terça-feira, 2 de março de 2021

TAXAÇÕES EMERGENCIAIS SOBRE O CAPITAL DAS GRANDES EMPRESAS E O LUCRO DOS BANCOS SALVARIAM MUITAS VIDAS – 1

dalton rosado
A SAÍDA PARA O CAOS SOCIAL INSTALADO
Como desgraça pouca é bobagem, o Brasil resolveu maximizar a desgraceira. Está com:
— mais de 14 milhões desempregados, afora outros milhões que deixaram de figurar nas estatísticas oficiais por terem desistido de procurar novo emprego;
— inflação de alimentos na faixa de 14% no último ano (aumento do salário-mínimo pela inflação média);
— 9,5% milhões de brasileiros transpondo a linha da pobreza absoluta em 2020, segundo a ONU;
— ajuda emergencial de valor insignificante que, mesmo se for retomada, estará sempre sob risco de suspensão; 
— previsão do Banco Central de que o PIB haja tido evolução negativa de apenas 4,05% em 2020, após insatisfatório aumento de 1,1% em 2019  (inferior ao 1,8% do presidente Temerário em 2018);
— endividamento chegando na faixa de 89,3% do PIB, com o agravante de sobre ele incidirem juros pesados, que podem dobrar os bilhões pagos em 2019;
— mais de 255 mil mortos em um ano pelo coronavírus;
— falta de vacinas (imunizamos até agora apenas 3% da população brasileira, não havendo perspectivas de grandes avanços nos próximos dias);
— sujeição governamental à política do toma-lá-dá-cá do Centrão, para tentar evitar o impeachment;
— proposta de emenda constitucional para blindagem dos parlamentares corruptos e golpistas;
— promoção de comícios e eventos populistas por parte do presidente da República, visando desde já à eleição de 2022 e dando exemplo público de desacato às medidas sanitárias contra a covid, além de ameaçar governadores que estão fazendo respeitar o isolamento social;  
— aumento das queimadas na Amazônia, num mundo cada vez mais preocupado com o aquecimento global;
— autoridades constituídas afirmando e reafirmando que a normalidade institucional democrática permanece impavidamente estável, um indício seguro de que as ameaças contra ela continuam existindo, caso contrário ninguém estaria reforçando o óbvio; 
— a faina incessante de golpistas fanáticos e de natureza ditatorial e totalitária que pugnam pela derrocada instituições para, em seu lugar, colocar governos absolutistas (como se eles fossem capazes de segurar a barra da debacle capitalista!).  

Diante de tudo isto, não há dúvidas de que o caos social e ecológico está instalado.

A vida social fica a cada dia mais insuportável, principalmente no caso daqueles que não têm nenhuma gordura para queimar, posto que há muito tempo estão sem capacidade aquisitiva de alimentos e outras necessidades básicas. Qual a saída para este quadro que se prenuncia como ainda mais grave para o ano em curso? 
Há medidas emergenciais, de curtíssimo prazo; e medidas estruturais, que infelizmente demandam mais tempo.

A primeira delas é a destituição do presidente da República dentro das regras do jogo democrático-burguês, pela via do impeachment (motivado pelas dezenas de crimes de responsabilidade por ele cometidos, principalmente os referentes à reiterada irresponsabilidade na condução da maior tragédia humanitária do pós-guerra). 

Imitamos tudo que de errado dizia o presidente destrumpelhado, menos na compra de vacinas em tempo hábil, razão das nossas dificuldades atuais de obtenção de imunizantes  num mercado mundial que os disputa encarniçadamente.  

O Brasil tem proporcionalidade de mortes e infectados maior do que o resto do mundo (nesse macabro campeonato disputávamos a hegemonia com os Estados Unidos, que sob Joe Biden começa a reverter tal vergonhoso quadro). Enquanto a tendência no resto do mundo é de melhora, nosso país atinge o fundo do poço e a atuação do governo federal dá contribuição tão acentuada para o colapso total que os governadores precisaram unir-se para barrar o caos e salvar seus governados, assumindo as responsabilidades das quais Bolsonaro se omite, por crassa incompetência ou premeditada sabotagem.

O segundo motivo relevante para a decretação do impeachment é a reiterada tentativa, por ele estimulada em tantas manifestação que promoveu ou das quais participou, de quebra da institucionalidade democrático-burguesa republicana e introdução de um regime ditatorial de exceção como aquele contido no Ato Institucional nº 5, de triste memória.

Tais fatos acabam de ser explicitados pelo deputado federal de suas hostes, Daniel Silveira, sem que o presidente tenha repudiado categoricamente tais invectivas.

Por último, uma iniciativa nunca tentada mas que poderá vir a ser a solução rápida de que o Brasil desesperadamente carece é a de afastamento definitivo de presidente da República mentalmente incapaz, que já começa a ser vista, discutida e analisada (vide aqui ) como o ovo de Colombo para o impasse atual.

Não que o afastamento de Bolsonaro e e posse do vice-presidente Hamilton Mourão vá resolver o problema, mas servirá como exemplo e vacina contra os que não acreditam nas vacinas e creem no totalitarismo como solução. (por Dalton Rosado)
(continua neste post)

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