segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

SEM VÊ-LO DEBATENDO, HÁ O RISCO DE ELEGERMOS UM MEDÍOCRE, COMO EM 2018

josias de souza
LULA E BOLSONARO JÁ ENSAIAM A FUGA DOS DEBATES
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rês dias depois de o PL, partido de Bolsonaro, ter faltado à reunião em que a emissora CNN discutiu com representantes dos candidatos as regras do primeiro debate presidencial de 2022, marcado para 6 de agosto, surge a notícia de que o PT de Lula se queixa do excesso de debates. 

A coisa não cheira bem. É como se o líder e o vice-líder das pesquisas preparassem uma rota de fuga. 

Surgem as primeiras desculpas. Dirigentes do PT reclamam da quantidade de debates. Alegam que as emissoras deveriam organizar um pool. Conversa mole de quem receia uma discussão franca sobre mensalões e petrolões. Ou sobre a ruína da gestão Dilma. 

Bolsonaro já havia declarado há dois meses que pretendia participar de todos os debates, desde que não lhe fizessem perguntas sobre temas pessoais e familiares. Ilusão de quem comanda uma holding da rachadinha e não consegue explicar nem os depósitos feitos pelo operador Fabrício Queiroz na conta bancária da primeira-dama Michelle.

No Brasil, debates eleitorais têm serventia duvidosa. As assessorias dos partidos impõem aos organizadores regras draconianas, que favorecem a cenografia em detrimento do conteúdo. 

Os contendores são ensaiados previamente em sessões de treinamento que transformam candidatos precários em boas encenações. Além disso, não há nenhuma garantia de que um bom debatedor será um gestor qualificado. 

Ainda assim, é mais vantajoso ter algum debate do que não ter nenhum. É no mínimo constrangedor que os candidatos à Presidência que frequentam as pesquisas como adversários potenciais num eventual 2º turno insinuem o desejo de retornar ao trono brincando de esconde-esconde com os eleitores. (por Josias de Souza)
A Marina Silva desconstruía o genocida em 2018...
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OQUE DO EDITOR 
– Peixeiro experiente sabe quando está vendendo peixe podre para a clientela e tenta salvar a situação como pode, antes que todos percebam o fedor.

Os staffs do Bozo e do Lula, idem. Estão carecas de saber que ambos não são maus debatedores. São péssimos.

Em 2018 o genocida foi levado às cordas pelo Guilherme Boulos e, alguns dias depois, a Marina Silva o deixou grogue, segurando-se nas ditas cujas para não desabar no chão.

Por uma daquelas coincidências que só ingênuos engolem, houve então o nebuloso episódio da facada mandrake que lhe serviu de pretexto para ausentar-se de todos os debates restantes, inclusive quando os médicos já o estavam liberando explicitamente para participar.  

[Enquanto não houver uma investigação independente daquela que possivelmente foi a maior fraude eleitoral da história brasileira, continuarei afirmando que o vídeo Facada no mito (clique aqui p/ assistir) ganha por 10x0 da versão oficial  em termos de verossimilhança.]

Quanto ao Lula, não debate nem jamais debateu: faz caudalosos discursos rodeando a questão levantada pelo oponente. Quando teve um adversário de verdade pela frente (Fernando Collor em 1989) foi simplesmente arrasado. 
...aí o Bozo foi salvo não pelo gongo, mas sim pelo Adélio

Durante o debate decisivo daquela eleição presidencial, Lula passou o tempo todo travado, empurrado para a defensiva, esfregando nervosamente uma mão na outra; chegou ao cúmulo de não retrucar quando o rebento da elite alagoana afirmou que o equipamento 3x1 do metalúrgico era melhor que o dele.

[Circulou nos bastidores que Lula adquirira um 3x1 caro para presentear uma amante, mas os adversários ficaram sabendo; então, ele teria permanecido em silêncio sepulcral por receio de que, se negasse, o falso caçador de marajás exibisse triunfalmente a nota fiscal do aparelho para o Brasil inteiro ver.]

O debate aconteceu três dias antes do 2º turno. Assisti-o atentamente de cabo a rabo, pois havia sido incumbido de escrever um comentário sobre ele para a Agência Estado

Fiz questão de concluir meu texto antes de ir dormir, sem tomar conhecimento de nenhuma avaliação alheia, e a minha conclusão foi a de que, se aquele último round da campanha tivesse sido decisivo (pois as pesquisas apontavam empate até então), a vitória final seria do Collor.

Depois, no Jornal Nacional da 6ª feira, a matéria sobre o debate, ao contrário da praxe de equilibrar os pratos da balança, foi acentuadamente favorável ao Collor. 
O nervosismo de Lula em 1989 o fazia
esfregar incessantemente as mãos

Mas, os que atribuem apenas a uma manipulação da Globo o resultado da eleição, omitem que quem presenciou o dito cujo com olhar crítico ficou se indagando o motivo de o Lula ter-se mostrado tão apático, além de surpreender-se com a facilidade encontrada pelo Collor para prevalecer durante todo seu transcurso
.

Vai daí que, se eu fosse o marqueteiro de qualquer um dos dois, o aconselharia mesmo a fugir como uma galinha. 

Afinal, o gado do Bozo continua idolatrando-o até quando tira vacina do braço de criancinha e a claque do Lula não estranhou nem mesmo ele não ter participado de um único #ForaBolsonaro em três anos de destruição do Brasil. (por Celso Lungaretti)   

2 comentários:

Anônimo disse...

Celso, Pelamor! Chamar Luis Inácio Lula da Silva, que já venceu QUATRO ELEIÇÔES PRESIDENCIAIS de "péssimo debatedor"?? Em que planeta você vive? E depois para quê exatamente alguém que está lááá na frente dos outros contendores (com mais votos que TODOS ELES reunidos) vai num evento em que TODOS o atacarão, em conjunto, e coordenadamente dado o desespero que NÃO terá segundo turno! e ele só terá 2 minutos para "responder"!?! (Carlos, lulista de carteirinha)

celsolungaretti disse...

Carlos, o único adversário de verdade que o Lula enfrentou, passou como um trator por cima dele. O Lula tem os horizontes limitados de um sindicalista por formação. Um discurso de ocasião na ponta da língua para cada situação e uma enxurrada de blablablá que realmente não vai ao âmago da questão. Atira a esmo.

Com sua opção de abandonar a classe média formadora de opinião (pois tinha base intelectual maior que a dele e o fazia perder o rebolado), optou por converter o PT num partido para ganhar eleições e não para transformar a sociedade e nos livrar do capitalismo. Com isto, ele preparou a partir de 1982 a debacle do partido.

Tudo fez para expurgar e afastar as tendências revolucionárias que existiam dentro do partido e, para compensar, escancarou as portas do PT para pessoas que queriam meramente subir na vida. JÁ NAQUELA ÉPOCA EU AVISEI QUE ISTO ACABARIA MAL. Não deu outra.

Nas manifestações de protesto de junho de 2013, quase um levante popular, ele e a Dilma voltaram as costas às lideranças que estavam surgindo no NOSSO CAMPO, deixando-as entregues à sanha dos governadores e dos judiciários estaduais REACIONÁRIOS. Com isto, desestimulou jovens aguerridos que se encaminhavam para a esquerda e perceberam que seriam traídos e abandonados na hora do pau.

A eleição do Bozo começou a nascer nesse exato momento. Precisávamos desesperadamente de quadros com qualidade superior, mas eles não acreditavam mais em nós. Tanto que uma parte enorme dos que se manifestavam contra o impeachment da Dilma estavam lá para ganhar quentinhas. Antes botaríamos na Paulista três vezes mais gente, e só de voluntários, não de mercenários.

Torça pelo Lula, se preferir. Mas ele não tem resposta nenhuma aos desafios atuais, porque só busca respostas dentro da institucionalidade capitalista. E o capitalismo agoniza a olhos vistos. Tentará salvar antes os países poderosos, e nós estamos lá no fim da fila. É suicídio continuarmos fazendo suas vontades.

Precisamos de jovens com coragem para romper com essa alternância entre governos capitalistas bonzinhos e governos capitalistas brutais, que já vem desde 1930. Não é um governo capitalista bonzinho que nos tirará do bico do corvo em que estamos agora, é um governo que ouse ir além do capitalismo.

Abs, companheiro!

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