sexta-feira, 21 de julho de 2023

IGUAL A HADDAD, FLÁVIO DINO TAMBÉM PRODUZ IDIOTICES A MAIS DE METRO

 Flávio Dino, ministro da Justiça, não cansa de ter ideias geniais para resolver os complexos problemas do país. Depois de ter proposto censurar a internet como mecanismo para combater fake news, hoje veio à lume com duas ideias dignas de sua alta sabedoria. 

A primeira é tornar hediondo ataques a escolas. Tal medida terá o mesmo efeito prático que hoje já existe com relação à extensa lista de crimes taxados pela legislação brasileira como hediondos. Entre eles está o tráfico de drogas, o qual de fato tem sido ferozmente abalado desde sua tipificação. Na realidade, em breve não haverá mais diferença entre crimes comuns e hediondos tamanha a fúria legislativa em tornar tudo algo hediondo. 

Mais patético é que a aposta no punitivismo continua deixando intocado o complexo problema dos ataques, em que se misturam problemas psíquicos, sociais e ações de grupos de extrema direita. Pior, pois ignora o absoluto desprezo dos atacantes a qualquer punição e mesmo à própria vida, pois não raro muitos deles acabam ou se suicidando ou se colocando de modo tão flagrante contra a resposta policial a ponto de praticamente induzirem serem mortos por ela. 

Dino apenas expressa o velho mofo do bacharelismo brasileiro que, conjugado com a impotente vontade política, tenta resolver os problemas do mundo com leis, penas e regramentos. Tal tipo de comportamento possui uma crença quase mística no poder da racionalidade jurídica e administrativa. 

Mas o pior foi sua proposta de tipificar atentados contra membros do STF e chefes dos três poderes. Parece ter o douto ministro se equivocado e esquecido estarmos em plena República, não podendo a vida dos chefes de Estado ter mais valor que a vida do cidadão comum. Mas Dino não se importa com o espírito republicano, ele quer de volta o obtuso crime de regicídio, afinal pequenos imperadores nossos juízes e políticos já se acham, a lei virá apenas para confirmar essa crença. 

E assim avança o governo Lula, com seus ministros crentes fiéis do poder tecnocrata: Haddad no poder dos labirínticos cálculos econômicos e Dino na capacidade de punições reverterem aquilo cuja raiz está no âmago de uma sociedade apodrecida. Ambos se levam profundamente à sério e acreditam mesmo estarem salvando o Brasil com canetadas e planilhas, quando tudo não passa de espuma pairando no caos de som e fúria. (por David Emanuel Coelho)  

5 comentários:

Anônimo disse...

Calma, não chega a ser um AI5.

David Emanuel disse...

E precisa ser um novo AI5 para merecer nosso desprezo e nossa crítica? Como é possível apoiar um projeto que pretende colocar os líderes dos podres poderes acima da massa comum?

André Luiz disse...

Olha.... Dando uma panorâmica no blog e não especificamente neste texto em específico, acho sinceramente que o Náufrago preferia Bolsonaro reeleito. Não é possível o nível dos adjetivos em todos os textos serem bem mais pesados do que há dois ou três anos. Digo isso como leitor antigo.

David Emanuel disse...

André, as piores críticas sempre devemos reservar aos falsos amigos. Do Bozo sabemos o que esperar, pois é um inimigo declarado, mas sobre Lula e sua turma, muitos ainda se enganam pois eles aparentam ser o que não são, defensores do povo trabalhador e da mudança social.

André Luiz disse...

Eu entendo David, tenho um caminhão de críticas a este governo. É, realmente, muito confete sem críticas que rola.
Eu só queria dizer que, sob certa perspectiva, é muito bom não ser governado por um genocida alucinado. Mas entendo que esse espaço fala para um público diferente. Pois do contrário, o efeito seria uma loucura de militante reclamando.

Obrigado pelo trabalho e pela resposta.
(A série de textos sobre as jornadas de 2013 foi perfeita)

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