Ora, pequei por ingenuidade. Os evangélicos, a maioria dos 30% ainda favoráveis ao presidente, também chamado atualmente de genocida, não estão sós. Embora a imprensa esteja sendo chamada de principal oponente ao coveiro genocida, existem muitos jornalistas fiéis ao Messias rebatizado no rio Jordão, na campanha eleitoral.
De uma fidelidade religiosa cega e canina, a ponto de postar num grupo de jornalistas o vídeo de um nazifascista (não havia seu nome), ao final do qual surge um apelo em favor de um golpe militar, sem faltar o som de fundo de uma marcha militar. Estivéssemos nos anos 30, haveria uma suástica ao lado da bandeira verde-amarela.
Hipocrisia ou ignorância, segundo eles, os culpados pela desgraça brasileira atual seriam os governadores, justamente os favoráveis ao confinamento e à vacinação. Seria o caso de se perguntar: mas não leem jornais esses jornalistas? Casa de ferreiro, espeto de pau!
Por isso, talvez valha a pena detalhar as razões pelas quais fazemos oposição cerrada ao Coveiro Danação.
O popular presidente começou sua campanha eleitoral promovendo o armamento. Em lugar de sugerir medidas que fizessem diminuir a violência, propunha. com a mímica da arminha, a importação dos bangue-bangues estadunidenses. Isso sem chocar pastores evangélicos, seus cabos eleitorais ativos pelo Youtube antes mesmo das restrições impostas pelo coronavírus.
Não é preciso fazer qualquer esforço para se identificar no lema Brasil acima de tudo e Deus acima de todos uma cópia do slogan nazista Alemanha acima de tudo. Além disso, o candidato Bolsonaro era (e é) homofóbico.
Desde o início de seu governo, começaram os incêndios das florestas na Amazônia visando liberar áreas para plantação de soja e criação de gado, sem qualquer proteção aos indígenas habitantes da região.
Essa destruição se fez sentir também no domínio da cultura, fortalecendo-se um movimento pela implantação do gênero gospel estadunidense entre o povo, no lugar da riqueza da nossa música.
Destruir parece ser seu alvo principal, como acentuam diversos analistas políticos. Nem a Petrobras, marco das lutas nacionalistas do século passado, vai escapar.
Embora o povo sofra a dor do luto e da perda de entes queridos, ele desrespeita e escarnece desse sofrimento, enquanto dificulta e adia a concessão de um prolongamento do auxílio assistencial.
Não é a pandemia a responsável pela desgraça atual no Brasil, mas a falta de planejamento, de ação, da demora na compra de vacinas, pois o presidente não acreditava no vírus: comparava-o a uma gripezinha sem importância, da qual as pessoas poderiam se proteger com cloroquina, na verdade um medicamento contra a malária.
As últimas previsões são alarmantes, a ponto de a Organização Mundial da Saúde temer que o Brasil se torne um foco permanente ou um celeiro de mutações descontroladas do coronavírus e, portanto, uma ameaça constante para os outros países.
A anunciada compra de 100 milhões de doses da vacina Pfizer, devendo chegar ao Brasil por etapas até o final do ano, só foi possível graças à pressão dos governadores. Mesmo assim, o atraso dessa compra não poderá conter a tempo o avanço do vírus.
Morrerão ainda dezenas de milhares de pessoas, talvez centenas, reforçando a acusação de genocida que os brasileiros mais conscientes fazem ao coveiro da Nação.
(por Rui Martins)
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