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PRESENÇA DE SÉRGIO MORO NO DEBATE
É ATESTADO DE INOCÊNCIA DE LULA
Ao assessorar o presidente Jair Bolsonaro no debate deste domingo, 17, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-juiz Sérgio Moro assinou a sentença de condenação definitiva da Operação Lava Jato.
Até então, os adversários de Lula sustentavam que o petista não poderia ser considerado inocente das acusações movidas contra ele pela equipe do então juiz.
O argumento principal tem sido o de que o Supremo Tribunal Federal considerou apenas que houve um erro formal no processo: não poderia ficar sob a jurisdição de Curitiba, comandada por Sérgio Moro.
Agora não dá mais para os adversários de Lula colocarem em segundo plano outro ponto – o principal – da decisão dos ministros do STF: Sérgio Moro foi considerado suspeito de perseguição contra o réu, o ex-presidente Lula.
E isso, sim, torna a condenação um ato ilegal, um erro jurídico. O que, portanto, torna o réu inocente.
Ao decidir assessorar Bolsonaro no debate, Moro confirma que realmente tem uma questão pessoal contra Lula. Uma aversão tão forte que o faz aliar-se a Bolsonaro, a quem acusou de pressioná-lo a abafar investigações na Polícia Federal envolvendo milicianos e o filho mais velho do presidente, Flávio Bolsonaro.
Ou seja, o chefe da Operação Lava Jato era movido a ódio pessoal contra Lula, capaz de fazê-lo ignorar qualquer empecilho para condenar o petista.
Ao aceitar acompanhar o presidente da República, que o demitiu do comando do Ministério da Justiça e contra quem lançou suspeitas de vários tipos, Moro mostra que é capaz de ignorar qualquer coisa desde que seja para prejudicar Lula.
Para o STF, esse ódio – ou envolvimento pessoal de Moro – ficou comprovado quando o juiz permitiu o vazamento da conversa telefônica entre Lula e a então presidente da República, Dilma Rousseff.
O vazamento impediu a posse do petista como ministro de Dilma, o que transferiria o processo de Curitiba para o STF.
Para a opinião pública, no entanto, e para a História, o juiz comprovou isso tudo ao comparecer ao debate. Assinou a sentença de condenação da Lava Jato, operação que – agora está claro! – dirigiu com o fígado. Inocentou Lula. (por Tales Faria)
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TOQUE DO EDITOR – Parabéns ao Tales pela argumentação engenhosa, mas farei algumas ressalvas.
Concordo quanto à Lava-Jato haver mesmo forçado a barra contra Lula, cometendo irregularidades e ilegalidades que juridicamente tornavam obrigatória a anulação dos processos dela originários.
Considero, inclusive, insuficientes os elementos com que a Lava-Jato tentou estabelecer que o Lula recebera imóveis como pagamentos por serviços prestados à Odebrecht.
Resumo da ópera: a meu ver, o Lula foi condenado por algo que não ficou verdadeiramente provado, além de os presidentes, governadores e prefeitos, em sua grande maioria, sempre terem favorecido determinados interesses e recebido algo em troca.
E encaro a ziguezagueante trajetória do Sérgio Moro não como um atestado de inocência do Lula, nem como comprovação de que o juiz era movido pelo ódio, mas sim como nova comprovação de que a esperteza (tanto quanto a ambição), quando é demais, engole o dono.
E é por tudo que o Moro se mostrou capaz de fazer para atingir seus objetivos pessoais que concordo com o Tales: condenada mesmo foi a lava-Jato, uma caça às bruxas igual a tantas que a direita periodicamente promove no Brasil, usando o moralismo rançoso como trampolim para o poder.
Uma delas, inclusive, culminou no suicídio de um presidente, cuja coragem abortou o golpe em andamento mas não impediu a posterior repetição de tramoias quase idênticas (CL)
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