sábado, 27 de outubro de 2018

JOAQUIM BARBOSA MANDA BOLSONARO À LONA E DÁ UMA LIÇÃO DE MORAL AO PT

Esta é a estatura moral de Barbosa, comparativamente à do...
Num momento em que cabe aos homens de verdade justificarem as calças compridas que vestem, Joaquim Barbosa deu uma acachapante lição de moral ao PT: entrou corajosamente na luta contra a candidatura fascista de Jair Bolsonaro, com direito ao cala-boca antológico que aplicou no pregador da barbárie.

Primeiramente, declarou voto em Haddad com a justificativa de que, "'pela primeira vez, em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo".

O ogro retrucou num post: "Ele mesmo [Barbosa] disse que só Bolsonaro não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção conhecido como Mensalão".

E foi à lona com este cruzado de direita de Barbosa, que atingiu-o em cheio no queixo: 
"Bolsonaro não era líder nem presidente de partido. Ele não fazia parte do processo do mensalão. Só se julga quem é parte no processo. Portanto, eu jamais poderia tê-lo absolvido ou exonerado, ou julgado. É falso, portanto, o que vem dizendo por aí".
Bravo! Bravíssimo! 
...liliputiano Bolsonaro.
Orgulho-me de, quando o PT satanizava repulsivamente Barbosa, eu ter sido um dos raríssimos homens de esquerda a defendê-lo, como fiz em fevereiro de 2014, quando escrevi: 
"Estou longe de encarar o JB como Satã com chifres e rabo pontiagudo.
Acompanhando com muita atenção, de fio a pavio, as quatro longas sessões de julgamento do Caso Battisti, avaliei JB como um homem alinhado basicamente com as posições de esquerda. 
Mostrava-se muito sensível às questões sociais e raciais (claro!). E, num momento em que suas dores nas costas lhe causavam visível sofrimento, não arredava pé do campo de batalha, intervindo firmemente nos momentos cruciais. Enquanto Marco Aurélio Mello se destacava como o mais articulado dos ministros que se opunham aos linchadores, JB era o mais inflamado.
Bate-boca inesquecível: Barbosa detonando Gilmar Mendes
...Como relator do processo do mensalão, contudo, JB desde o início deixou transparecer que não aliviaria para os réus. 
Por quê? Aqui só podemos ficar no terreno das conjeturas, se quisermos fazer uma análise e não produzir um panfleto de desqualificação. 
O certo é que ele não procedeu assim por convicções direitistas. Parafraseando a frase marcante do filme Os suspeitos, o maior truque do PT é fingir que continua revolucionário e todos os seus adversários são reacionários.
Foi um erro gravíssimo dos petistas colocarem JB nessa vala comum. Tornaram-no um inimigo figadal".
E levantei a hipótese de que a postura de Barbosa se devesse à repulsa que visivelmente lhe inspirava a secular impunidade dos poderosos no Brasil: 
"JB detesta os abusos dos poderosos e poderia estar considerando de suma importância a punição exemplar de personagens que normalmente escapam incólumes".
Concedi-lhe o benefício da dúvida, negado por quase toda a esquerda. Agora ele mostra quem realmente é. 

Ao mesmo tempo, lança luzes sobre quem realmente eram os que o desqualificavam com tamanha leviandade. (por Celso Lungaretti)

2 comentários:

Anônimo disse...

"Agora ela mostra quem realmente é."? Ou "Agora ELE mostra quem realmente é."?

Marco Aurélio

celsolungaretti disse...

Valeu a correção, companheiro.

Como diziam os italianos de outrora, "la vecchiaia è una brutta bestia".

Tornar-nos distraídos é o menor dos seus males.

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