRÍTICA! (Celso Lungaretti)— BRASIL POSSUI 206 BILIONÁRIOS E 13,5 MILHÕES DE DESGRAÇADOS EM MISÉRIA EXTREMA. LULA PREGA A CONCILIAÇÃO (Dalton Rosado)
— A LULA ESTÁ RESERVADO O PAPEL DE FIGURA MAIOR DE UMA OPOSIÇÃO DE FACHADA (David Emanuel de Souza Coelho)
3 comentários:
Celso os textos citados, e este, dão o que pensar.
E como é uma coisa simples, pensei um pouco na situação, usei um pouco de memória, alinhavei uns pensamentos óbvios e ficou claro que, na sua perspectiva, não há saída.
Vocês colocam as coisas objetivamente, mas na verdade coisificam os eventos através da linguagem eivada de signos, ideologizada, que leva a uma única conclusão: eu estou certo e os demais errados.
Neste sentido, você e sua editoria não diferem dos tiranos Lula e Bolso, a não ser no grau abrangência do seu poder.
Assim, duvido que meu comentário seja publicado, pois apresentará uma concepção diversa das que você aceita.
Veja, não é por saber que algo é bom que as pessoas mudam.
É tão fácil de ver que o bom senso e o altruísmo são as melhores maneiras de se ter uma vida agradável, mas as pessoas (você inclusive) não praticam isso.
São mesquinhas e medíocres, ou seja, massa de manobra dócil para tiranos.
Elas serão facilmente manipuladas e aceitarão de bom grado o tacão do governo porque são covardes, inclusive.
Ocorre que outras mentes, em outros contextos, estão pensando soluções melhores que as dos tiranos de todos os matizes.
Sempre que se instala o caos os aristocratas reorganizam a sociedade.
E quando digo aristocratas não estou falando de nobres, mas sim das mentes naturalmente superiores que a natureza cria.
Eficientes e verdadeiras, estabelecem suas métricas e sistemas sobre a massa ignara.
Debalde clamam os impotentes enquanto usam as ferramentas que eles (os aristocratas atuais) disponibilizam.
Se não está bom, faça melhor.
Assim falou Zaratustra...
Tá tudo dominado e estamos sem lideranças dignas para esta quadra da história latino-americana.
Só temos tocadores de berrante que leva o gado anestesiado pro matadouro.
O regime vai fechar com um grande acordão.
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