segunda-feira, 18 de outubro de 2021

A BARBÁRIE INSTALA-SE DE VEZ NO BRASIL/1

Quando analisávamos o Índice de Desenvolvimento Humano mundo afora, já percebíamos quão pobre é a maioria dos seres humanos que habitam nosso Planeta, apesar de todo o desenvolvimento obtido nos vários campos das ciências.
 
Ultimamente tais índices desabaram, seja por conta da crise capitalista sistêmica; pelo seu agravamento em decorrência da paralisia decorrente do confinamento compulsório da propagação e morte pelo coronavírus; ou pela questão climática advinda do comprovado aquecimento global que está gerando sérios impasses na produção de alimentos e energia. 

Neste contexto social mundial, o Brasil tem se destacado de modo negativo:
— somos campeões em contaminação e mortes pelo cornavírus; 
— temos o real, a moeda que, dentre todas, mais se desvalorizou em relação ao dólar desde o final da 2ª Guerra Mundial;
— estamos com graves problemas energéticos em decorrência de secas, de vez que o Brasil tem na energia hidráulica a sua fonte mais expressiva; 
— tivemos em setembro a mais alta inflação num único mês desde o início do Plano Real;
— aumenta a falência dos pequenos negócios; 
— os desempregados já estão na casa dos 14 milhões, os quais, somados aos que não constam mais das estatísticas por terem desistido de buscar vagas, podem totalizar até 30 milhões pessoas na rua da amargura;
— a fome grassa nas periferias das cidades brasileiras e as pessoas desesperadas sobrevivem catando lixo nos bairros elegantes, comprando pés de galinha para fazer canja e ossos nos frigorífico, isto num país que tem mais gado do que gente;
— 27 milhões de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza; 
— aumentam assustadoramente os índices de criminalidade e os bandidos, em sua maioria advindos do segmento oprimido da sociedade, passam a ser opressores sociais via tráfico de drogas, milícias que vendem proteção e todo tipo de subproduto criminoso da debacle social.

A barbárie que temíamos e cujos sintomas víamos aqui e ali, agora instalou-se de vez. 

De quem é a culpa? Do Boçalnaro, o ignaro? Sim, em grande parte é dele. 

De suas escolhas de prioridades obtusas e do modelo contraditório de nacionalismo político e liberalismo econômico que introduziu no seu governo, cujos ministros medíocres e lunáticos se dividem entre:
— os que chegaram ao cúmulo de fazer apologia de remédios ineficazes em detrimento das vacinas; 
— os que queriam destruir a Amazônia para a boiada passar à vontade; 
— uma ministra terrivelmente evangélica que ainda quer ver, como décadas e décadas atrás, os meninos trajando azul e as meninas com vestidos cor-de-rosa; e
— um ministro da Economia que dizia querer mais Brasil e menos Brasília, mas mostra que, de bom grado, trocaria ambos por um paraíso fiscal bem longe daqui.

Sim, o que já era estruturalmente ruim ficou pior sob a presidência de um espertalhão que teve a desfaçatez de se passar por representante dos militares, mesmo tendo sido expelido da caserna como indisciplinado contumaz. Ele é a contradição e a mentira em pessoa.

É claro que, de alguém com 30 anos de atuação legislativa, sem haver apresentado nenhum projeto com substancia social significativa, tendo subido à tribuna sempre por motivos menores (exaltar o regime de exceção e seus algozes, afirmando que deveria ter assassinado 30 mil subversivos; defender interesses específicos dos subalternos das Forças Armadas e dos policiais civis e militares, sua base eleitoral; condecorar milicianos, etc.) não poderíamos esperar mais do que estamos recebendo.

Mas, há uma culpa estrutural do capitalismo, menos incidental do que aquela a que acima nos referimos, e que não vai passar mesmo que ocorra o desejado impeachment, nem pela substituição do energúmeno em 2022. 

É óbvio que tudo ficará menos ruim quando o bode for finalmente retirado da sala. Mas, ainda será insuficiente para quem, como nós, chegamos ao fundo do poço. (por Dalton Rosado)
(continua neste post)
O eclético Dalton desta vez declama suas verdades

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