sábado, 30 de abril de 2022

O QUE FAZER COM OS BRASILEIROS QUE TÊM SIMPATIA PELO DIABO?

josias de souza
BOLSONARISMO SOBREVIVERÁ ÀS URNAS DE 2022
C
ampanhas presidenciais se tornaram no Brasil uma disputa do Bem contra o Mal. Em 2018, o demônio era o petismo. Hoje, o rabo e os chifres de Bolsonaro chamam mais atenção. 

Os opositores se animam. "Oba! Podemos ser radicalmente contra!" Nada mais fácil do que se contrapor ao Mal com rosto. 

Os candidatos a exorcista, claro, são o BEM. Consideram-se liberados de todo tipo de exame. Sobretudo o mais complexo, que é o autoexame. Em meio a uma atmosfera de Idade Média, até um Luciano Bivar sente-se à vontade para fazer pose de terceira via para a Renascença. 

Acontece que Bolsonaro não é o principal perigo. O que apavora são os 30% de eleitores que se dispõem a renovar o mandato da insensatez. 

Muitos continuam chamando a insanidade de mito. O desprezo dos adversários a Bolsonaro ainda não contagiou os eleitores que o toleram, amam ou idolatram. 

A verdade é que Bolsonaro é apenas um primeiro sintoma. A doença está na facilidade hedionda com que um pedaço da sociedade escolheu viver no reino da estupidez golpista, onde a autoridade viril resolverá todas as suas psicoses com o providencial auxílio de uma cada vez menos invisível manus militaris
Emergências nacionais como a miséria, o desemprego e a inflação tornaram-se asteriscos diante de necessidades como a distribuição de armas, o indulto de malfeitores, o insulto a magistrados e a defesa de uma apuração paralela das urnas pelas Forças Armadas.

Como a covid não mata tanto, a fraude eleitoral virou a nova cloroquina. 

Ainda não surgiu uma explicação plausível para o poder de sedução que a irracionalidade do mal exerce sobre quase um terço do eleitorado. 

Mas uma constatação vai se tornando incontornável: seja qual for o resultado da eleição, o bolsonarismo não voltará para o armário. Ele sobreviverá às urnas de 2022. 

Numa democracia que se deixa corroer por dentro, parte da sociedade passa a enxergar o Mal como uma perversa e excitante forma de liberdade(por Josias de Souza)

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