quinta-feira, 8 de maio de 2025

PARECE SOMENTE RAMAGEM, MAS É O CAVALO DE TROIA BRASILEIRO...

S
abendo que a correta aplicação das leis brasileiras torna inevitável a responsabilização de Jair Bolsonaro como o principal culpado pela tentativa de golpe de Estado do 8/1, ultradireitistas e corporativistas se uniram para aprovar na Câmara Federal, por 315 votos a 143, um  absurdo jurídico. 

Trata-se de projeto que se constitui num verdadeiro cavalo de Troia, pois pode ser usado para atrasar as merecidas condenação e prisão do ex-presidente delinquente. 

Suspende a ação penal à qual o deputado Alexandre Ramagem, do mesmo partido de Bolsonaro, responde por sua participação naquela intentona flopada. A falácia: seriam proibidas todas e quaisquer investigações contra parlamentares após sua diplomação. 
 
Uma vez aprovado tal casuísmo, os adeptos ou cúmplices do golpismo requereriam que entrasse pela mesma brecha aquele que comandou a conspiração para, inclusive, assassinarem-se o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

Ou seja, se Ramagem explodisse uma bomba num cinema lotado e matasse centenas de pessoas, ainda assim isto só poderia ser investigado ao término do seu mandato. Faz sentido? É óbvio que não.

Como a escalada da insanidade ainda não chegou a tal ponto, supõe-se que o Supremo Tribunal Federal consiga impedir que a tramoia obtenha êxito, separando-se de forma mais racional os crimes e delitos. 

Como? Primeiramente, Ramagem não responderia de imediato por dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, porém o que houve de mais grave continuaria sujeito a processo na presente legislatura.

Afinal, quem tramou e agiu para concretizar a abolição violenta do Estado de Direito, tendo participado de uma associação criminosa armada, constituída para encabeçar uma tentativa de golpe de Estado, não é um criminoso qualquer. 

O sucesso dos seus planos implicaria matança em larga escala, usurpação do poder e instalação de uma ditadura que poderia acarretar outros 21 anos perdidos para o povo brasileiro.

De resto, como não há nada como um dia depois do outro,  agora sabemos exatamente o que Bolsonaro queria dizer quando falava em "jogar dentro das quatro linhas da Constituição". 

Vigaristas hábeis usam frases de efeito para engambelarem os otários... (por Celso Lungaretti)

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