sexta-feira, 4 de agosto de 2023

DIANTE DA MATANÇA NO GUARUJÁ, É LÍCITA A PERGUNTA: ONDE ESTÃO OS MINISTROS DOS DIREITOS HUMANOS E DA JUSTIÇA?


 
"Não seria exagero afirmar ter sido a operação de Paz no Haiti o grande início do retorno militar à vida política e social brasileira, inclusive, com a futura conformação do governo do ex-presidente fujão. Para isso, no entanto, o Haiti foi apenas o começo da jornada, contando com outras etapas importantes em solo nacional. 

Certamente, dentro destas etapas está o uso dos militares para a segurança pública rotineira. Lula deu novo passo e mudou a escala de atuação das Forças neste quesito, pois agora não se tratava mais de suprir a força policial em caso de greve, mas de simplesmente a substituir por completo através de intervenções em comunidades e da decretação de atos de GLO (Garantia da Lei e da Ordem).

Como não esquecer as apoteóticas cenas de tanques da marinha invadindo os morros do Rio de Janeiro, sob aplausos da classe média? Naquele momento, Lula socorreu o dileto Sérgio Cabral em seu plano mirabolante de pacificar comunidades com ocupações militares, as famigeradas UPPs. Ora, pacificar era exatamente o que faziam as Forças Armadas no Haiti, então por que não poderiam fazer o mesmo também em seu próprio território?"

Essa passagem é de um post de janeiro deste ano, em que analiso a ascensão dos militares bolsonaristas, entre eles o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A matança desenfreada pela Polícia Militar no litoral daquele estado não pode ser surpresa diante da ficha corrida de tal militar em sua passagem pelo triste Haiti. 

O que poderia ser surpresa é o total silêncio do governo federal de Lula diante do massacre. Até o momento, nem o ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, nem o ministro da Justiça, Flávio Dino, vieram a público comentar o assunto ou foram cobrar medidas do governador bolsonarista para parar o justiçamento de negros e pobres. 

Dino parece ser muito valente para impor censura à internet, propor medidas inúteis contra ataques às escolas, reviver o crime de regicídio e brigar com a raia miúda do bozoísmo, mas pipoca quando se trata de enfrentar governadores da extrema-direita. É mais fácil ser corajoso contra quem não pode nada! Já o senhor Almeida é uma incógnita, pois até hoje não mostrou nada mais em seu ministério que uma série de palestras blablarizantes

Do próprio Lula muito menos se poderia esperar, visto ter sido ele quem enviou milicos que viriam a matar favelados no país caribenho e posteriormente nas favelas do pobre Rio de Janeiro. Tão pouco se pode esquecer do papel vergonhoso  de seu atual ministro, à época governador da Bahia, Rui Costa, no massacre do Cabula, quando comparou a ação policial a de um artilheiro diante do gol. 

A verdade é que a matança no Brasil é pluripartidária, sendo comanda pela esquerda lulista ou pela extrema-direita bolsonarista. Não importa quem comanda, os mortos são sempre os mesmos. (por David Emanuel Coelho) 

8 comentários:

Anônimo disse...

Boa noite David. Quando certos intelectuais são citados
em crônicas como as suas, sempre vêm as seguintes perguntas:
Essa gente frequenta as Associações de moradores?
Frequenta reuniões de sindicatos?
Vai as ruas conversar com a "Massa", ou são como o brasileiro medio,
que não vai nem a reunião de condomínio?
Uma pergunta: Antes de se tornar ministro dos Direitos humanos,
ele frequentava as Associações de moradores e reuniões de sindicatos?
Uma abraço do Hebert.

David Emanuel disse...

Pois é, Hebert. Parece que alguns desses "intelecutais" são apenas alpinistas sem compromisso com causas e com a luta política. Pensam antes em si mesmos e em suas próprias carreiras.

Anônimo disse...

O capitalismo de crise:lógicas e estratégias de dominação
Luiz Inácio Gaiger
https://www.ihu.unisinos.br/images/stories/cadernos/ideias/323cadernosihuideias.pdf

para o Celso
https://www.ihu.unisinos.br/evento/filmes-em-perspectiva

william orth disse...

Boa tarde. Matança? Oque tem de especialista na imprensa e em ong. Na hora que a bala come só a polícia vai para cima, depois.... A população não aceita ser morta por celular para uma cerveja como disse Lula. O apoio a operação deixou sem ação a esquerda. A cereja no bolo foi a repórter do caco (globo) ser surpreendida na favela escancarou a farsa. Acorda. Assim outro bolsonaro vai aparecer em 2026. Abraços

David Emanuel disse...

William, não soube bem compreender o que você disse, mas acredito que não deve ter muito entendimento de que as ações de justiçamento e matança indiscriminada da Polícia brasileira sempre atingem apenas quem é pobre e negro, afinal quantas balas perdidas acertam moradores da zona sul cotidianamente? A ação policial não tem nenhuma relação com segurança pública, é apenas uma forma de levar terror e manter a população mais miserável sob controle, é a mesma lógica dos trágicos progrons realizados pelo czarismo contra os judeus.

Anônimo disse...

Já eu consigo entender muito bem o que William quis dizer. Na visão dele, o correto é a polícia entrar nas favelas para realizar um extermínio de toda a população que lá vive para assim resolver o problema de segurança pública em um país onde todos têm os mesmíssimo direitos.

David Emanuel disse...

Sim, anônimio, quis dar ao William o benefício da dúvida, mas a posição dele é essa e é lamentável, para dizer o mínimo.

william orth disse...

Benefício da dúvida? Não .vocês vivem no mundo da fantasia. Vão eleger outro bolsonaro. Mourão advertiu. "O mundo da voltas " .

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