Mas, velho guerreiro, considero que em cima do muro é a pior posição para um esquerdista ficar. Então, vou abrir o jogo, a quem interessar possa (ou não).
Dou toda a razão ao nosso bom Dalton Rosado quanto a que, em termos estritamente teóricos, a opção mais coerente para qualquer um de nós é sempre a de não votarmos nas eleições farsescas da democracia burguesa, um jogo de cartas marcadas no qual, ganhe quem ganhar, o verdadeiro poder será exercido pelo poder econômico e não pelos vitoriosos nas urnas.
- a de serem coniventes com o inaceitável, pautando sua atuação pelas vantagens que dela possam extrair pessoalmente; ou
- a de permanecerem impotentes, mesmo sabendo que as condições para erradicarmos as causas de nossos males estão dadas e que a humanidade pagará um preço terrível se isto não for feito em tempo hábil.
Mas, exatamente por não dar importância ao que o vitorioso vá fazer enquanto prefeito, votarei levando em conta uma consequência política da eleição: no meu entender, a prioridade suprema do Brasil neste momento é a remoção do Bozo e uma vitória de Guilherme Boulos e Luiza Erundina na maior cidade do país será uma peça importante na montagem desse quebra-cabeças.
Votar na Erundina, a quem sempre respeitei, me dará prazer.
Votar no Boulos nem tanto, pois sua trajetória é marcada por altos e baixos (e o pior momento foi quando puxou desmedidamente o saco do Lula em 2018, na esperança de ser por ele apoiado na eleição presidencial passada). Não aguentava mais ver as fotos do Lula tendo o Boulos invariavelmente como papagaio de pirata.
Mas Boulos mostra, pelo menos, a combatividade e o arrojo que eram as melhores características do PT e jamais serão resgatadas por um timorato como o Tatto.
E, se o PSOL se tornar o partido com desempenho eleitoral mais marcante em 2020, isto sem dúvida acelerará o processo de esvaziamento do PT como força dominante da esquerda, desobstruindo o caminho para opções mais consequentes.
Tal processo deveria ter começado desde o impeachment da Dilma, portanto já está mais de quatro anos atrasado... (Celso Lungaretti)
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