Por Clóvis Rossi |
MUDAM OS GOVERNOS,
POBREZA SÓ AUMENTA.
O Brasil que vai às urnas em outubro é um país obscenamente pobre e, pior, um país que, governo após governo, empilha ainda mais pobres.
É o que se deduz inexoravelmente dos dados oficiais contidos no Cadastro Único do Bolsa Família, disponível no sítio do Ministério do Desenvolvimento Social.
Vamos a eles: em fevereiro de 2013, havia 71,1 milhões de pessoas que viviam com meio salário-mínimo. Dá 35% da população brasileira da época.
Estamos falando de um período em que se completavam 10 anos de governos petistas, aqueles que supostamente reduziram dramaticamente a pobreza.
Só supostamente.
Saltemos para 2015, o último ano completo do governo de Dilma Rousseff e, como tal, o último ano do ciclo petista (até agora). Havia, então, 73.327.179 pessoas pobres —o que dá cerca de 36% de sua população total.
Aumentou portanto o número de pobres (em pouco mais de dois milhões de pessoas) e aumentou também um pouco a porcentagem de pobres no conjunto da população.
Aí cai Dilma, vem Michel Temer e as contas do Ministério de Desenvolvimento Social continuam exibindo a vergonha: o número de pobres nesses dois anos de Temer passou dos 73,3 milhões legados pelo petismo para 77.171.084 (dados de janeiro deste ano).
A porcentagem sobre o total da população sobe também, claro, e chega a mais ou menos 37%.
Pior: desses 77 milhões, quase a metade (38,4 milhões) vive em extrema pobreza, com renda de até R$ 85,00.
Não era diferente em 2013 ou 2015: a extrema pobreza infernizava a vida de praticamente a metade dos cadastrados.
Esses números todos tornam muito pouco crível a propaganda do lulo-petismo de que a pobreza diminuiu expressivamente no Brasil. Pena que não haja dados que permitam uma comparação correta com anos anteriores: embora o Cadastro Único tenha sido iniciado em 2001 (ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, portanto), ele só se consolidou mesmo em 2011.
Para aumentar o tamanho da obscenidade, o relatório Perfil das Pessoas e Famílias no Cadastro Único do Governo Federal, lançado em 2013 (repito: governo Dilma), informa que 54% das famílias registradas não tinham "acesso simultâneo [...] a água, coleta de lixo, saneamento básico e energia elétrica".
Confirma levantamento recente do IBGE, que mostra que 65% dos brasileiros são vítimas da chamada pobreza multidimensional. Quer dizer, quando à pobreza pela renda se somam carências educacionais, de proteção social, de moradia adequada e até de acesso à internet.
É o país que temos, legado pelos governantes que estão soltos ou presos, vivos ou mortos, na ditadura e na democracia. Não estaria na hora de começar a mudar esse cenário obsceno?
Um comentário:
parece que nunca passa pela cabeça de nenhum "sinistro" que talvez a pobreza seja algo desejado por muitos; assim como a ideia que todos desejam se educar e se instruir não tem nenhuma base na realidade...tudo fruto de um positivismo quase atávico que de tão absurdo não tem quem não credite...
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