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"A ausência de Dilma Rousseff no jantar do grupo Prerrogativas que homenageou Lula –e que teve Geraldo Alckmin como convidado especial –segue rendendo polêmica.
Ela afirma que não foi convidada para o evento –e seus interlocutores circularam a versão de que Dilma acredita ter virado um problema político para Lula.
Já o organizador do jantar, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, diz ter certeza absoluta de que seu convite chegou à ex-presidente. Ele afirma que ela era aguardada por todos. 'Temos muito carinho e respeito pela Dilma. Sua presença seria uma alegria para todos nós. Lamento pelo ruído de comunicação', afirma.
O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo confirma que conversou com Dilma sobre o jantar, 'por telefone'. Mas 'muito superficialmente', segundo escreveu em um grupo de WhatsApp.
Cobrado por Marco Aurélio se ela iria ao evento, Cardozo diz que voltou a procurá-la –mas não conseguiu novo contato. E assumiu a responsabilidade pelo desencontro:
'Pessoal, tem tido alguma especulação sobre a não ida da Dilma no jantar. Gostaria de esclarecer que, de fato, o Marco me pediu que falasse com ela na época, logo que o jantar foi marcado. Eu por telefone falei com ela na época, mas muito superficialmente, ficando de falar com ela mais tarde.
Posteriormente, na semana do jantar, o Marco me cobrou se ela iria, eu tentei falar com ela, inclusive porque era aniversário dela, e não consegui falar. Imaginando que alguma outra pessoa tivesse falado com ela eu acabei não fazendo mais nada. Portanto, se houve alguma culpa nesse episódio, ela é desse humilde subscritor que assume a responsabilidade e se penitencia', escreveu o ex-ministro da Justiça no grupo de advogados.
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Vale acrescentar que a Mônica pegou a Dilma na mentira ao ilustrar sua coluna com fotos do convite e da pulseira a ela enviados pelo grupo Prerrogativas para que participasse do jantar no Rubayat. Então, convidada ela foi e deixou de comparecer porque assim decidiu e não por ignorar a realização de tal evento eleitoreiro.
Qual o motivo desta auto-vitimização falaciosa? Voltar a ser notícia, saindo do velado ostracismo a que estava relegada após haver tido grande responsabilidade na volta da direita ao poder e depois de ser humilhada ao nem sequer senadora conseguir eleger-se em 2020.
Ela tenta readquirir alguma relevância política pegando carona na rejeição à parceria Lula/Alckmin por parte de muitos esquerdistas.
Da minha parte, só vejo um detalhe discutível em tal aliança: geralmente candidato e vice têm nuances ideológicas diferentes, para atraírem segmentos distintos do eleitorado, mas a parceira abobrinhas com chuchu está mais para cara e coroa da mesma moeda: a da dominação burguesa ligeiramente atenuada pelas migalhas do banquete dos poderosos que são concedidas aos coitadezas.
Quanto aos petistas, até as pedras das ruas sabem que sempre atribuíram as desgraças ocorridas desde 2016:
— à gestão econômica catastrófica de Dilma em seu primeiro mandato;
— à sua falseta ideológica ao nomear em 2015 um neoliberal para, como czar da economia, tentar consertar as lambanças que ela cometera; e
— a ter forçado tanto a barra para manter a sua candidatura à reeleição, quando saltava aos olhos e clamava aos céus que ela não conseguiria segurar a onda quando desabasse sobre nós a recessão que incubara (talvez Lula, com Guido Mantega ou Henrique Meirelles, ao menos evitasse o pior, poupando-nos do pesadelo Bolsonaro).
Assim, tenham ou não convidado protocolarmente a Dilma, os petistas torciam para que ela não desse as caras, pois querem mais é que os eleitores esqueçam ter sido Lula quem fincou tal poste na presidência da República. (por Celso Lungaretti)
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