Pode-se mesmo pensar estarem os militares tencionando sua relação com o presidente genocida, pois, na mesma semana, o chefe do Exército impôs normativa requisitando vacinação do corpo militar e proibindo a publicação de notícias falsas.
Nada mais falso, contudo. Na realidade, esta leitura é fruto de uma apreciação superficial dos acontecimentos.
Quando se tratava de conseguir o cargo, valia tudo para bajular o chefe. |
A própria Anvisa, do incensado Barra Torres, várias vezes se submeteu à vontade bolsonarista, seja ao não impor medidas mais duras de restrição, ou quando não condenou aberta e oficialmente o uso da cloroquina e outros elixires do presidente, ou até mesmo ensejando, na época do debate em torno das vacinas Coronavac e Sputinik, o máximo possível de atrasos para a aprovação das vacinas chinesa e russa.
Para além da Covid, a Anvisa tem sido, sob o comando de Barra Torres, a terra dos sonhos para o latifúndio e sua festa de agrotóxicos, com liberações recordes de substâncias comprovadamente tóxicas e deletérias para a saúde humana e para o meio ambiente.
Sempre lembraremos de Pazuello e sua frase emblemática: "Um manda, outro obedece" |
Mais do que isso: Bolsonaro tem tudo para não apenas não se reeleger, mas também como jogar na desgraça para sempre todos os seus apoiadores mais próximos.
Neste cenário, a alternativa é seguir a dica número um dos marketeiros e reposicionar a marca. Convém então vestir a máscara de defensor da racionalidade e da honra.
Por isso, Barra Torres, após ter aceitado passear sem máscara com Bolsonaro em 2020, se sujeitado às humilhações em lives ao lado dele e ter engolido calado os ataques contra a Anvisa em 2021, em 2022 vira o grande herói do serviço público.
Outros heróis virão, na senda das pesquisas eleitorais. (por David Emanuel Coelho)
Nenhum comentário:
Postar um comentário