domingo, 23 de janeiro de 2022

O BOZO FAZ CAMPANHA CONTRA A VACINA PARA ACOBERTAR SEUS CRIMES

bruno boghossian
QUEIROGA LEVOU METÓDO DO
 GABINETE PARALELO PARA A ESPLANADA
N
o ano passado, a CPI da Covid radiografou a rede de médicos e palpiteiros que aconselhavam Jair Bolsonaro na pandemia. 

Sem cargo oficial, o gabinete paralelo elaborou um programa de propagação do coronavírus, distribuição de medicamentos ineficazes e disseminação de suspeitas falsas sobre vacinas.

Esse método deixou de funcionar de maneira informal e se instalou oficialmente na Esplanada dos Ministérios. 

O médico Marcelo Queiroga passou a exercer com desenvoltura crescente o papel de avalista e executor da disparatada política presidencial para a pandemia.

O ministro da Saúde assumiu um destacado protagonismo nos esforços do governo para desestimular a vacinação contra a Covid. 

Na última semana, Queiroga relatou a ocorrência de 4 mil mortes em que há uma comprovação de relação com os imunizantes. Era mentira: o ministério só reconheceu essa ligação em 13 casos dos mais de 162 milhões de brasileiros vacinados.

O doutor se recusa a informar com clareza à população que os efeitos adversos das vacinas existem, mas são raríssimos. Prefere usar números distorcidos, meias-palavras e um comportamento ambíguo para endossar a plataforma do chefe.

Na 5ª feira (20), Queiroga fez uma excursão ao interior paulista com a ministra Damares Alves. Segundo ela, os dois visitaram a família de uma menina que teve uma parada cardíaca no mesmo dia em que recebeu a vacina contra a Covid

Pouco tempo depois, o Ministério da Saúde descartou qualquer conexão entre o caso e o imunizante, mas o estrago estava feito.

Queiroga empresta o jaleco à campanha antivacina porque precisa do cargo para turbinar seu projeto eleitoral. O doutor cumpre duas funções: agita a base ideológica de que o presidente precisa para sobreviver e dá um caráter técnico aos desatinos oficiais.  

Quem ganha mais nessa relação é seu chefe. Para acobertar sua conduta criminosa na pandemia, Bolsonaro precisa repetir até o fim que a vacina não presta. (por Bruno Boghossian)

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