quinta-feira, 25 de junho de 2020

0 TRUMP E O BOZO DEVERÃO COMEMORAR O RÉVEILLON COMO EX-PRESIDENTES, PARA ALÍVIO E REGOZIJO DA HUMANIDADE

diogo schelp
O PRÓXIMO PESADELO DE JAIR BOLSONARO: AS ELEIÇÕES DOS EUA
Em política externa, o presidente Jair Bolsonaro apostou todas as suas fichas no alinhamento com o governo Donald Trump. Mas as chances de que ele continue no cargo a partir do próximo ano minguam a cada dia. 

Apesar de existir uma ala do governo brasileiro que defende uma postura mais pragmática, voltada para interesses comerciais, nas relações exteriores (é o caso, p. ex., da ministra da Agricultura, Tereza Cristina), prevalece a vontade da ala ideológica, formada por discípulos do astrólogo Olavo de Carvalho, como o chanceler Ernesto Araújo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o assessor especial da presidência Filipe Martins, o Marco Aurélio Garcia do bolsonarismo. 

O principal pilar da política externa bolsonarista, porém, pode desmoronar em novembro deste ano, quando ocorre a eleição presidencial nos Estados Unidos. 

O republicano Trump, mesmo sendo um presidente impopular, tinha tudo para dar largada na campanha com vantagem porque, historicamente, os estadunidenses tendem a reeleger seus presidentes quando a economia vai bem e porque o adversário, o democrata Joe Biden, está longe de ser um candidato que empolga a oposição. 
"É uma ameaça mortal..."

Mas as pesquisas de intenção de voto divulgadas esta semana mostram que a pandemia e a onda de protestos raciais representaram um duro golpe nas chances de Trump se reeleger. 

A pandemia quebrou a espinha dorsal do emprego recorde que o país vinha registrando e colocou à prova a (péssima) capacidade de Trump de liderar o país em tempos de crise. A taxa de desemprego saltou de menos de 4% em fevereiro para cerca de 14% em maio. 

Já os protestos contra violência racial e a maneira como Trump reagiu a eles ampliou o descontentamento do eleitorado não branco com o presidente. A pesquisa do jornal New York Times divulgada nesta 4ª feira (24) mostra Biden com 50% das intenções de voto contra 36% de Trump — uma impressionante diferença de 14 pontos percentuais. 

E não adianta dizer que as pesquisas não podem ser levadas em conta porque erraram a previsão em 2016, quando Trump venceu as eleições contra a democrata Hillary Clinton. 

Naquela ocasião, os institutos acertaram que Hillary teria mais votos que Trump. Ocorre que, nos Estados Unidos, a eleição é indireta e, mais importante do que conseguir a maioria dos votos é vencer no Colegio Eleitoral, cujos delegados são definidos de acordo com o desempenho dos candidatos em cada estado. 
Em 2016, Hillary perdeu em estados cruciais, que haviam ajudado a eleger o também democrata Barack Obama em 2012. Foi a virada nesses estados que deu a vitória a Trump. Agora, é diferente. Biden está liderando as pesquisas não só em nível nacional, mas também nos estados que definiram a vitória de Trump em 2016. 

Em Michigan, Biden está 8 pontos percentuais à frente de Trump, segundo um média de pesquisas feita pelo site RealClearPoliticsNa Pensilvânia, a vantagem do democrata é de 5,9%. 

No Wisconsin, Biden está 7 pontos percentuais à frente. Na Florida, sua liderança é de 6,2%. Em 2016, Trump venceu nesses estados por uma margem inferior a 2%. 

Se as eleições ocorressem hoje, portanto, Trump perderia a reeleição. Muita coisa ainda pode mudar nos próximos cinco meses. Mas os estrategistas do governo Bolsonaro já deveriam ir pensando no que fazer caso percam o seu norte na política externa. 

Que líder mundial eles vão passar a usar como referência para fazer seus juízos diplomáticos? Ou se verão obrigados a desenvolver, finalmente, uma política externa independente, mais pragmática, para salvar o Brasil do isolamento internacional? (por Diogo Schelp, colunista do UOL)
Toque do editor — o Diogo Schelp parece ter medo de ser feliz. As chances de ele estar certo quanto à derrota do Trump na eleição presidencial de 3 de novembro nos EUA são enormes, mas as de que Bolsonaro seja despojado da faixa presidencial no próximo semestre não ficam atrás.

Até porque o poder econômico, que favoreceu a ascensão do genocida da Covid-19 ao poder nas bandas de cá, conhece muito bem as consequências de uma volta dos democratas à Casa Branca: as restrições ao Brasil certamente aumentarão em muito também por lá.

[Sermos párias entre as nações em meio à depressão que já terá desabado com força total sobre nós em novembro: alguém consegue imaginar pesadelo pior?]

Renúncia, cassação da chapa, impeachment interdição por insanidade mental, sabe-se lá qual haverá de ser o procedimento para a retirada do bode da sala desta vez... 

Mas, salta aos olhos que o Bozo já chegou ao fim da linha e que algum jeito o sistema encontrará para deter o atual processo de esfacelamento, que nos conduz diretamente às explosões sociais e a um retrocesso tão imenso que condenaria o Brasil a décadas de penúria. 

Podem estar certos de que algo do tipo forças ocultas, entrevista de Caim ou pedaladas fiscais surgirá também no caminho do Bolsonaro, reconduzindo-o rapidamente à insignificância da qual jamais mereceu sair. (por Celso Lungaretti)

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