Como já previsto em artigos anteriores à posse, o governo Lula 3 está sendo um desastre de ponta a ponta. Cozido no fogo brando da crise mundial capitalista, o presidente está emparedado entre as imposições dos capitalistas - que querem salvar seus lucros à base da espoliação generalizada dos trabalhadores - e do povo - que vê o custo de via acelerar, o desemprego e o subemprego dispararem.
A mediocridade de Lula, incapaz de oferecer qualquer caminho político razoável para o país, apegado aos áureos e efêmeros tempos da bonança das comodities, o leva cada vez mais ao atoleiro, fazendo-o tomar a aparência, a cada dia que passa, de um boneco sem vida e sem alma, perdido no meio do caos. Certamente, não fosse seu estrondoso ego e sua imensa vontade de poder, ele estaria em casa curtindo sua aposentadoria de luxo, mas não aceitará nunca que a esquerda possa existir sem ele, pois em sua cabeça megalomaníaca, o Brasil só pode funcionar com sua beneplácita liderança. Até Mao Tse Tung seria mais humilde.
Seu governo é uma mistureba de tudo o que de ruim existe no país: narcotraficantes, milicianos, fundamentalistas, latifundiários, grilheiros, garimpeiros, banqueiros, pelegos, tecnocratas, academicistas, ex-tucanos, ex-psolistas, ex-comunistas, identitários e o Fernando Haddad, tudo em uma salada de merda intragável. Em uma época de emergência social, seu governo mais se assemelha a um convescote do Baile da Ilha Fiscal, à espera do encerramento da pataquada chamada capitalismo.
Dizem que nos momentos de agonia de um regime social as figuras mais decrépitas e toscas assumem a dianteira do poder expressando a profunda crise moral da sociedade. Lula é uma dessas figuras, juntamente a Biden, Trump, Macron, Scholz, Milei, Trump, Bolsonaro e outros.
Lula só pode voltar ao governo porque fechou um acordo junto à grande burguesia nacional e estrangeira, pactuando um programa neoliberal ainda mais restritivo que o de seus governos anteriores. A conta está sendo cobrada diuturnamente pelo capital através dos jornalões e dos lobistas do mercado financeiro. Para atender ao pactuado, o presidente ataca direitos trabalhistas e sociais, como ficou claro ao cortar o BPC - pago a idosos, doentes e deficientes - e reduzir o valor real do salário mínimo. Também fez jogo duríssimo contra os servidores públicos, cortando ponto e mandando mesmo a Polícia Federal para reprimir manifestantes.
A educação federal, por sua vez, ficou de greve durante três meses e conseguiu apenas promessas vazias. Os pontos do acordo de greve estão sendo sistematicamente descumpridos e mesmo o reajuste de 9%, prometido para janeiro, ainda não saiu do papel. Inúmeros campi Brasil afora estão caindo aos pedaços, enquanto outros ainda aguardam a efetiva implementação desde o governo Lula 2. Durante o ano, cortes sistemáticos nos orçamentos das redes chegaram ao ponto de deixar a UFRJ - a maior universidade federal do país - sem luz e sem água por mais de uma semana. Nada disso, contudo, impediu Lula de fazer promessa demagógica de criar novos unidades em 2026, ano eleitoral.
Diante da profunda crise capitalista, as soluções lulistas são ou o receituário neoliberalóide ou o discurso pausterizado de apelo ao passado. Nada funciona, pois a situação pede ações revolucionárias de enfrentamento efetivo ao capital, algo muito distante das aptidões de Lula e cia, serviçais fiéis da burguesia. Diante disso, o fracasso de Lula 3 está sendo visto à luz de todos, prenunciando um 2025 turbulento, em que as lutas fratricidas das várias facções do governo e entre os poderes conduzirá a um tensionamento inédito das relações políticas no Brasil. O presidente e seu grupo farão de tudo para entregar dedos, anéis e mãos para os capitalistas, mas nada disso adiantará.
Trágico é que hoje a única alternativa é a da extrema direita, mesmo com a crença politicista que ações judiciais e prisões farão desaparecer os bolsonaristas. Apenas um movimento revolucionário vigoroso e revigorado poderá fazer frente ao colapso lulista e à desordem capitalista, enfrentando os desafios do próximo ano e dos demais. (por David Coelho)
2 comentários:
Pois é, companheiro, estou totalmente de acordo com sua análise deste governo lulopetista desalentador.
E o Lula3 veio para confirmar aquilo que ele sempre foi, um traidor da classe trabalhadora.
Nada de taxar as grandes fortunas, nem os dividendos. E a isenção de 5 mil no IR não passa de um conto do vigário.
Também não revogou a reforma trabalhista do Temer vampirão etc
Mas os luloafetivos defendem até o achatamento do salário mínimo pelo "painho" e vêm argumentar que era pior com o capetão bozo (veja a decadência da comparação).
Infelizmente, o seu último parágrafo também é fato.
Aos trabalhadores restam escolher entre os identitários financiados pelo George Soros (Open Society) ou a extrema direita ou votar nulo...
Quando o Gorbachev apareceu os caras tentaram dizer que ele seria uma renovação... mas ele era a continuidade do regime.
Algumas medidas de padrinho Inácio lembram o velho sorridente e carismático Gorba.
De nada adiantaram e o urso bêbado Ieltsin (por que eu quero escrever Atchim?) derrubou o regime em uma hora.
***
Antes de achar que sairemos desta através da violência de uma "revolução vigorosa" sugiro que olhe os cães robôs, os drones de guerra, a I.A. e todos o fracassos decorrentes desta abordagem.
Cada vez que alguém perde um olho por causa de uma bala de borracha existe um dano culposo por parte dos organizadores, pois não providenciaram E.P.I.'s, no caso máscaras faciais.
O nome disso é Negligência.
***
Como um negligente poderá administrar bem?
É por isso que revoluções fracassam: o ego empoderado coisifica as pessoas e, pasme, torna-se ele mesmo uma coisa.
Sem empatia, sem valores e fazendo o que vemos a camarilha atual fazer com o povo.
A anterior também não era diferente.
***
Um professor de psicologia reclamava que não poderia ir a um seminário por não ter recebido as passagens... meu amigo foi no portal transparência e viu o salário dele (algo como R$ 28.000,00 em 2020).
Confrontou-o na sala de aula e ele calou-se.
Não foi no seminário, porém.
28K!!!
E chorando.
Todo endividado... um perdulário querendo ser bancado pelo erário.
***
Postar um comentário