terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

DESCONFIEM DAS CRIPTOMOEDAS: ELAS SÃO UM GIGANTESCO COLAPSO ANUNCIADO! – 2

(continuação deste post)
N
a forma atual está claro que o valor monetário, fiduciário, é artificial, de vez que não provém da constituição de valor válido advindo da produção de mercadorias e tem o seu custo de produção como critério definidor do valor (tempo de trabalho abstrato coagulado na mercadoria).  

É aí que entram na pauta social as moedas criptografadas, as quais nada mais são do que a representação convencional de uma outra moeda ou moedas, mais artificial ainda do que as ditas cujas. Trata-se da abstração da abstração. 

Não há valor substancial no dinheiro enquanto padrão monetário nacional; muito menos nas moedas eletrônicas, que apenas pretendem representar as primeiras. 

Como se explica que o bitcoin, moda eletrônica inventada por alguns espertalhões do fantástico mundo do mercado financeiro decrépito, mesmo sem nada produzir, tenha se valorizado em 700% durante determinado período e em 200% no último ano da pandemia que paralisou a produção, gerando, com isto, lucros estratosféricos aos seus compradores??? 

Agora mesmo, determinado grupo financeiro resolveu comprar bitcoins e, com isto, duplicou a valor do seu investimento como num passe de mágica. É claro que, a exemplo das bolhas financeiras (como a do subprime), esta é a mais moderna forma de pirâmide financeira, sem base de substância e com data marcada para sua implosão.

Evidentemente, por serem livres do controle tirânico dos bancos e do fisco, as criptomoedas ganham popularidade como meio eficaz e célere de pagamento e investimento, daí a sua valorização artificial. 
Sem falar na conveniência de não permitirem a descoberta do detentor da conta (como nos bancos suíços, que abrigavam dinheiro sujo do mundo inteiro). Sendo ele identificado por um código criptografado pessoal, as criptomoedas se tornam um paraíso para a lavagem de dinheiro. 

Imaginem se o ex-deputado baiano Geddel Vieira Lima tivesse comprado bitcoin, ao invés de esconder o dinheiro em malas! Estaria por aí lampeiro, posando de digno representante do povo.

Mas, como as criptomoedas apenas representam moedas reais e se valorizam por um mecanismo da lei da oferta e da procura, tende a chegar um momento no qual o objeto de sua representação, as moedas oficiais, evidenciem as suas insubsistências; em tal momento, a queda das criptomoedas será maior do que a dos seus ativos financeiros fiduciários oficiais. Trata-se, portanto, de um gigantesco colapso anunciado.

O mundo hoje está gerido pelo controle monetário das nações emissoras de moedas fortes (dólar e euro), daí querer-se tanto a autonomia dos Bancos Centrais, justamente porque, com ela, o poder político cede lugar ao poder do controle monetário. 

Se os governos são ruins, opressores, subservientes ao poder econômico que os sustenta, os Bancos Centrais e seus controles monetários são absolutamente impessoais e insensíveis aos dramas humanos. As criptomoedas fazem parte desse universo de artificialismo insubsistente e tenebroso.

Já é hora, ou estamos passando da hora, de darmos um fim na riqueza abstrata como
condottieri das nossas vidas.

Ora, como não dá mais para segregar os indivíduos sociais transformados em cidadãos, socialmente, pelo trabalho abstrato, há que os segregar mediante a distribuição de dinheiro sem valor (caso do auxílio emergencial), como forma de:
— a eles, manter miseravelmente vivos; e, 
— àqueles que fazem o controle monetário, preservar-lhes a condição de senhores da dominação econômica e política, eternizando seus privilégios. 

Os dominadores fundamentais não são mais os patrões (ainda que permaneçam como parte desse processo), mas sim  os detentores do controle monetário e do mundo financeiro, que ditam qual a quantidade de ração a ser ministrada aos escravos da pós-modernidade, por intermédio de dinheiro sem valor, seja um padrão monetário nacional ou uma criptomoeda internacional. 

O Estado falido e seus políticos (estes últimos fora de foco e distantes da realidade funcional social, sendo a cada dia denunciados por seus atos absurdos e sua corrupção escancarada, além de terem as suas carantonhas repulsivas expostas numa pantomima que só não se evidencia mais grotesca ainda os olhos do povo porque a mídia está impedida de colocar o dedo na verdadeira problemática) são responsáveis pela perpetuação da miséria social quando a humanidade já adquiriu suficiente domínio do saber científico para erradicá-la em definitivo.

Não são os jornalistas, presos a uma camisa de força artificialmente sustentada que os obriga a focar naquilo que é fora de foco e, com isto, a manterem a população desinformada, os verdadeiros culpados pela inconsciência social sobre o que está em curso. 

A culpa cabe a uma forma de dominação que insiste em manter a todos cegos e conduzidos ao abismo pela flauta mágica e impositiva do valor sem valor.

Daí a importância de um veículo (como este blog) permanecer sem amarras comerciais patronais mercadológicas, nem envolvimento com governos e/ou partidos políticos, de forma a poder sempre fazer uma abordagem como a que ora realizamos – e isto quando a própria internet não nos proíbe! 

Vivemos a dor de um parto de alto risco, mas ainda há tempo de salvar o bebê. Precisamos, contudo, estar conscientes de como vem sendo conduzido este pré-parto, para que possamos conduzir bem o próprio parto. (por Dalton Rosado)

Um comentário:

SF disse...

Dalton,
sinto que você compreende perfeitamente o deslocamento da dominância dentro da sociedade burguesa e corrobora meu pensamento ao asseverar que:
"O mundo hoje está gerido pelo controle monetário das nações emissoras de moedas fortes
(dólar e euro), daí querer-se tanto a autonomia dos Bancos Centrais, justamente porque, com
ela, o poder político cede lugar ao poder do controle monetário".
Sim, é esse o fulcro do meu pensar a respeito do que está acontecendo no mundo.
***
Contudo, peço ao amigo, que ataque o cerne das minhas inquietações, a saber:

Por qual motivo os novos senhores do mundo, que estão erradicando sistematicamente postos de trabalho, preservarão a vida de bilhões de seres humanos se não precisam mais deles para obter lucro?
Se não há vantagem em manter tais escravos e todo o entorno mercantil (basicamente consumista e poluidor) por que não eliminarão o maior número de pessoas possível em nome da preservação do meio ambiente?
***



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