sábado, 30 de abril de 2022

O MUNDO EM DEPRESSÃO ECONÔMICA – 2

(continuação deste post)
Miséria e fome na África...
O
S BLOCOS DO CAPITALISMO ONE WORLD E O BRASIL
– O capitalismo atingiu todos os poros das sociedades mundiais; inexiste país que não tenha a sua relação social mediada pelo critério da forma-valor (ou seja, pelo trabalho abstrato produtor de valor e da extração de mais-valia, que proporciona a acumulação autotélica do capital nas mãos dos seus administradores, os quais obedecem rigorosamente as suas ordens ditatoriais).

Paradoxalmente, é justamente no seu ápice que o capitalismo chega ao seu limite interno de expansão e se dessubstancializa.

Apesar de formarem blocos monetários capitalistas (por vezes geograficamente separados, com suas influências periféricas, em todo o Planeta), eles assim se distribuem:
bloco do dólar e do euro, que abrange as Américas e o Caribe, a União Europeia e o Reino Unido;
— bloco da Eurásia, formado pela parte europeia da Ásia menor e pela Ásia Maior, tendo à frente a Rússia, a China, a Índia e alguns ricos países árabes, totalizando 60% da população mundial e 1/3 das partes sólidas do Planeta, A aliança entre Rússia, China e Índia, com suas imensas extensões territoriais e populacionais, poderá deslocar a hegemonia do dólar, tornada moeda internacional desde o fim da 2ª Guerra Mundial
— bloco da África, com cerca de 14% da população mundial e dividido em diversos países cuja representatividade no PIB mundial é baixa, idem o índice de IDH, além de englobar ditaduras amiúde às voltas com conflitos político-governamentais (e muitas quarteladas);
— bloco da Oceania, sob a hegemonia da Austrália e seus altos índices de IDH.

...trabalho escravo e infantil na Ásia...
Quando se analisam os blocos populacionais em suas diferentes configurações sociais podemos concluir que somos pobres e, principalmente, que ao atingirmos o ápice do capitalismo, estamos empobrecendo ainda mais. 

Fato é que os grandes bolsões populacionais do mundo ainda sofrem com a penúria, em que pesem os avanços tecnológicos que têm propiciado significativa melhora na vida dos seres humanos, pois têm contra si as contradições da lógica capitalista e da segregação social que propicia.

Como se explicar o surgimento dos discursos de ódio à luz do dia e sem nenhum pejo ou reprimenda? 

Da apologia de símbolos nazifascistas ostensivos? Do crescimento do crime organizado? 

Do aumento da violência urbana? Do recrudescimento do racismo? Da xenofobia? 

Da misoginia? Da homofobia? Da intolerância religiosa? 

Da negação dos valores solidários da humanidade, substituídos pela priorização do enriquecimento a qualquer preço e por quaisquer meios, tornando os seres humanos inimigos encarniçados de outros seres humanos? 

O capitalismo faz água e, ao invés de facilitar a sua inevitável superação, tenta sobreviver incitando-nos ao abandono das mais nobres virtudes humanas e à aceitação da barbárie.

...destruição e genocídio no Leste europeu...
Daí uma candidata conservadora como Marine Le Pen, com teorias retrógradas, racistas e segregacionistas ter obtido cerca de 40% dos votos num país que historicamente tem servido de vanguarda dos movimentos libertários.

O nosso país não está distante disto. O Brasil de Bolsonaro, o ignaro, tem números decepcionantes, mas assim mesmo o genocida detém uma chocante faixa de uns 25% do eleitorado a seu favor. 

Segundo o Banco Mundial, a previsão de PIB para o Brasil em 2022 é de 0,77%, o segundo menor para a América Latina, à frente apenas do haitiano (0,4%).  Mas, o inventário da destruição ultradireitista nem de longe se resume a isto, pois: 
— temos inflação de dois dígitos no acumulado dos últimos meses;
— nossas taxas de criminalidade são elevadas;
— conservamos altas taxas de desemprego;
— somos campeões de mortes causadas pela covid 19 por habitantes, estamos ainda com média de 100 mortes diárias e caminhando para a incrível marca de 700 mil mortes oficializadas (os grandes centros científicos do exterior garantem que o número real ultrapassa 1 milhão de óbitos);
— temos evidências gritantes de corrupção nos Ministérios da Educação e Saúde (e acabamos de ver um ministro evangélico recentemente demitido ser flagrado em pleno aeroporto com uma arma de fogo que, talvez por intervenção divina, disparou, expondo o tipo de cristão que ele é);
— temos um parlamento que produz um orçamento secreto, destinado a bancar emendas parlamentares que beneficiam acima de tudo os parlamentares que as propõem, enchendo-lhes os bolsos;
...fascistização no Brasil.
— temos um governo com um número desmedido de militares em cargos de confiança, quase sempre designados para funções que não dominam (o caso do general Pazuello é apenas o mais caricato de todos, mas está muito longe de ser exceção); 
 em nosso Estado laico o presidente escolhe ministros para a mais alta corte jurisdicional do país pelo critério de serem terrivelmente evangélicos, tendo a desfaçatez de o admitir de viva voz (!);
— temos um indulto presidencial que concede o benefício da graça a um arruaceiro de quinta categoria, cujos antecedentes e práticas atuais são péssimo exemplo para os jovens brasileiros; 
- temos um alinhamento explícito ou vergonhosamente escondido a um belicista como Vladimir, o Plutinocrata russo que estarrece o mundo com sua beligerância genocida. 

Ufa, será que merecemos isto??? (por Dalton Rosado)
O horror da guerra da Ucrânia nos versos do Dalton

Um comentário:

SF disse...

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Ufa!! Que desgraceira!
***
Respondendo a sua pergunta se "merecemos tudo isso".
Sim! Claro que merecemos.
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Óbvio, se a coisa está tão ruim é porque erramos.
Simples assim.
%***
Mas, qual a maneira de melhorarmos?
Esta é a pergunta a ser respondida.
***
Ouso afirmar que a resposta está na dupla Liberdade e Responsabilidade.
***
O cara pode até ser "generoso" para com a coletividade pagando impostos que, segundo o Tesouro Nacional, estão em 33,90% do PIB.
Mas, mente o TN. Acresça-se a inflação IPCA e termos mais de 47% do PIB recolhidos para o governo.
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Sustentar um estado de coisas desses é impossível, pois, como provou um tal de Laffer, mesmo com falhas, pois isso induz a queda de arrecadação.
O estado paralelo do crime organizado é só um sintoma.
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Péssima gestão de recursos associada a ganância fiscal estão conseguindo fazer daqui, um dos lugares mais férteis e ricos do planeta, um país pobre.
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Laroye Exu!
O rei das terras brasilis.
Ah! A semiótica!
Como os símbolos dizem coisas sem dizê-las.
***


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