Na tarde desta 6ª feira (20) foi lançada a Frente Democrática por São Paulo, com outros cinco partidos formalizando o apoio a Guilherme Boulos no 2º turno da eleição para prefeito paulistano: PCdoB, PDT, PSB, PT e Rede. Assim, a chapa do PSOL (partido de Boulos), PCB e UP agora representa nada menos do que oito forças políticas de esquerda e centro-esquerda.
É um fato político de primeira grandeza, já que nem mesmo na eleição presidencial de 2018 Ciro Gomes, Lula e Marina Silva se posicionaram na mesma trincheira.
Candidatos derrotados no 1º turno, Jilmar Tatto (PT) e Orlando Silva (PCdoB) já haviam se colocado ao lado de Boulos. Márcio França (PSB) só não o fez ainda porque espera o aval do diretório municipal do partido.
Do outro lado estarão o candidato Bruno Covas (PSDB) e os derrotados Celso Russomanno (Republicanos) e Joice Hasselmann (PSL), além do MDB e do DEM. Ou seja, será o primeiro grande confronto entre a esquerda e a direita institucionais depois que a política voltou à configuração rotineira nas últimas décadas, passada a demencial onda ultradireitista.
Na 6ª feira passada (13), véspera do 1º turno, eu já pressenti que a eleição paulistana teria significado nacional, daí ter decidido contrariar minha tradição de anular o voto, por considerar que os pleitos da democracia burguesa apenas indicam quem cumprirá as determinações do poder econômico, na órbita do qual giram, subservientes ou impotentes para contrariá-lo, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário (mesmo para presidente da República só tenho ido votar quando existe o perigo de vitória de um candidato totalmente inaceitável, como o Bozo).
"...exatamente por não dar importância ao que o vitorioso vá fazer enquanto prefeito, votarei levando em conta uma consequência política da eleição: no meu entender, a prioridade suprema do Brasil neste momento é a remoção do Bozo e uma vitória de Guilherme Boulos e Luiza Erundina na principal cidade do país será uma peça importante na montagem desse quebra-cabeças".O rumo dos acontecimentos está indo além das minhas expectativas. Parece que o sucesso de Joe Biden mexeu com os brios dos esquerdistas brasileiros, que finalmente se deram conta do imperativo de afastar o genocida o quanto antes e da necessidade de união para darmos fim ao pesadelo do retrocesso civilizatório. (por Celso Lungaretti)
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