quinta-feira, 22 de julho de 2021

ACIRRA-SE A LUTA PELA CARNIÇA ESTATAL

É dito que uma presa sangrando atrai mais facilmente a atenção dos predadores. Não raro, predadores diferentes acabam por brigar entre si pelo direito de desfrutar da presa enfraquecida. 

Bolsonaro é um presidente fraco. Sempre foi. Chegou ao poder no rastro da decadência do regime político brasileiro, abalado por uma profunda e crônica crise sócio-econômica, cujo ponto de inflexão é junho de 2013 e suas já célebres manifestações. 

Criação de parte das Forças Armadas e do grande capital, o presidente nunca teve por base um robusto movimento popular, partidos políticos ou entidades sociais. Sua base sempre foi o grande capital, os militares e alguns setores dispersos da classe média e trabalhadora.

Este contexto foi piorando, com o aprofundamento da crise sócio-econômica mediante o aprofundamento da pobreza, do desemprego generalizado, da destruição ambiental, etc. 

O que era péssimo, piorou por completo graças ao genocídio patrocinado pelo governo federal na pandemia de Covid-19.

O resultado é visto por todos: o governo derreteu. 

Hoje ele é sustentado no aviso prévio, com o impeachment sempre a assombrar a porta do Palácio. Para resolver isso, Bolsonaro entregou por completo sua alma ao chamado centrão, ou Quadrilhão, como seria melhor nomear. 

Este agrupamento é insaciável e está tentando sugar o máximo possível do governo, tomando cargos, verbas, propinas, tudo que é possível de ser conseguido por chantagistas quando sentem o desespero da vítima. 

Mas não é apenas o impeachment que atormenta Jair. Sobrevivendo ao juízo do Congresso, são baixas as chances de sobreviver ao juízo popular nas eleições de 2022. E, diante disso, já antecipa a justificativa para a derrota com uma suposta fraude.
Por causa disso, defende o voto impresso e alega não ser possível eleição apenas com urnas eletrônicas. É neste diapasão que o General de pijamas e atual ministro da defesa, Braga Neto, mandou ameaça direta ao presidente da Câmara, Arthur Lira, determinando a eleição por voto impresso ou eleição nenhuma. 

Na data atual, em números inexatos, existem por volta de seis mil militares pendurados nas tetas governamentais, tomando conta de tudo, desde a compra de clipes de papel até de vacinas. Todos esses cargos teriam de ser divididos ou desocupados para entrega à turma de Ciro Nogueira e cia. 

Ora, há aí um cabo de guerra impossível de ser vencido. O preço a se pagar pelo apoio tanto de militares, quanto do centrão é quantificado em cifrões e postos de emprego na administração pública.

Quem é mais forte, o canhão ou a gravata? Depende do momento. Hoje, diria que a gravata, mas a depender dos rumos da crise brasileira, o canhão pode assumir a frente, tornando pó a artimanha política. 

Fato é que Bolsonaro foi mais um a ser engolido pelo turbilhão do decadente capitalismo brasileiro. (por David Emanuel Coelho)

3 comentários:

Anônimo disse...

https://www.nytimes.com/es/2021/07/22/espanol/opinion/bolsonaro-ejercito-brasil-democracia.html

Anônimo disse...

https://brasil.elpais.com/brasil/2021-07-22/extrema-direita-mundial-estreita-lacos-com-governo-bolsonaro-que-segue-passos-de-orban-e-trump.html

Anônimo disse...

http://www.sindsaudesp.org.br/imag/noticia/1541429021.jpg

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