terça-feira, 1 de junho de 2010

XEQUE À ONU

Tanta gente destaca as semelhanças entre a Alemanha nazista e Israel que nem vou me dar ao trabalho de relacionar os pontos comuns. Saltam aos olhos.

Só acrescentarei um, que até agora tem passado despercebido.

A impotência da Liga das Nações em conter Adolf Hitler levou à sua dissolução.

Se a Organização das Nações Unidas, que a sucedeu, continuar sendo incapaz de enquadrar Israel, também não terá razão nenhuma para continuar existindo.

Que seja dissolvida, pois, evitando dispêndios cuja única contrapartida, nas situações agudas, tem sido a produção de retórica inócua.


Pois o que acaba de acontecer, por mais que a propaganda israelense tente embaralhar e maquilar os fatos, não passou de um ataque pirata, em águas internacionais, contra embarcações que cumpriam uma missão humanitária.


Houve pessoas assassinadas e houve pessoas sequestradas;
uma ofensa gravíssima a nações livres e a seus cidadãos.

Isto não pode ser aceito passivamente, de forma nenhuma.


Assim como não poderiam ter ficado sem resposta enérgica os horrores denunciados no Relatório Goldstone.


Assim como não poderia estar sendo permitido que um país com liderança tão insensata e truculenta desenvolva um projeto nuclear sem controle internacional de nenhuma espécie.


Respaldado no poder econômico e de mídia de judeus do mundo inteiro, Israel aplica, há décadas, a lei do mais forte.


A ONU terá de agir da mesma maneira, se quiser ser respeitada: fazendo valer a força maior de que teoricamente dispõe.


Para começar, exigindo o imediato levantamento do bloqueio israelense a Gaza.


Depois, impondo a rigorosa apuração desse episódio de pirataria em alto mar, seguida da não menos rigorosa punição dos responsáveis.


E passando a colocar em mesmíssimo plano, na discussão de sanções contra projetos nucleares clandestinos, os casos do Irã e de Israel.


Ou o que vale para um vale para o outro, ou é melhor deixarmos de palhaçada. Da forma parcial como está equacionando o problema, a ONU perde toda autoridade moral.


Israel colocou a sucessora da Liga das Nações em xeque; cabe-lhe decidir se é mate ou ainda tem fibra para virar o jogo.


Só existe uma certeza: se não sair da posição defensiva, sua derrota será inevitável.


E o mundo virará terra de ninguém, com a prevalência da força sobre a razão, como Israel tudo faz para que aconteça.

5 comentários:

Euler Conrado disse...

Apoiado, Celso. É impressionante a impunidade em relação ao Estado terrorista de Israel. Não há limite para as mais desumanas práticas de um estado que tem apoio dos EUA e da Europa, que ocupou as terras dos palestinos e pratica diariamente todo tipo de provocação, ataques aos vizinhos e ações que ferem os direitos humanos.

Isso tem gerado o ódio de milhões de pessoas por toda a parte contra o Estado de Israel e, por extensão, contra os judeus, que seriam naturalmente, pela história de exclusão e violência de que foram vítimas ao longo de séculos, os guardiães das melhores práticas de respeito ao próximo e de convivência pacífica. Infelizmente, o estado que ergueram em nome dos judeus acabou incorporando o que há de pior entre os antigos carrascos.

Claro que não queremos culpar todo o povo judeu, que, como qualquer outro povo, é vítima também do estado, das estruturas de poder que corrompem, manipulam e agem de acordo com interesses de minorias privilegiadas.

Mas, o judeu consciente, tal como o brasileiro ou o norteamericano ou o italiano, saberá muito bem discernir os legítimos interesses da cultura de um povo, dos interesses imperialistas, neofascistas, praticados por um estado que age supostamente em seu nome.

Que a humanidade não aceite o bloqueio criminoso que Israel mantém contra Gaza e que cessem os ataques aos palestinos. E que na questão nuclear, Israel tenha o mesmo tratamento que dão ao Irã.

Anônimo disse...

Muito contundente.

Meu total apoio.

Haroldo Mourão Cunha / São Gonçalo/RJ disse...

Enquanto os judeus, espalhados pelo mundo, misturarem o estado israelense com o judaismo, não haverá solução para essa imbecilidade e bestialidades cometidas. Em nome de uma perseguição, persegue-se, contra brutalidades, extermínios. O odio contra os judeus está se tornando perigoso e eles, os israelenses, só o estão alimentando, dia a dia. Só consigo ver uma solução definitiva dentro do próprio seio. Somente os judeus poderão derrotar o sionismo de estado, sem um derramamento de sangue maior do que o já derramado. Afinal, os judeus brasileiros, argentinos, franceses, canadenses, iranianos, etc. precisam decidir sobre esse dilema milenar: a que pátria realmente pertencem ou desejam pertencer; que tipo de paz querem para seus descendentes.

Neusah Cerveira disse...

Brilhante! assino em baixo.E, vamos a luta!

grande beijo,

Nina

celsolungaretti disse...

É sempre uma honra receber a visita da companheira Neusa, filha de um dos meus companheiros de cela no DOI-Codi/RJ, o major Joaquim Pires Cerveira, assassinado pela Operação Condor.

Ela honra o nome e a luta do pai.

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