Apoiados pelo PT, eles venceram a eleição para presidente do Senado |
Acompanhando há muitos anos o seu trabalho, eu diria que ela tem mais simpatia pelo petismo, mas exerce seu trabalho de forma bem profissional, com a imparcialidade possível num ser humano (no fundo, no fundo, sempre torcemos por um dos lados, mas o grande diferencial é se estamos ou não dispostos a distorcer nossos julgamentos para adequá-los às preferências pessoais).
Eis o que ela diz sobre a ostensiva campanha em curso para reabilitar Lula e dar-lhe condições de concorrer a um terceiro mandato em 2022:
Charge de 2019. Lula prefere esperar até 2022... |
O problema é que Lula tem outra condenação, por obras no sítio de Atibaia. Ainda que a defesa do ex-presidente insista que Moro atuou também nesse processo, os ministros da 2ª Turma do STF devem analisar somente o caso do tríplex.
Assim, a condenação de Lula no processo de Atibaia persistirá. E o ex-presidente permanecerá inelegível pelo menos até eventual julgamento de imparcialidade do ex-juiz também neste caso —que não tem data certa para ocorrer".
.
Num terreno tão minado como esse, eu também prefiro apenas dar uns pitacos sobre o que depreendo das movimentações em curso, pois já existem juristas demais (e jornalistas que se supõem juristas) emitindo opiniões sobre o certo e o errado, o legal e o ilegal. Não serei eu mais um a vestir toga alugada em loja de adereços teatrais...
Meu maior receio é que o bolsonarismo venha a ser o principal beneficiário (além do provável inspirador secreto) dessa nova de denúncias requentadas da Vaza Jato:
— serve para desviar a atenção da destruição da Lava Jato, orquestrada pelo Bozo numa verdadeira traição a todos aqueles que nele votaram acreditando que assim reforçariam o combate à corrupção;
— ajuda a desmoralizar Moro, tido pelo alucinado como um possível adversário temível em 2022;
— e dá uma forcinha para Lula voltar à tona, quando já estava merecidamente esquecido em função de tudo que não fez durante a tragédia humanitária da covid, quando permaneceu hibernando durante um momento decisivo para o Brasil.
Continuo não acreditando que Bolsonaro vá ser candidato à reeleição; acho muito mais provável que, em outubro de 2022, ele seja um ex-presidente (apeado do cargo há pelo menos um ano) e que esteja exilado, encarcerado ou em prisão domiciliar. E ainda será pouco, no caso dele.
Mas, se não formos mesmo um país sério e a frase atribuída a De Gaulle realmente nos definir, o Lula, queimado em definitivo, será a melhor e talvez única chance de vitória do Bozo em 2022.
Se tal desgraça acontecer, não digam que não avisei. (por Celso Lungaretti)
Nenhum comentário:
Postar um comentário